Você não se considera uma pessoa sortuda, mas aquela festa surpresa foi a chave de ouro para encerrar a sua noite. Seus amigos da faculdade se juntaram e prepararam um aniversário cheio das comidas que você adora. Até o seu namorado ajudou nos preparativos, mesmo que ele estivesse ocupado, achou uma atitude adorável. Vocês completaram, na semana passada, três meses juntos.
Durante a volta, você sentia o vento frio no seu rosto. Pensando que agora aos vinte e dois, outras etapas se iniciariam e outras logo teriam o seu fim.
— Tenho uma notícia ruim.
— O que aconteceu? — a velocidade diminuía.
— Acho que alguma coisa arrebentou. — seu namorado saiu para checar, mas sem nenhum sucesso. — Acho que tem alguma oficina por aqui...
Você pensou, realmente tinha. Apesar do horário tardio, aquelas ruas eram bastante familiares. O rapaz começou a empurrar a moto, você o seguia tentando decifrar as placas apagadas.
Chegando em uma oficina com os portões abertos, vocês dois olharam o nome da placa acesa: S & S Motors.
— Olá? — ele bateu no portão, ambos entraram e começaram a observar as motos na vitrine.
— Olá, boa noite. — você ouviu a voz suave do mecânico.
Ao virar, reparou em seu visual estranhamente atraente. A camisa branca e uma corrente em volta do pescoço, as calças jeans pretas com as bainhas enroladas até a altura das botas grossas de proteção. Tinha uma caneta suspensa atrás da orelha dele e um sorriso lindo. O rapaz limpava as mãos em um pano que, em seguida, pendurou sob o ombro.
— Vocês foram sortudos. Eu ia fechar a loja agora.
— Se estivermos atrapalhando...
— Não! — o rapaz interrompeu gentilmente o seu namorado. — Seria maldade não atender vocês. Está tão tarde. O que houve com essa belezinha? — se aproximou de vocês para analisar a moto.
Olhando-o melhor, aquele mecânico também era muito familiar. Seus olhos ou talvez a maneira que ele sorria...
— Acho que aconteceu alguma coisa no motor. Desculpe, não entendo nada de motos.
— Tudo bem, tudo bem. — ele sorriu, meigo.
Foi quando o mecânico a olhou com mais atenção, ele semicerrou os olhos e um sorriso maior surgiu enquanto apontava para você.
— Eu sei quem é você.
Você provavelmente fazia a mesma cara de confusão que a dele.
— A pior lutadora do mundo.
— Droga. O imbecil do Dojô Sano. — você murmurou ao reconhecê-lo e revirou os olhos.
— Oh, então... — o seu namorado apontou simultaneamente para vocês, tentando participar da conversa.
— Eu já fiz karatê, infelizmente era colega de turma desse cretino.
— Você que atrasava a turma todinha, idiota.
— É? Qual o seu recorde de rejeições mesmo?
— Sorte a sua que não é dona dessa moto. Eu não atenderia você nem se me implorasse. — Shinichiro gesticulou para que você se afastasse da moto. — Certo, eu vou dar uma olhada e já digo qual o problema. Fiquem à vontade.
Você e o rapaz sentaram no banco de espera no canto da oficina. Vez ou outra seu celular vibrava de mensagens de felicitações. Ao olhar para o seu namorado, ele trocava mensagens com outros amigos. Até que ele se virou para você depois de alguns minutos.
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Implicâncias | Shinichiro Sano
FanfictionVocê já conhecia o tipo de Shinichiro Sano, afinal, aos treze anos, foi aluna do Dojô Sano e infelizmente precisava lidar com aquele garoto irritante todos os dias. Agora, oito anos depois, como a pessoa sortuda que é, durante o trajeto de volta par...