Capítulo 4 – O Que Aconteceu na Feira (parte 1)
Estávamos todos sentados ao redor da mesa, mamãe parecia um pouco mais calma, embora um pouco atordoada; estava um silêncio constrangedor, até mamãe falar:
- Então... Vocês vão ou não me contar o que ocorreu?
- Mas é claro! – disse Tito – Afinal, é para isso que estamos aqui. Só queríamos devolver o garoto em segurança, mas aí-
- Mas aí você começou a atacar o covarde do ogro ali. – interrompeu Penelope.
- Podemos falar dessa maneira. Enfim, deu no que deu.
- Sinto muito por meu comportamento hostil. – disse mamãe (acho que foi um pouco da boca para fora).
- Ora, está tudo bem. Afinal, convenhamos, não é todo dia que se recebe um ogro na porta de casa.
- Mesmo assim, não deveria me comportar desta forma, independente de quem seja.
- Realmente não tem problema, tudo o que você fez foi para proteger você e sua família, é completamente compreensível.
Eles ficaram nessa por mais uns 20 min., até que Penelope grita:
- CHEGA! NÓS JÁ SABEMOS QUE OS DOIS SENTEM MUITO! AGORA, podemos terminar logo isso? Estou com fome e eles vão se irritar se demorarmos mais.
- Não seja por isso. – disse mamãe – Deixe-me pegar um pedaço de bolo para você.
Dito isso, mamãe se levantou de sua cadeira e foi pegar bolo para Penelope.
Tendo Penelope terminado de comer, Tito se pôs a falar:
- Bom, vamos começar. Penelope e eu estávamos andando pela rua quando...
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FLASHBACK
- M- me desculp- ... Anh?
Quando olho para baixo, vejo uma figura que me parecia estar amedrontada (acho que a minha beleza o assustou), eu não sabia se sua branquitude era natural ou se sua cor se esvaiu quando me viu, mas ele com certeza estava sem sua alma naquele momento.
- Hey, pirralho, você tá bem? – perguntou minha companheira de equipe.
- M-mo-m- MONSTRO! – gritou o garoto.
Nesse momento, percebi que, do ângulo em que ele estava, era possível ver meu rosto inteiro, não somente minha boca e nariz. Tadinho, isso de fato não é algo legal de se ver, fiquei com pena agora.
- Ei! Seus pais não te deram educação não? Isso não é nem um pouco gentil de se dizer! Eu sei que ele é feio, mas muito, muito, muito feio mesmo, de fato H-O-R-R-O-S-O, chega a dar ânsia, mas mesmo assim! Chamar alguém de monstro não é algo que se deve fazer! Faça como eu, chame de 'monstrengo', pelo menos não é monstro.
Embora ela tenha tido isso para me "proteger", isso me deixou mais irritado do que ser chamado de monstro.
- Obrigado, Penelope (mas isso não ajuda em nada).
- Disponha, querido, essa é a minha obrigação como sua parceira de equipe.
- Claro, claro. Mas, ei, garoto, por qual motivo você estava tão distraído assim pela rua?
- ....
- Ei, pirralho! O gato comeu sua língua?
- ....
- Não vai falar mesmo? Ok, então.
Penelope já tinha erguido seu pé para chutá-lo, se não fosse pelo mesmo abrir a boca e falar:
- OK, OK! EU FALO! SÓ NÃO ME MACHUQUE! POR FAVOR!
- Veja, monstrengo! Meus métodos de convencer alguém são muito mais eficazes que os seus! HAHAHAHAHA!
- CONVENCER???!!! PELO AMOR, PENELOPE! VOCÊ ESTÁ ASSUSTANDO AINDA MAIS O POBRE COITADO! Pode falar, criança.
- C-claro! Bom, eeeeh..., certo, eu estava indo comprar ingredientes para os bolos de minha mãe-
- Sua mãe é confeiteira?
- Sim, ela é, mas continuando-
- Que legal! Acho que vou ir comer lá depois então.
- Ok, eu aviso ela, mas voltando ao assun-
- Que tipo de bolo ela faz?
- Bolo comestível, mas me deixe continua-
- E existe bolo que não é comestível?
- PENELOPE, DEIXE O GAROTO TERMINAR DE FALAR! Pelo amor, garota.
- Ah! Mil perdões. Pode continuar, pirralho.
- O-obrigado. – creio que ele tenha se assustado com meu grito – Enfim, como eu dizia, eu estava indo comprar os ingredientes para mamãe, mas os vendedores não queriam me vender nada por conta do que aconteceu hoje mais cedo-
- O que aconteceu hoje mais cedo?
- PENELOPE!
- Hehehehehehe.
- Mas então. – continuou o garoto – Depois de ficar um tempão procurando, eu finalmente tinha achado uma barraquinha com as coisas que eu precisava e que a dona eu não tinha irritado; mas quando eu estava indo para lá, UM MAL CARÁTER ESBARROU EM MIM E ROUBOU TODO O MEU DINHEIRO!
- E você estava atrás dele quando esbarrou em mim?
- Quase isso, eu já havia desistido de o procurar quando esbarrei em você.
- Você se lembra da aparência dele?
- Mais ou menos.
- Se lembra do caminho que ele pegou?
- Um pouco, sim.
- Acha que pode nos levar para lá?
- C-CLARO!
- Ótimo! Então vamos nessa!
Penelope o ajudou a se levantar e então nós começamos a o seguir pelo caminho que ele indicava. Na metade do caminho nós avistamos quatro sombras, o garoto parecia receoso, mesmo assim continuamos. Quando nos aproximamos mais das sombras, Penelope disse:
- Yo, mini-chefe! O que fazes aqui?
Capítulo 4. Fim.
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Uma História Qualquer
General FictionSenti vergonha da primeira descrição (assim como da história), então lê aí e descobre.