Ela..

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Pode ser que você já seja maduro o suficiente pra lidar com isso, ou não. Mas sempre na vida você se depara com aquele tipico garoto estranho que todos chamam de nerd, esquisito, quatro olhos.. enfim, os "adjetivos" não acabam.  Esse cara sou eu. Na verdade, infelizmente, sempre me deparei com pessoas imaturas, que me adicionam toneladas de nomes esquisitos, porém, o que eu faço não é xingar ou bater nelas. Não, eu rezo por elas. Sei que um dia vão ver o quanto estão erradas em julgar os outros. Aliás, o fato de ter fé, já é mais um motivo para me incomodarem. Porém, eu lido da melhor maneira possível com isso, e hoje, voltam as aulas, volta aquela velha rotina. Normalmente eu ficaria feliz com isso, porque eu iria voltar a ver Ela, mas daí eu lembro que é o último ano dela na escola, são 365 chances de eu perder a vergonha e ir falar com Ela. 

Aria. Que nome mais lindo! Soa tão perfeito quanto a vida dela. Ela é incrível, é popular, é simpática, é educada, sempre ajuda os outros, e é a garota mais linda que eu já me deparei! Acho que comecei a gostar dela a uns 2 anos atrás, quando vi ela ajudando uma garota que era taxada de nerd por todo mundo, e virando amiga dela pouco tempo depois. Mas, ela nem me conhece. Eu sou o esquisito,que gosta de TvD, e escuta músicas antigas. Sou um ano mais novo que ela, 17, tenho uma tonelada de espinhas na cara, e bem, minha cara não conta, porque não ajuda muito. Tenho uma fé inabalável, e a a mais ou menos um ano me inscrevi pra ser voluntário no hospital, na UTI, mesmo local que minha mãe trabalha como enfermeira,  eles pagam um curso de enfermagem pra mim ,e eu ajudo lá durante alguns dias da semana. Enfim, nunca que ela iria querer nada comigo..

Levanto, me arrumo rapidamente, e percebo que estou um pouco atrasado,então, paro decido tomar café. Bom humor e fome não combinam, isso é um fato.

- Bom dia mãe! -digo a mulher sentada na mesa com um jornal imenso estendido sobre o colo.

- Bom dia filho! Se atrasou né? Te dou uma carona, só não demora muito porque daqui a pouco começa meu turno no hospital - diz minha mãe, Mona.

Termino o café, e saimos. O trânsito de Greenville é algo incrível. Apesar de ser uma cidade um tanto quanto pequena, até as velhinhas que fazem academia decidem sair no mesmo horário que o resto da cidade. Chego atrasado e me despeço de Mona, mas não sem antes ouvir:

-  Henry que camiseta é essa? 

- Ah, esquece, até eu te explicar o que é doppleganger...

- Essas esquisitices, hahaha, boa aula garoto, corre! 

Já coloco os fones pra não ouvir as provocações, e me deparo na hora com ela. Aria. Atrasada, sentada na escada lendo, e escutando música. Penso em ir até ela.. quem sabe somente dar oi, me apresentar...mas não. Continuo com meus fones e finjo mexer no celular. Sempre funciona. Mas, me sinto muito observado... Observado até demais...

E que o me surpreende é que, Ela ta me olhando! Quando percebo que ela está me olhando, o sinal toca, e ela de uma maneira muito estranha, cai do degrau que está sentada. Penso em ir ajudá-la,  mas ela ficou mais vermelha que um tomate e saiu correndo. 

Vou pra sala, e aguento aquelas torturosas 5 horas, e nos ultimos minutos o professor nos avisa que amanhã iremos soltar mais cedo pois ele irá a um museu novo na cidade, junto com os veteranos. Eu até conseguiria descolar uma entrada com a orientadora da escola, mas é meu turno no hospital. Em um dia ocorrem muitas coisas em uma UTI, cada acidente, cada detalhe que pode salvar uma vida. Cada situação delicada que nos deparamos. Eu não ajudo em muito ainda, alcanço algum instrumento durante um atendimento, faço pequenas suturas, e ajudo na observação de pacientes que estão gravementes feridos. Não vou perder a chance de uma nova experiência por causa de um museu. Não mesmo..

Até quando?Onde histórias criam vida. Descubra agora