Dan acorda, com os olhos arregalados, sua pele, suada. Olhou em volta, e tocou com suas mãos quentes e úmidas o próprio rosto, como se quisesse saber se o que via era realidade.
— Outro pesadelo, Dan? — Uma criança diz, após já ter se levantado da cama ao lado da que Dan dorme.
— Infelizmente, Charlie. — O rapaz respira fundo.
O garotinho, ligou o abajur da mesa de cabeceira.
— Vai ficar tudo bem, irmão.
Dan sorriu. Sendo o irmão 8 anos mais velho de Charlie, ele se sentia na obrigação de cuidar de Charlie. A frase dita por seu irmão o fez pensar que estavam com os papéis invertidos.
— Vai sim. Agora é melhor você ir dormir, tem escola amanhã cedo, rapazinho. — Ele diz ao seu irmão com um pequeno sorriso no rosto.
— Tem razão. Só tenta não demorar muito pra dormir também, tá?
— Pode deixar.
Charlie desligou o seu abajur, se deitou na cama em posição confortável e cobriu-se até o pescoço.
Dan passou horas na cama, se revirando. Inquieto, em sua cabeça reclamava de todos aqueles pesadelos que ele estava tendo ultimamente. Era sempre assim ultimamente: ele demorava a dormir, e quando conseguia, tinha pesadelos terríveis que lhe tiravam o sono.
Quando finalmente se convenceu de que não conseguiria dormir, Dan levantou-se e foi até a cozinha. Abrindo a geladeira, pegou uma jarra com um líquido amarelo e encheu um copo com ele. Um suco de maracujá talvez ajudasse, não?
Enquanto bebia seu suco, o garoto não parava de conferir seu celular. Torcia para que algum de seus amigos lhe mandasse mensagem, ou ao menos estivessem acordados. Ele queria muito falar de seus pesadelos pra mais alguém.
Dan finalmente cansou de andar pela cozinha, e se sentou à mesa. As horas foram se passando, e ele acabou dormindo ali mesmo.
O rapaz abriu os olhos, incomodado com a luz solar que adentrava à janela da cozinha. Sentindo o ar frio e úmido da manhã em seus pulmões, finalmente tomou coragem, se levantou e foi fazer suas higienes matinais. Escovava os dentes se esforçando bastante pra manter os olhos abertos.
Mas, durante o banho, finalmente sentiu o sono indo embora com a água fria do chuveiro.Os pensamentos do jovem, que antes eram todos sobre seus estranhos pesadelos, agora eram outros: pensava em como detestava o período de fim de ano. Era quando ele mais se sentia pressionado com a escola. Os professores e alunos, também, já estavam esgotados, ansiando pelas férias, para finalmente poderem ter um alívio, mesmo que temporário.
Dan então, após terminado o banho, foi ao quarto, que estava vazio. Charlie já havia levantado, e provavelmente estava escovando os dentes no segundo banheiro da casa. Em seu guarda-roupas, procurava por seu uniforme escolar, aquela camisa estava sempre desaparecendo.
— Bom dia, filho — Uma voz feminina vindo de trás fez Dan se assustar levemente.
— Bom dia, mãe — Ele sorriu. — Mãe, sabe onde está meu uniforme?
— Ah, esqueci de te avisar. Eu botei pra lavar. Já secou, está lá embaixo. Só um minuto, eu vou buscar — A bela mulher de longos cabelos negros diz.
Dan ouve o som de sua mãe descendo às escadas, e então vê seu pai surgindo na porta de seu quarto.
— Bom dia, meu filho
— Ah, oi pai. Bom dia.
O homem se sentou na cama, não muito longe de seu filho. Ficou em silêncio por alguns segundos, e finalmente falou:
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O Oitavo Pecado
FantasyDan sentiu suas pernas tremerem. Toda a raiva que ele sentia, toda a repulsa... simplesmente desapareceram. O demônio que ele pensava ser seu inimigo, de repente, se tornou a pessoa mais importante, a única em que o rapaz era capaz de pensar. O en...