𝕻𝖎𝖘𝖈𝖆𝖓𝖙𝖊𝖘

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Torço o nariz afetado pelos grãos de poeira,sala fechada, onde aquela maldita voz ecoava pelas paredes, azucrinante, chiava pelos meus ouvidos, como uma antiga dublagem de TV.

- Não sorria! Você parece um dos loucos!

...Uma péssima dublagem de TV...

- Ah...sim, desculpe-me - Sussurro, escondendo o meu falso sorriso

- Não pisque!

Não me de ordem fotógrafo arrogante! Tenta intimidar como se fosse um líder de quartel,mas não passa de um abusado atrás de uma câmera desatualizada para a tecnologia atual...

A luz invade os meus olhos,dando uma dor de cabeça momentânea,o fotógrafo arrogante balançava a fotografia entre os dedos analisando meu rosto como um tarado.

- Vou mandar para fazerem o seu crachá,mas só ficará pronto amanhã! - Nariz empinado,o olhar sobre os meus ombros evitando me olhar nos olhos,pura arrogância - Parabéns pela sua vaga de terapeuta ocupacional...

Não sei se era porque eu já estava irritada com aquele troll,mas,seu "parabéns" parecia em um tom de deboche. Passei por ele com o nariz empinado ignorando o seu olhar arqueado sobre mim.
No corredor trolls andavam de um lado para o outro lendo as pranchetas em suas mãos, pareciam zumbis enfeitiçados por documentos e diagnósticos...

- Senhorita Poppy - Um troll roxo, aparentemente da minha idade acenava calmamente para mim do fundo do corredor,ele indica com a cabeça para me aproximar,e assim faço

- Sim? - Pergunto curiosa olhando seu crachá em seu jaleco branquinho - Cientista Creek?

- O próprio,é um prazer conhecê-la - Ele estende a mão para mim,eu aperto com delicadeza - Estavam falando muito de você

- Sério? Por qual motivo?...

Ele concorda com a cabeça arrumando o jaleco em seus braços - Dificilmente achamos gente da nossa idade interessados em um trabalho tenso como esse,requer muita coragem e dedicação...

- Acho que o principal é o amor pelo próximo,estou aqui para dar um nova chance de vida para os "loucos".

Fiz aspas com a mãos ao sitar o adjetivo no final da frase, não acho algo moral chamá-los de loucos,mas ainda não criaram um nome correto para esses transtornos.

Creek sorriu para mim concordando com a cabeça novamente,o sorriso estufou as suas bochechas de uma forma fofa. Não pude deixar de notar.

- Aí está você! - surge um trolls amarelo de cabelos já grisalhos, apontando para mim - estava procurando por ti!

Perdão chefe - me desculpo abaixando a cabeça e levantando as mãos para cima - Eu acabei me distraindo em uma conversa...aí...eu,bem... - começo a gaguejar ao sentir o olhar raivoso do troll mais velho sobre mim

- Ela estava comigo vovô - Creek me interrompe colocando o braço na minha frente - me animei na conversa

- Eu falei para você trazê-la na minha sala de reunião, não ficar de conversinha - O troll amarelado estufa o peito na intensão de intimidar,o que acaba sendo engraçado por conta do seu tamanho reduzido pela idade - Agora leve para a sela que ela cuidará

O troll roxo faz uma referência exagerada para o seu avô,que retribuiu virando os olhos

- Me acompanhe jovem donzela - Agora ele se referência para mim,com a mão no peito e um sorriso sacana entre os lábios

Não pude deixar de rir,era óbvio que ele tava fazendo um teatro de drama para deixar o seu avô ainda mais irritado,ele começou a me guiar com uma dança calma,mas sem me tocar,era possível escutar o chefe Candy retrucando sobre o show, mas ninguém o deu ouvido.
Dança mal sincroniza, estava morrendo de vergonha,mas admito estar me divertindo vendo os zumbis tirando dos olhos finalmente das suas pranchetas para nos encarar,com certeza eles nos julgavam...
Creek era o ponto de luz nesse inferno.

Quando chegamos na parte das selas,o Creek mudou completamente, com um rosto sério estampado e arrumando novamente o seu jaleco que insistia em escorregar sobre seus ombros. Os loucos gritavam e batiam palmas quando passamos,até me sentiria uma celebridade,se aquilo não parecesse tão morbito e sofrido.

Ao passar pela sela 035 era possível ver um dos responsáveis apertado a camisa de força em uma pequena troll amarela, que berrava em sua irá descontrolada. Engoli a seco aquela brutalidade.

- Você será responsável pela sela...- O ator de teatro, agora sério, analisa uma lista em sua prancheta,pude escutar ele engolindo uma saliva como pedra - Pela sela 002...

- O que a de errado? - pergunto tentando espiar seu rosto,mas ele evita olhar para mim

- É um louco meio...temperamental...pelo jeito você tem um paciente bem dos difíceis - Ele solta uma risada fronha - Chegamos - ele aponta com o indicador para uma sela em particular no fim do corredor

A primeira coisa que notei foi a diferença da sela,ela não tinha grades,e sim uma grande porta de aço com uma minúscula janela

- Qual é o nome dele? - pergunto me virando para o Creek,mas só consegui ver seus cabelos se misturando aos outros trolls, sumindo em seguida

Volto a olhar para a sela,onde acabo percebendo um amassado na porta,me aproximo para ver, passando os dedos delicadamente sobre a porta,o amassado parecia o formato de um palma fechado. Seja quem esteja nessa sela,tem um boa força no requisito de dar socos.

Bato na porta,na esperança de alguém aparecer ou se pronunciar,mas nada, silêncio. Até que me aproximo da janela tentando olhar o ambiente lá dentro,o silêncio é cortado por um estrondo sobre a porta,a fazendo tremer,me afasto da janelinha,onde agora podia ser visto um par de olhos azuis me encarando enfurecido e camuflado na escuridão.

- Quem é você? - O louco pergunta,uma voz roca e sonolenta, agora foi a vez do meu corpo tremer

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Psé voltei, ninguém lembra de mim,até pq apaguei a obra "O poeta", talvez eu volte com ela,com meu novo estilo de escrita,mas por enquanto,aproveitem...

Minha nova hera

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⏰ Última atualização: Dec 12, 2023 ⏰

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