Ouvir sem interromper ( Provérbios 18)

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Ouvir o outro parece tarefa fácil mas nos momentos difíceis, quer quando achamos que temos a razão toda e que nenhuma verdade a nós deve ser dirigida, quer nos momentos em que já perdemos a razão toda e sobrepomos o egoísmo e até a nossa própria maldade a ouvir uma palavra de sinceridade dos outros, tudo torna esta temática do saber ouvir, realmente intrigante.

Saber ouvir é uma arte! Sim, uma arte que leva à sabedoria nas relações amorosas, amistosas, familiares e profissionais. É uma arte de artesão mesmo. Com a prática e com o carinho que pomos nela, vamos colhendo os seus maiores frutos, que são entre outros: ser amado, respeitado, valorizado, tanto na sociedade como na vida particular.

Mas porque se deve ouvir sem interromper? Porque não ser antes narcisista e querer fazer ver só o meu ponto de vista? Não é para este último sentido que caminha a cultura contemporânea no seu todo?

Bem, quem nunca já foi interrompido por uma conversa desinteressante e fora do contexto primário que atire a primeira pedra ou como hoje em dia, por uma chamada/mensagem do Whatsapp? Isto desde os primórdios das civilizações sem a menor dúvida que existiu...fosse o meio de comunicação gestual, verbal ou por escrito mesmo.

Ao não interrompermos, e isto em sede de relações amorosas (stricto sensu), dá-mos a oportunidade ao nosso companheiro/a de se exprimir pura e livre de pressões da nossa parte pois ao fazermos uma paragem estamos a tentar construir ou destruir a conversa da pessoa... Já parou para pensar nisso!

Ao fim dela falar, reflecte-se no que foi dito, e depois opta-se por uma de duas opções. Ou prossegue-se a conversa no sentido que ela estava a ser tomada pela outra parte. Ou, põe-se fim à conversa de forma diplomática e com civismo.

Apesar de vivermos numa selva, Jesus ensinou-nos como devemos tratar a todos: e essa lição mais não é do que tratarmos-nos como irmãos. Ou seja, colocarmo-nos no lugar do outro, ouvir-mos os seus desabafos, as suas angústias, as suas surpresas, as suas alegrias, sem fazer julgamentos interiores dessas pessoas, aceitando-as como são e pelo que são. Tal como gostávamos que fizessem connosco na exata medida.

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