Inusual

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Talía

2 semanas depois

Vinnie acerta o saco de pancada diversas vezes, o suor pingava pelo seu corpo todo, seu cabelo estava encharcado enquanto eu estava sentada tentando recuperar meu fôlego, eu achava que conseguiria acompanhar ele mas talvez meu condicionamento físico seja uma bosta, mas ele se recusa a se separar de mim mesmo que seja por algumas horas, eu sei que não é saudável mas alguém está ligando? Porquê eu não.

Essas duas semanas foram turbulentas, eu venho tendo pesadelos sobre aquela noite basicamente sempre e Vinnie tem tentado me ajudar mas vejo ele cada vez mais exausto porquê isso também mexeu com ele mas ele se recusa a admitir e toda vez diz que está bem, mas eu vejo que não, minha irmã...acho que posso considerar ela desaparecida já, não consigo contato nem com ela, nem com Marcel, a paranóia já tinha se instalado na minha cabeça de maneira fixa e eu não sabia o que fazer... só estava vivendo no modo automático, a única coisa que me mantém estável é um certo loiro que está na minha frente acertando um saco de pancada como se fosse o pior inimigo dele, o cabelo dele já está crescendo novamente, pode parecer pouco tempo mas 15 dias de treino já fizeram muito bem pra ele, eu nunca vi ninguém com um abdômen desse jeito.

"Vai ficar só olhando de novo?" Ele para de bater no saco e me encara.

"Eu já fiz o treino..." Falo cínica e ele ri.

"Você só ficou 15 minutos na esteira, amor"

"E não tá bom?" Ele balança a cabeça em negação enquanto sorri

"Acho que já deu pra mim por hoje, daqui a pouco meu braço cai" ele fala e senta ao meu lado.

"É, eu tenho dó de quem um dia for brigar com você" Brinco e ele me empurra de leve.

Vinnie dá um gole em sua garrafa de água e levanta, em seguida puxa minha mão, a academia estava vazia por conta das horas bizarras que a gente queria treinar, a verdade é que ambos não conseguiam dormir então quanto mais demorarmos pra ir pra cama, melhor. O treinador dele deixava as chaves e tudo com ele.

Entramos no vestiário em silêncio, em alguns momentos tem sido assim. Nós temos nos isolado de todos e ficando mais em silêncio, nós sabiamos o porquê.

"Mike está pedindo mais dinheiro." Vinnie murmura e começa a tirar seu shorts.

"Aquele desgraçado" Digo baixinho mas mesmo assim dá pra notar o tom de raiva em minha voz. "Eu me odeio por ter te colocado nisso" solto um suspiro e me encosta no box de vidro vendo meu namorado ligar o chuveiro.

"Eu me colocaria de qualquer maneira"

"Eu não gosto do jeito que você está ficando" sussurro.

"Vai passar." Ele fala sem ligar muito pro assunto. Me viro de costas e me afasto do box enquanto tiro minha legging, 

"O que você vai querer comer hoje?" Pergunta já pensando na minha maior e melhor sessão de terapia, cozinhar.

"Você" Ele simplesmente diz me fazendo rir e olho pra ele sob meus ombros "É de comida, seu pervertido"

"Hmm.. não sei, algo com brócolis"

"Vou pensar em algo"

Termino de me despir e entro no chuveiro com ele, imediatamente ele envolve seus braços ao redor da minha cintura e distribui beijos pelo meu resto, tem sido assim durante todos esses dias, ele está ainda mais carinhoso do que antes e a todo momento está me abraçando ou falando comigo sobre qualquer coisa. Eu estava desesperada, eu achava que cada vez eu criava uma dependência nele que pra mim não era saudável, eu estava viciada no cheiro dele, no toque dele e na presença dele, nem parecia que o mundo real estava sendo turbulento com nós dois, a imprensa só comentava das inúmeras polêmicas, o acidente de carro, a briga na festa e o meu comentário pra fã que por sinal até hoje se faz de vítima, eu odiava a internet com todo meu ser, minha resposta pra ela está sendo espalhada em todos os cantos como se fosse algo ruim, sendo que ela havia sido grosseira primeiro... aparentemente pessoas famosas não podem nem se defender na internet. Era boatos atrás de boatos e Vinnie não estava lidando bem com isso mesmo se isolando um pouco mais, nós viramos alvos de todos os paparazzis, eles queriam saber cada detalhe e não poupavam os comentários maldosos, a minha raiva é não poder revidar.