Capítulo Um

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Mais uma manhã cinza e fria que se inicia aqui na porra da cidade de Londres. Geralmente, nessa época do ano as temperaturas beiram 2°c para mais ou para menos, no máximo. Para a infelicidade de quem detesta tanto o inverno como eu, por ironia do destino, eu nasci justamente nesta época mais deprimente e entediante do ano. Justamente hoje estou completando o meu décimo sete ano de vida, mas como todos os anos, nunca fui de celebrar esta data. Passei nem mais a dá-lhe importância que há um tempo cá este dia passava batido.

Eu até pensei em fazer algo diferente este ano; quem sabe dar um passeio de bike, depois ligar para uns dois ou três amigos mais próximos e os convidar para a gente se encontrar num café, mas do jeito que o clima lá fora está nenhum pouco convidativo, é bem provável que eu receba deles uma desculpa que não vão poder ir, mas com toda a razão, este clima de merda acaba deixando qualquer um, em sã consciência, sem ânimo.

Quando acordo pela manhã, a primeira coisa que costumo fazer, é verificar as condições do tempo da janela do meu quarto. Não sou o único Londrino com este costume, todo mundo, pelo menos os que eu conheço, fazem isso antes de sair de casa ou de fazer qualquer outra coisa. Faz algumas semanas que o sol sequer dá as caras e certamente vai continuar assim por mais alguns dias.

Minha vida inteira morei nessa cidade, e por mais que eu me esforce, eu nunca consigo me acostumar com ela. Eu, particularmente, prefiro o calor. O verão sempre foi a melhor estação do ano. Se eu pudesse, sairia voando para o outro lado do planeta, escolheria algum país tropical para viver e nunca mais eu iria querer saber de voltar para esta geleira, mas, como eu sequer tenho coragem nem de sair de casa para visitar meus amigos num bairro vizinho, esse desejo soa tão irônico.

Aqui onde eu moro, é considerado um subúrbio de Londres, que está localizado especificamente no bairro Brixton, no centro de Lambeth. Eu mal costumo sair de casa, geralmente a minha rotina é sempre a mesma - casa e escola. Uma vez ou outra desvio o caminho e faço um giro pela redondeza, mas só para refrescar as ideias, e nesta saidinhas rápidas, quando alguém repara em mim, supõe logo que eu deva ser um novo morador ou — quer saber? — talvez nem repare. Às pessoas já estão tão ocupadas e preocupadas com suas próprias vidas que minha presença passa despercebida.

Também pudera, sou um carinha nem um pouco notável, até porque nunca fui e nem gostei de chamar atenção. Não duvido que se um dia eu desaparecesse do nada e minha mãe saísse à minha procura, por um rapaz chamado Peter Sandler, ninguém, com certeza, iria saber dar definição de mim; um branquelo e magricelo, de um metro e setenta e cinco de altura é somente mais um no meio da multidão.

Eu até acho que sou interessante. Minha mãe vive dizendo que herdei muito do meu pai, principalmente os traços físicos; a cor dos olhos, por exemplo, que é de um castanho quase alaranjado, o rosto fino e as sarnas bem marcadas - uma característica um tanto comum para um garoto ruivo. Para me deixar com uma aparência mais madura, estou deixando até crescer a barbicha, ela ainda está bem rala e os pelos são finos - sempre achei um charme homens de cavanhaque. Faz tempo que também não vou em um cabeleireiro. Gosto quando meu cabelo fica assim volumoso, dá para deixá-lo no estilo despenteado e despojado. Como eu sempre digo e repito: - eu não sou feio, minha beleza é que é exótica.

Apesar de que essas características ainda assim não sejam o suficiente para chamar a atenção das garotas da vizinhança, ou, principalmente, daquelas safadas e taradas por piroca lá da minha escola, fico frustrado, me bate logo uma raiva. Eu, Peter, no auge da minha puberdade, continuo totalmente intacto, virgem!

O despertador acima da escrivaninha marca quinze para dez da manhã. Me levanto na verdade pela força do mijo. Minha bexiga parece que vai explodir a qualquer momento. E, como todos os homens pela manhã, o meu pau amanhece enrijecido, chega a latejar de tão duro. Não sei se isso só acontece comigo, mas já acordo com um tesão do caralho. Uma vontade de meter o cacete em algum um buraco e dar aquela gozada para me sentir aliviado antes de me levantar. Isso iria evitar as acrobacias que tenho que improvisar na hora de mijar.

EU, PETER Uma Aventura Proibida- Um Capítulo A Cada SemanaOnde histórias criam vida. Descubra agora