2°- a nerd e o popular

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Não demorei muito para me aprontar. Dessa vez, tinha um guarda roupa em meu quarto, mas bem menor e com roupas bem mais a vontade.

O estranho, é que no papel estava escrito como eu deveria me vestir, o que me deixou muito confusa, mas fiz o que estava escrito.

Vesti uma calça jeans folgada, e uma blusa branca por dentro, coloquei um moletom enorme por cima e coloquei um óculos ridículo que estava em cima da estante.

Eu nem tenho problema de visão, mas não vou questionar.

Saí do quarto e desci as escadas, por sorte, a casa era menor e bem mais fácil de se explorar.

- Você não vai querer se atrasar hoje, não é filha?(A mesma mulher fala isso se dirigindo a mim preparando algumas panquecas no fogão).

Eu realmente ignorei totalmente a pergunta. Ouvir alguém me chamar de filha pela primeira vez foi um sentimento novo para mim, um sentimento maior que qualquer outro que eu já tivesse sentindo.

Maior que quando eu vi o pôr do sol pela primeira vez, ou quando eu banhei na chuva pela primeira e última vez, maior que quando eu recebi o primeiro abraço apertado ou quando alguém quase me adotou no orfanato.

- Filha?(Ela me chama na tentativa de trazer meus pensamentos para a terra).

- Sim mãe, eu...eu vou querer panquecas. ( Falei a primeira coisa que veio na minha cabeça e em seguida me sentei em uma das quatro cadeiras da mesa redonda na minha frente).

Ela colocou algumas panquecas no prato em cima da mesa, enquanto isso um garoto muito bonito com as roupas rasgadas desceu as escadas e sentou ao meu lado.

- Bom dia filho. Hoje você vai levar sua irmã para a escola nova. (Falou enquanto colocava o mel em cima das panquecas).

Ele revirou os olhos enquanto pegava um suco natural de laranja do lado de algumas frutas na mesa.

-Acho que já está na hora da Lanna aprender a dirigir. (Falou olhando para a mulher minha mãe cujo nome ainda não sei).

- Próximo ano ela vai, não se preocupe. (Falou com um sorriso meigo olhando para mim).

- Mãe...(Tive coragem de chamar ela sem ao menos uma frase formulada em minha mente) - É...eu...eu...amo você. (Meus olhos instantaneamente lacrimejaram mesmo eu me sentindo em um roteiro de filme).

- Filha, eu também amo você. Coma e pegue sua mochila, vou trabalhar, à noite estarei de volta.(Ela se retirou da cozinha após terminar de fazer a mesa e antes de sair completamente, depositou dois beijos, um em minha testa e o outro na testa do meu irmão).

- Come logo, eu vou pegar minhas coisas.(Ele se retirou da mesa antes mesmo que eu pudesse vê-lo engolir algo).

Antes que eu saísse também comi uma das panquecas, já que eu nunca tinha comido uma antes, Após sentir o leve sabor, não conseguir não recordar de Jessy, que sonhava em comer panquecas. "Não é pelo sabor Lanna, eu me sentiria em um filme americano, imagina!".

Ela era muito animada ao falar de seus sonhos.

Não pude evitar um sorrisinho desanimado ao lembrar da minha menina, mas tentei não acabar com meu dia mais uma vez e fui pegar minhas coisas.

Ao voltar ao quarto, peguei minhas coisas e guardei em minha bolsa o papel com instruções estranhas, vai que eu precisasse.

Desci as escadas e segui o garoto, que eu ainda não sei o nome, até o carro. Sentei no banco de trás e tentei ao máximo não ter conversas específicas.

Ao invés de conversar, li um pouco o papel que dizia um pouco sobre eles.

"Rute (Minha mãe, Empresária, mãe solteira de dois filhos, mãe amorosa)."

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⏰ Última atualização: Apr 06, 2022 ⏰

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