(Re) Começo - Parte Um

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- Essa história se inicia após o final do episódio 11, e explora o que acontece depois que Ilgaz revela à Ceylin o erro de Metin e a condenação de Zafer. A fanfic terá dois capítulos. O primeiro foca nas reflexões de Ceylin e as decisões que ela toma, e o segundo explora as interações seguintes entre ela e Ilgaz - 

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Ceylin abriu a porta de seu escritório e sentiu o frio da corrente de ar que pareceu congelar seus ossos. Lá fora, grossos pingos de chuva começavam a cair do céu, anunciando o início de uma noite tão turbulenta e angustiante quanto a anterior.

Quando exatamente o mundo virara de cabeça pra baixo?

A advogada não conseguia ao menos se lembrar que dia da semana era, ou se havia comido algo nas últimas vinte e quatro horas. Seu estômago embrulhado rejeitava qualquer ideia sobre fazer uma refeição, seus ombros doíam com a tensão acumulada de todo o dia, e sua cabeça latejava com a intensidade dos pensamentos que a assombravam desde a noite anterior.

Por mais que tentasse se esquecer dos pesados golpes que a haviam atingido, Ceylin não conseguia apagar de sua memória cada detalhe do que descobrira.

A notícia do desaparecimento de seu pai e todo seu esforço para encontrá-lo tinham-na drenado emocionalmente de tal forma que a advogada vira-se perambulando sem rumo pelas ruas, até encontrar-se na porta da casa de Ilgaz.

Ceylin ainda hesitara, sem saber se deveria de fato entrar ali. Sua ideia inicial era apenas encontrar-se com Ilgaz, conversar com ele e compartilhar o que ocorrido. O promotor era sensato e tinha uma boa perspectiva das situações, além de ser capaz de analisar de forma racional o que ela muitas vezes podia ver apenas sob uma ótica emocional. Talvez ele fosse capaz de olhar para os mesmos fatos que ela e tirar uma conclusão totalmente diferente, ou pensar em algo que pudesse ajudar.

No entanto, todos os seus planos haviam ido por água abaixo quando Ceylin o vira.

Não conseguira conter o turbilhão de emoções que reverberavam dentro de si, e antes que pudesse dar-se conta, a advogada já havia baixado sua guarda e feito a confissão que tanto se esforçara para manter em segredo.

Ceylin não sabia exatamente o que esperava naquele momento, mas sabia o que queria. Estar junto com Ilgaz, envolvida pelos braços dele parecia uma opção maravilhosa após o dia que tinha tido... A verdade era que o abraço de Ilgaz havia se tornado o único lugar em que Ceylin se sentia segura. A ideia a perturbava quase tanto quanto a confortava.

Porém, mais uma vez a vida lhe dera uma rasteira. A verdade sobre a condenação de seu pai a atingiu com a força de mil adagas perfurando sua alma.

Ceylin não estivera pronta para ouvir a notícia naquele momento, mas ela imaginava que jamais estaria. Uma mistura de revolta, ódio e sede por justiça imediatamente tomou conta dela e a advogada se viu agindo por impulso, exigindo reparação. Ceylin ameaçara o pai do homem com quem se casara, ordenando que ele fosse à justiça e confessasse seus crimes. Não apenas o fizera, como também fora à delegacia prestar queixa e reivindicar o início de uma investigação.

A advogada não se lembrava exatamente como voltara para seu escritório depois de tudo aquilo, mas poucas horas depois, logo que o sol nasceu, já se encontrava novamente na companhia de Ilgaz. Daquela vez, não havia sido de propósito.

A investigação que o promotor estivera conduzindo sobre a criança cuja mãe processava o hospital, a quem Ceylin representava, estava chegando a conclusões sombrias. A dura realidade que a própria mãe adoecia sua filha para obter lucro financeiro deixara Ceylin enojada o suficiente, mas ver a menina entre a vida e a morte e correr com ela para o hospital tinha sido uma experiência ainda pior.

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