o sentimento mais forte

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Aos 18 anos percebi que o que sentia pelo meu primo talvez fosse algo maior do que apenas um amor fraternal.

Nessa idade, eu achei que poderia ser apenas os hormônios, já que ele era a única pessoa que me sentia a vontade para ser totalmente eu.

Na escola não fazia muita questão de fortalecer laços com outras pessoas e muito menos pensava em namorar ou ficar com alguém.

Eu tinha Shisui.

Gostava de passar o tempo com o outro, receber carinhos gostosos no meu cabelo e amava, principalmente, a forma como meu primo me olhava. Uma intensa combinação de carinho, desejo de proteger e posse. Não precisava de mais ninguém.

E passar tanto com ele durante essa fase de mudanças do meu corpo e da minha mentalidade, pode ter confundido um pouco meu cérebro, pois minha mente doentia, durante essa fase de adolescência, queria apenas uma coisa: foder o meu primo. Ou talvez melhor, ser fodido por ele.

Aos 20, percebi que era muito mais que um desejo carnal. Notei, depois de observar a maneira doce e amorosa que o primeiro namorado de Shisui era beijado, que queria-o apenas como meu.

Seis anos depois, tendo ainda mais consciência do quão irresponsável e doentio era querer meu primo de primeiro grau, resolvi não ter mais esse sentimento.

Era bem simples na verdade, percebi num surto de esclarecimento.

Eu sou um adulto agora. Apoiar meu rmão mais novo, ajudar no crescimento da empresa e ser um profissional ainda mais respeitado eram minhas únicas preocupações. Preocupações reais e normais que simplesmente tomavam todo o meu tempo.

E eu amava isso.

Quanto mais sobrecarregado e exausto menos tempo eu tinha para pensar em besteiras.

- Então vocês são os responsáveis por consolidar Konohagakure como uns dos maiores polos de tecnologia da Ásia, certo? - O homem de meia idade comenta se aproximando. - Senhor, Yang.

- Uchiha Shisui e esse é o Uchiha Itachi. - O mais velho responde por nós dois já estendendo a mão em direção ao outro. Faço mesmo gesto roboticamente.

- Falar que nós fomos os catalisadores pelo crescimento tecnológico de Konoha é meio precipitado, senhor. A cidade já era grande mesmo quando eu ainda usava fraldas. - Ele continua num tom amigável e despojado. O velho elegante sorri falsamente em resposta.

- Mas graças a vocês o legado Uchiha não só continuará impecável como também crescerá pela aquela região- O outro homem tentava manter a mesma tonalidade suave, mas eu sabia o que acontecia nas entrelinhas.

O que mais acontecia em eventos como esse era a aproximação desse tipo de pessoa. Pessoas lacivas e ambiciosas que fingiam ser amigáveis mesmo planejando como destruir, de forma nada honesta, alguém que ameaçava sua soberania.

Esse salão luxuoso estava cheio de pessoas assim. Poderosos com fome de poder que levavam a sério o lema de deixar o inimigo mais próximo do que um amigo.

Eu odiava estar no meio disso e odiava ainda mais o fato de ter saído da minha cidade natal e viajado até Tóquio apenas para agir como um maldito cão marcando seu território.

Mas, desde que o Shisui teve a brilhante ideia de assumir a abertura de outra empresa da rede cooperativa Uchiha e me chamar para co-presidência, mijar no território, de acordo com meu tio avô Madara, era fundamental.

- Sim, e espero que mais pra frente consiga monopolizar não só as cidades próximas da região de Konoha, mas também o resto da Ásia. - comento com o mesmo tom e o rosto do velho endurece gradativamente. Tomar o controle além do sul asiático afetava diretamente o poder das empresas Yangs, pioneiras no sudeste.

exaustão - shiitaOnde histórias criam vida. Descubra agora