Notas iniciais: A arte não é minha e Saint Seiya pertence a Masami Kurumada, eu sou apenas a autora da fanfic. Créditos a RedTaiga_art pela linda arte, já a arte borrada atrás foi feita no Wombo Dream. Boa leitura. Cuidado, capas podem enganar.
(Começo.)
Aqui é frio Camus.
Aqui me lembra de você, mas você sabe que eu não gosto de frio. Não gosto desse ar gelado batendo contra o meu corpo me deixando todo arrepiado, não gosto. É ruim, é chato, e você sabe que eu sempre odiei o frio. O único tipo de frio que eu não odiava era o seu, era você, mas você não está mais aqui comigo. Você resolveu se juntar a Antares e virar uma estrela no céu, e me deixou só esse seu discípulo.
Em alguns momentos eu acho que deveria ter matado o Hyoga. Se eu tivesse o matado você ainda estaria comigo?
Você ainda estaria ao meu lado?
Você iria sorrir e rir pra mim em segredo?
Você ia continuar fazendo aquela comida pra mim? Ia me dar sermão? Iria reclamar toda vez que eu fizesse uma palestra?
Mas eu não posso estar ao seu lado. Não posso fazer isso agora, e muito menos sei quando vou conseguir fazer, mesmo que eu queira, a constelação de escorpião precisa de alguém para honrá-la, Athena precisa de um usuário competente da Antares para protegê-la, e você sabe, eu sou orgulhoso e arrogante demais para me render a morte e acabar com tudo isso, então por favor, espere mais um pouco.
Você brigaria comigo se eu matasse o Hyoga?
Brigaria comigo se eu descontasse minha raiva nele, mesmo sabendo que a culpa foi minha por tê-lo deixado passar?
Kardia e Écarlate teriam vergonha de mim? Eu sou um bom cavaleiro? Eu realmente fiz meu papel corretamente? Eu realmente estou honrando a Antares? Me responda Camus. Por favor me responda Camus. Por favor. Por favor. Por favor. Por favor.
Eu quero ouvir a sua voz de novo. Não quero mais sentir esse desespero. Não quero me perder. Não quero perder o meu brilho. Por favor, não me deixe afundar mais. Por favor, Camus. Por favor, Camus.
— Senhor Milo? — Ouvi uma voz familiar me chamar. Olhei para trás e vi ele. Era ele, Hyoga, um dos culpados de eu ter perdido o Camus. O encarei e vi ele se aproximar em minha direção e desse túmulo nesse lugar frio e chato. — Perdão incomodar, eu só... Achei que seria apropriado trazer flores para o túmulo de meu mestre.
— Já entendi moleque. — Voltei a encarar o túmulo e ouvi o menor suspirar e logo após isso começar uma oração, como estava em russo não consegui entender nada, mas preferi apenas apreciar o gesto ao invés de dar liberdade a minha vontade de matá-lo e enterrá-lo ali mesmo. — Tá rezando o que?
— Pai nosso, depois vou rezar uma Ave Maria. Minha mãe me ensinava que rezar assim ia ajudar os que já se foram a descansar. — Respondeu Hyoga após terminar a primeira oração. Vi seus olhos azuis me encararem, suas expressões me lembravam as de Camus, isso me trazia raiva, mas também me dava vontade de chorar e abraçar o menor.
— Entendi, não sabia que era católico.
— Ah, minha mãe me deu essa tradição antes de eu morrer. Ela me levava nas capelas às vezes para rezar pelas almas dos meus avós, me ensinava oração para dormir, essas coisas. Aí resolvi manter o costume pra me lembrar dela depois que o barco terminou de afundar. — Resolvi ouvir ele quieto, até o jeitinho direto de falar ele tinha. — Senhor Milo, você tá bem?
— Como moleque?
— É estranho te ver quieto, e você também tá chorando. Eu disse alguma coisa errada e não notei?
Só agora consegui reparar as lágrimas escorrerem pelo meu rosto. Em um primeiro instante era quente, mas logo após ficava frio por causa desse clima horrível.
— Não é nada moleque. Volta pra sua oração ou vai fazer outra coisa. — Passei a mão na lápide após responder. Tinha que vir visitar esse lugar mais vezes e dar um jeito de dar um fim nesse desespero, se não tanto eu como esse lugar ficaremos feios. Agora que fui reparar nas flores. Íris? Como ele sabia? Será que foi um chute? Não, deve ser só coincidência, é só uma coincidência. — Como sabia as flores preferidas dele? — A pergunta foi no automático.
— Ele falava delas às vezes durante os treinos, então eu acabei memorizando sem querer.
— Entendi. — Me levantei.
— Ele estaria orgulhoso do senhor.
— Como é pivete?
— O senhor mantém um pouco do brilho de Antares, ele ficaria orgulhoso de ver isso.
Soltei um sorriso e comecei a me retirar. Como você é ingênuo, Hyoga de Cisne.
(Fim.)
Notas finais: Íris são as flores que representam a marca registrada da FRança, o país de nascença do Camus, quis acrescentar elas como flores favoritas dele só como um toque especial. Obrigada por ler até aqui, até mais.
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Antares
FanfictionAntares, é descrita tanto como a estrela mais brilhante de toda a constelação de escorpião, como também é conhecida como o décimo quinto e último ataque, o ataque mais forte e também o ataque mais perigoso do golpe da Agulha Escarlate. Milo, o caval...