Único

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Aviso de gatilho: bullying.

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"All my friends are toxic, all ambitionless
So rude and always negative
I need new friends, but it's not that quick and easy
Oh, I'm drowning, let me breathe"

(Toxic, BoyWithUke)

"Todos os meus amigos são tóxicos, todos sem ambição
Tão rudes e sempre negativos
Eu preciso de novos amigos, mas não é tão rápido e fácil assim
Oh, estou afogando, me deixe respirar"

A sala de interrogatório era exatamente como Miya Atsumu tinha imaginado. A luz branca no teto trazia um aspecto frio e aterrorizante ao cômodo. A cadeira de plástico era dura sob seu corpo. E haviam as algemas. Elas foram presas em seus pulsos uma hora mais cedo, quando a polícia bateu em sua porta.

Eram duas da madrugada quando invadiram. Atsumu só se lembra de ser arrancado da cama e algemado com violência. Os protestos de seu gêmeo, as perguntas de seu pai e o choro de sua mãe eram ecos em seu ouvido. O caminho até a delegacia não passava de um borrão.

Ele aguardava de pijama a vinda do delegado. O ruído da porta abrindo lhe fez saltar da cadeira. O senhor que entrou já era conhecido de Atsumu.

— Senhor Hideo — balbuciou.

— Atsumu — respondeu. Hideo era um homem alto, na casa dos cinquenta anos. As vezes ele aparecia em sua casa, bebia com seu pai e lhe perguntava sobre suas notas. — Você sabe por que está aqui?

— Não senhor.

— Pois bem. — Hideo sentou-se na cadeira do outro lado da mesa, pondo sobre ela uma pasta de papel. — Você sabe sobre os assassinatos?

— Sim, eu sei. — Mas o que tinha a ver com ele?

O primeiro corpo foi encontrado há quatro meses, desde então aparecia um por mês. A cidade estava apavorada; era um lugar pequeno, com nem 3 mil habitantes.

— Ótimo, então pode confessar.

— O que?

— Confesse, Atsumu. É você o assassino.

Foi como se o mundo sob os pés de Atsumu tivesse sumido.

— Não, não como assim? De onde saiu isso? Não.

— Por favor Atsumu, eu te conheço desde que você era moleque e está doendo em mim ter que fazer isso. Mas é necessário. Eu nunca achei que você seria capaz de uma atrocidade dessas.

— Senhor Hideo, eu não sei o que está acontecendo mas eu tenho certeza que eu não sou um assassino. Eu não matei ninguém, sou inocente.

Calmamente, Hideo abriu a pasta e pegou um papel, o colocando de forma que Atsumu pudesse ver. Era uma folha com um desenho de Atsumu, feito a lápis e extremamente realista.

— O que é isso? — A parte petulante de Atsumu quis responder de forma grosseira, mas por sorte e contenção não aconteceu. A situação dele não era boa e ser sarcástico não ajudaria a melhorar.

— Um retrato falado.

— Mas ninguém viu o assassino.

— A vítima que escapou viu.

Atsumu piscou, surpreso. Ele vinha acompanhando o caso, já que seus pais sempre assistiam o noticiário. A escola fazia palestras e aulas de recomendação e cuidado. E até mesmo um toque de recolher foi estipulado. Mas mesmo assim as pessoas ainda sumiam e só apareciam seus cadáveres.

Assassino (AtsuHina)Onde histórias criam vida. Descubra agora