Amanheceu com cheiro de café, com olhos entreabertos, rosto amassado, meias nos pés. A preguiça matinal impedia o despertar total, coceirinha local, o esfregar dos olhos, cabelos bagunçados, barulho dos carros, mais um dia batendo na porta.
Os pássaros cantavam ao longe. Ou perto? Não sei ao certo. Todo amanhecer era uma dor, o não saber, o desconforto, as incertezas, os olhos negando-se a manter-se abertos.
Lençol embolado, alarme desligado, e o inferno do atraso de sempre. A saturação do dia era a primeira a abrir as janelas. A ansiedade fumegante, mensagens na tela, nenhuma vontade de responder.
Mas o dia se impõe, o levantar se torna essencial. Primeira mensagem respondida. Segunda aberta. Café na xícara. Comprimido na língua, tênis nos pés, breve suspiro, e esboço de sorriso. Afinal, mais uma pequena batalha foi vencida.