Kirishima estava agitado e nervoso, seu coração batia rapidamente dentro do peito como se fosse ter algum tipo de ataque cardíaco. Mas era apenas nervosismo.
Havia se preparado para aquele momento faz três dias desse que decidiu que estava na hora de se declarar para a pessoa que gostava. Só que tinha muitos motivos pelos quais estava nervoso:
Um, nunca havia feito aquilo.
Dois, não sabia como fazer aquilo.
Três, a pessoa era Katsuki Bakugou.
Os três eram suficientes, mas o terceiro motivo era o pior de todos. Bakugou era, provavelmente, a pessoa mais explosiva que já havia conhecido em toda sua vida, mas também, por baixo daquela carranca excessiva, estava alguém determinado, super másculo na visão de Eijirou e que também sabia reconhecer o poder dos outros, mesmo que não falasse nada e xingava todos para os setes ventos, como se sua vida dependesse daquilo.
Mas Kirishima era perfeitamente seu oposto e complemento: era dócil, sabia fazer amigos e odiava palavrões.
A pergunta que todos se faziam era o porquê o falso ruivo havia se apaixonado pelo loiro explosivo. E o motivo era que, apesar de ter forçado tanto o contato e a amizade, Bakugou o aceitou como amigo e pôde conhecê-lo melhor. O rapaz se preocupava com Kirishima mesmo que sem querer. Passavam horas juntos: no dormitório, comendo em outros lugares e assim por diante. Fora inevitável não se apaixonar pelo melhor amigo.
Portanto, decidira que iria se declarar. Não gostava do pensamento de ter que se agonizar por dias e noites por conta de sentimentos que acabara nutrindo pelo outro. Apenas achou que fosse melhor soltar tudo de uma vez, o máximo que podia receber era um não.
Na verdade, vindo de Katsuki Bakugou, podia receber um "vai se foder" ou "me deixa em paz", aquele era o máximo que podia receber.
Respirou fundo, contou até três e saiu do quarto.
Bakugou estava deitado na cama, provavelmente no seu décimo sono, roncando alto como um trator quebrado.
Tinha tido um dia difícil com treinos pesados e seus músculos doíam, então a primeira coisa que fez ao voltar para o dormitório foi deitar na cama e desmaiar de sono e cansaço.
Pode se dizer que estava tendo uma noite de sono maravilhosa, se não fosse pelas batidas incansáveis na porta, quase a derrubando com tanta força. O loiro acordou completamente insano e irritado, indo até a porta, as faíscas em suas mãos denunciavam que mataria qualquer pessoa que estivesse atrás daquela porta atrapalhando seu descanso.
— O que foi, porra?! — gritou ele ao abrir a porta e preparou-se para explodir a pessoa, porém deu ataque não surtiu efeito ao ver Kirishima endurecido logo à sua frente. — O que você quer, cabelo de merda?! Não sabe olhar o relógio? São duas da manhã, caralho!
Kirishima voltou ao normal, mas Bakugo percebeu que o rapaz estava trêmulo dos pés até o último fio de cabelo. E teve a sensação de que não fora por conta de seus xingamentos ou sua explosão, que, por incrível que pareça, não chamara a atenção dos colegas dos quartos ao lado.
— Bakugou! Eu queria conversar com você sobre uma coisa.
— Às duas da manhã?! Não ia morrer esperar algumas horas, eu estou quebrado, lascado, fod...
— É importante, por favor, me escute ou eu não vou ter coragem outra vez. — interrompeu o rapaz, adentrando o quarto sem pedir licença.
Bakugou grunhiu tão alto que Kirishima quase vacilou.
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compromisso
RomanceKirishima havia se preparado há dias para finalmente se declarar para quem amava, mas tinha três problemas: nunca havia feito aquilo, não sabia como fazer aquilo e a pessoa era Katsuki Bakugou.