This smells like passion

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Boa leitura !

Draco Malfoy p.o.v.

Hold, hold on, hold on to me

Assim que rodei a chave na fechadura de casa, a porta lateral que ficava perto da garagem onde deixei o carro, o arrependimento veio.

Sei que não poderia ficar na casa de Harry para sempre, nem fugir por mais um dia para a de Pansy ou Hermione para não ter que voltar. A ideia era tentadora entretanto.

Quando Harry me perguntou o que eu iria fazer eu senti que ele não estava falando de hoje. Talvez estivesse incluído, mas não era só isso.

A questão é o que aquilo queria dizer.

Eu só queria chegar no meu quarto, tomar um bom banho quente e deitar.

'Cause I'm a little unsteady

Passando pelo corredor que ligava até a casa e passava pela porta da cozinha, percebi de longe a movimentação na sala. Chegando na entrada principal eu tinha duas opções, virar a esquerda e subir as escadas bem devagar, ou seguir em frente até a sala.

'O que você vai fazer agora Draco ?'

Respirando fundo andei com calma até a sala, e em poucos passos estaria lá, quando travei.

Mesmo que eu subisse eles saberiam que eu cheguei, então não adiantava tanto subir para o meu quarto. Só iria adiar. De novo.

A little unsteady

- ... então se você puder me ligar em duas semanas com os resultados das tabelas seria bom - Ouvi meu pai falar, e quando tive visão do lugar vi que ele estava no telefone e com papéis para variar. Minha mãe tomava chá no sofá e folheava uma revista - Me mande por email... tanto o pessoal quando o da empres-

- Oi mãe - Acenei quando ela desviou os olhos da revista - Oi pai.

- Hm... eu te ligo mais tarde - Ele disse rápido - Acertamos tudo depois.

- Draco - Minha mãe fechou a revista e colocou ao seu lado, levantando para repor o chá e servir mais xícaras - Sente, por favor.

Suspirei já imaginando o quanto aquilo seria cansativo, sempre repetitivo. Caminhei até o sofá e despenquei nele.

- Podemos saber onde passou a noite, quando claramente pedimos para você voltar ? - Minha mãe começou com a primeira pergunta em um tom sério porém controlado. Apesar de tudo ela ainda se preocupa como mãe, e eu não gosto de falhar com ela.

- Estava na casa de... um garoto - Respondi sem querer entrar em muitos detalhes. Eles não tinham nenhum problema com a minha sexualidade. Na época foi chocante e eles não sabiam como agir, o que era engraçado porque eles pareciam ter medo de me magoar com qualquer frase, até eu explicar (rindo muito) que nada mudou - Passei a noite e o resto do dia lá.

- Um garoto... garoto ? - Meu pai perguntou. Ele ainda ficava sem jeito, parecia sempre tomar cuidado e repensar no que ia falar.

- Sim pai, um garoto que eu estou saindo - Disse por fim sorrindo.

Esses últimos tempos tem sido tão conflituosos que eu esqueci como era bom conversar com eles. Sem estudos, sem faculdade, sem futuro, sem pressão.

Eles não eram os pais mais presentes do mundo, nem os mais carinhosos e grudados, mas eram bons. Eu ouvia no jantar minha mãe falar das roupas das lojas que ela visitava nas viagens com meu pai, e ele reclamando como ela sempre terminava comprando as mesmas coisas caras de sempre. Era uma reclamação engraçada já que ele sempre dizia que eram todas lindas.

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