Capítulo 37

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Fim de domingo, a noite já tinha chegado. Chaeyoung e Lisa tinham acabado de deitar, a Manoban ficou entre os braços da mais velha aproveitando de um cafune.

A Park havia chegado a algumas horas da casa de seus pais, desfez a pequena bagagem que tinha levado, tomou um banho e vestiu uma blusa grande o suficiente para chegar até o meio de suas coxas. Quando chegou no quarto se deparou com a namorada apenas com a típica regata e o samba-canção que sempre vinha acompanhado de estampas duvidosas. A mais nova, que estava até então no computador, desligou rapidamente para ir dar atenção a namorada.

- Como foi na casa dos seus pais?- Perguntou apertando-se mais no corpo da outra.

- Foi bom, eu estava com saudades deles.- Falou simples.

- Você disse que ia lá para resolver algumas coisas, deu tudo certo?- Questionou curiosa.

- Aham.- Murmurou.- É só meu pai, ele está meio que doente.

- O que ele tem?- Olhou preocupada para o rosto da garota.- Podia ter me contado antes.

- Obstrução pulmonar.- Explicou.- Faz uns quatro anos que ele foi diagnósticado, e as vezes tem umas crises.

- Sinto muito.- Sabia que aquela doença era bem perigosa.

- Entende porque eu queria que você não se envolvesse com isso.- Apontou para a cartela que estava ao lado do cinzeiro sobre a cabeceira.- Meu pai passou a minha infância toda e parte da minha adolescência fumando, e agora olha como ele está.

- Eu... não sei o que te dizer.- Foi sincera.- Sinto muito mesmo pela situação do seu pai e te entendo.

- Ok.- Falou deixando que o silêncio tomasse conta do ambiente.

[...]

Lisa voltou a ir na terapia, era inegável que as consultas com Minzy lhe ajudaram muito. Por isso acabou voltando, e teve que se justificar pelas mensagens e ligações não atendidas da terapeuta.

Sentia-a um pouco mais leve depois das consultas, mesmo que tenha os amigos e a namorada haviam coisas que apenas um profissional poderia dizer com clareza e com imparcialidade. Não podia negar que ainda pensava bastantes nos seus pais, mesmo que fossem quem são Lisa ainda queria poder chamá-los de pais e sentir que eles realmente eram aquilo, porém não podia se apoiar em falsas esperanças ou coisas do tipo. Também teve que ir a uma consulta médica para pegar o resultado dos exames que tinha feito e saber se havia algo errado consigo.

- A senhorita gostaria de uma pasta italiana refinada.- Chaeyoung apareceu com duas tigelas na sala.- E um tempero totalmente natural e sem químicos?

- Desde quando você faz esse tipo de comida?- Perguntou curiosa.

- Apenas coma.- Entregou a tigela e um talher. Lisa acentiu e começou a comer.

- Por acaso a sua pasta italiana refinada com tempero totalmente natural e sem químicos seria mais conhecida como... miojo?- Questionou.

- Como sabes?- Fingiu supressa.

- Nos não comemos miojo demais?- Lisa falou.- Nossa esperança média de vida deve estar o que? Só mais uns dois anos?

- Somos estudantes e trabalhamos, ainda no início da vida adulta, não se preocupe deve ter mais trezentas pessoas comendo miojo todos os dias.- Justificou tendo certeza do que falava.- E não vou chegar cansada e cozinhar um banquete.

- Se quiser eu posso cozinhar.- Ofereceu-se de bom agrado.- Sabe que fico em home office.

- Fora de cogitaçao.- Disse rapidamente.- Se o miojo já faz mal imagina a sua comida.

First Impression (Intersexo)Onde histórias criam vida. Descubra agora