Divina.

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Oi? Não sei se alguém vai realmente ler isso aqui, mas sejam bem-vindos
(A parte em itálico é lembrança)
...

Olhos esmeraldas passearam por todas as extremidades daquele ambiente. A ruiva parou
um instante para observar que em uma mesa mais afastada estava um grupo de jovens; Em uma outra, três homens que no momento olhavam-na de uma forma que fazia mulher querer golfar. Homens malditos - Pensou. Mas decidida a ignorar, a ruiva continuou a observar o lugar, notando mais duas mulheres sentadas sob o bar, decidindo fazer o mesmo logo em seguida. Enquanto andava em direção ao grande balcão, a mulher agradeceu mentalmente por não haver muitas pessoas. Além de não ser adepta a locais lotados, ela  não tinha interesse algum em ser vista em um pub, principalmente quando seus pais  religiosos eram figuras exemplares naquela cidade.

Sentando-se sob o balcão que tinha cheiro de cerveja, ela pediu ao barman whisky e ao esperar voltou a observar o ambiente, pensando o rumo que sua vida havia tomado. Há um ano estava fazendo uma tour pelo mundo, conhecendo os mais refinados restaurantes e no outro estava ali... Em uma cidadezinha minúscula, que infelizmente era onde havia nascido; Em um barzinho de meia tigela, tomando whisky barato e ignorando uma mensagem possivelmente importante do namorado. Dessa vez ela realmente tinha se superado.

A fachada brilhosa enchia os olhos da mulher de excitação. As luzes que remetiam a
velas também não passavam despercebidas. Toda aquela atmosfera romântica deixava a ruiva extasiada. O restaurante que seu namorado havia escolhido agradou a mulher antes mesmo de ambos entrarem. Com uma decoração clássica e sua culinária francesa, a ruiva estava disposta a dizer sim a tudo que o homem pedisse. A escolha de mesa dele também não passou despercebida aos olhos atentos da mulher, que sempre preferiu a discrição.

- Esse vestido é lindo, minha querida, mas eu preferia que usasse algo menos justo - Disse Faustus enquanto puxava a cadeira para a namorada e sentava-se a seguir - Sua barriga está marcando demais, seria bom até tentar uma dieta. Você sabe que só quero seu bem.

Zelda, que estava em um vestido vermelho colado ao corpo, cerrou os olhos controlando-se
para não ser rude diante do comentário dele, resolvendo apenas olhar o menu. Após alguns
minutos, Faustus fez o pedido de seus respectivos pratos e adicionou um vinho.

- Como foi seu dia? - O homem perguntou e a mulher pensou o quão genérico aquilo era.

- O de sempre, Faustus - Falou quase entediada olhando o rosto pálido de seu namorado - E o seu?

- Cheio! Muito cheio! E ainda tem um idiota lá na empresa que vive me enchendo o saco. Sempre dizendo o quão bom é ser solteiro. É um fracassado.

- Imagino.

Não, ela não imaginava.

- A verdade é que ele não sabe o que está perdendo não tendo uma mulher para chamar de sua - Zelda não conseguiu não revirar os olhos e também não se deu o trabalho de observar se seu namorado tinha visto. Aquela conversa a estava deixando enojada e ela agradeceu mentalmente quando o garçom apareceu com a bebida.

A ruiva mais uma vez ficou feliz com a escolha de mesa, já que de onde estava conseguia ver quase todos que compunham o restaurante. Enquanto bebericava o vinho, ela observou o casal novo que jantava calmamente. Eles pareciam muito felizes e Zelda inconscientemente invejou aquilo. O clima lá parecia tão agradável... Havia também um grupinho de amigos... Quando foi a última vez que saíra com amigos de verdade? - Pensou em um devaneio, mas após forçar uma memória percebeu que de fato havia muito tempo.

- Zelda, minha querida, preciso ir ao toalete. Me dê licença - A voz grave chamou a atenção da mulher de volta à mesa e ela apenas acenou vendo o namorado se afastar.

You're how I prayOnde histórias criam vida. Descubra agora