Capítulo único

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Era só mais um dia comum como qualquer outro para Ace, mas isso não significava que para o seu namorado também fosse. Pelo contrário, recebera diversos áudios do platinado lhe relatando todos os ocorridos daquele dia com o seu chefe, o qual, infelizmente, também era seu pai. 

Ace sabia o quanto poderia ser estressante trabalhar para a família, ainda mais com o tipo de pai que Yamato tinha. Entendia que a situação era delicada para o mais velho e tentava de todas as formas ajudá-lo. 

O platinado sempre quis sua independência da família, mas sua única alternativa para dar os primeiros passos para sua emancipação fora trabalhar para Kaido começando de baixo e provar para ele que podia sim ser quem ele quisesse, podia se virar e dar conta de suas finanças sozinho.

E, claro, Ace o apoiou naquela decisão, mas também lhe deu outras alternativas para que pudesse seguir caso não aguentasse mais a pressão parental. Sabia que seu namorado estava sob um constante estresse, tanto no trabalho quanto em casa, principalmente pelo fato de Kaido insistir que Yamato deveria ser seu sucessor nos negócios. 

Entretanto, Yamato odiava o trabalho de seu pai, odiava até mesmo pisar naquela empresa farmacêutica que servia como fachada para comércio ilegal. 

E Kaido havia lhe feito uma proposta: para que Yamato trabalhasse consigo pelo menos um ano, dando o melhor de si e, caso mesmo assim não mudasse de ideia e aguentasse o tempo necessário, o gigantesco homem abriria uma exceção para que o platinado escolhesse um outro caminho. 

Claro, até chegar a essa proposta foram longos e longos discursos, intervenções de amigos e parentes até que o moreno abrisse um pouquinho seu coração e lhe desse uma chance. 

Yamato sabia que não seria algo fácil, principalmente por saber como seu pai era: não lhe daria uma pingo de descanso para que assim não pudesse cumprir sua parte do trato. Mas o platinado era persistente e seu espírito era como um bravo samurai, disposto a dar sua vida pelo seu objetivo, pelo seu sonho.

E tal obstinação era o que mais encantara Ace quando se conheceram e começaram a namorar. Para o sardento, Yamato era o conjunto mais perfeito que já existira, era a combinação de todas as qualidades que sempre desejou em alguém. 

O platinado era engraçado e aceitava completamente suas loucuras, até mesmo ia consigo em qualquer surto para alguma aventura repentina, também compartilhavam de uma teimosia e obstinação intensas. Yamato queria ser livre, sentir o vento da liberdade contra seu rosto e Ace era a sua libertação. 

O moreno seguiu para a floricultura mais próxima de sua casa e escolheu o buquê mais bonito que pudesse oferecer ao namorado. Sabia o quanto aquelas demonstrações de carinho o acalmavam e o tranquilizavam. Aquele dia o platinado certamente merecia aquele cuidado e dedicação. 

Logo pegava seu celular para mandar mensagem para o namorado, dizendo para que fosse direto para sua casa após o trabalho e que tinha uma surpresa para si. A resposta não demorou para chegar em forma de uma confirmação e o moreno sorriu empolgado, cantarolando enquanto se dirigia ao caixa para pagar pelas flores e poder voltar para casa e preparar tudo que precisava. 

[...]

Ace correu para a porta de entrada ao ouvir a campainha ressoar, não queria deixar o platinado esperando muito mais do que deveria. Assim que vislumbrou a face bela e aparentemente cansada, o moreno não tardou em lhe puxar para um selar longo e que transpassasse todas as saudades que sentira naquele período em que passaram sem se ver pessoalmente. 

— Vem, bebê, preparei uma noite toda para você relaxar. — Afirmou o sardento descendo suas mãos pelos braços do namorado e segurando as dele.

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