⌜ a r r e p e n d i m e n t o s ⌟

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TW = menções de EPT (estresse pós traumático), menções a paralisia do sono

Eu uso muita analogia com flores então aqui estão os significados das usadas nesse capítulo:

    — Margaridas selvagens: ainda penso em ti.
    — Violetas azuis: lealdade

Aproveitem o capítulo :D

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    "K-kakashi..." ao dizer isso mais sangue foi cuspido de sua boca, seus olhos perdendo sua luz e suas pernas não conseguindo aguentar mais seu próprio peso. A tinta roxa de seu rosto completamente manchada e uma pequena lágrima solitária foi o que o garoto albino conseguiu focar, sua mão sentindo o coração de sua amiga parar de bater, enquanto o corpo dela colapsava em cima do dele, sentindo uma onda de adrenalina enquanto ele desmaiava.
  Ele acordou, se deparando com um local completamente preto, não havia luz, não havia locais onde ele pudesse fugir, apenas o breu. Ele se levantou e tentou entender onde o mesmo estava porém ao ouvir uma voz ele travou.
    "Por que...?" A voz era estranhamente familiar, ela tinha um tom doce como o de uma voz infantil, o que só fazia a experiência ainda mais desconfortável. "Você me prometeu..." Kakashi se virou e tentou dizer algo, essas situações eram recorrentes, ele já esteve aqui milhares de vezes, porém nada saiu, ele não conseguiu produzir som, foi como se suas cordas vocais tivessem sido esmagadas. A única coisa que o restou foi olhar a figura de seu antigo amigo, seu antigo rival, a pessoa que ele confiaria sua própria vida — e que no fim realmente confiou — enquanto o mesmo esfregava todos os seus erros em sua face. Ele não queria olhar, porém por algum motivo ele também não conseguia parar o ato, era como um ciclo vicioso.
    "Você disse que a protegeria..." a voz do garoto de cabelos negros ficou trêmula, seus olhos antes bloqueados pela escuridão agora mostravam claro ódio e nojo, como se o que ele estivesse olhando fosse algum tipo de inseto, algo que não merecesse empatia. O albino tentou fechar os olhos e evitar aquele olhar, mas foi em vão; seus olhos começaram a lacrimejar, ele sentiu os próprios lábios ficarem secos, suas pernas fraquejaram e ele tinha certeza de que se não fosse a adrenalina ele já estaria caído no chão.
    "Você não tem noção do quanto eu te odeio hatake" foi a última coisa que a figura disse antes de desaparecer completamente. Isso foi o estopim.
  Sua respiração acelerou e ele finalmente perdeu a força de seu corpo, lágrimas grossas correndo por sua face como uma cachoeira de culpa; seu chão desabou e ele se viu caindo em um precipício de escuridão.
  Kakashi acordou, ainda se sentindo pesado, como se sua queda ainda não tivesse terminado, sua respiração era quase não existente e ele mal conseguia mexer o próprio corpo; ele ainda conseguia escutar quão barulhento aquele vazio era, mesmo sendo tão silencioso. Ele tentou se acalmar; ele precisava se acalmar.
  Após alguns minutos, que pareciam horas, o albino se levantou, indo em direção ao seu banheiro; levou um tempo para ele se abituar com a luz do local, ele foi até a pia e se olhou no espelho, soltando um suspiro que ele não sabia estar segurando; olhando para suas mãos ele ainda conseguia ver, ele abriu a torneira e começou a lavá-las, mas nunca saía, suas mãos começaram a arder e leve marcas de queimado conseguiam ser vistas. Ele lavou seu rosto e novamente suspirou, dessa vez um suspiro mais confiante. Talvez um café o ajudaria a pensar melhor.

  Ás 6:30 da manhã ele foi a floricultura local e comprou um arranje de margaridas selvagens e violetas azuis, e quando estava prestes a pagar escutou a sra. Yamanaka dizer algo. "A pessoa que vai receber essas flores realmente é sortuda!"
    "Não sei se consigo concordar com essa afirmação" o albino soltou uma leve risada, apenas para descontrair.
  Ao sair da loja ele foi para o cemitério, um caminho bem conhecido pelo Hatake; enquanto ele andava até a lápide de seu antigo amigo o mesmo tentou anexar o arranjo em uma carta, deixando tudo mais agradável de se olhar.
  Em frente de seu local de destino ele se agachou, sentindo um aperto em seu coração, ele deixou a carta junto de um pacote de dangos que ele havia comprado.
    "Feliz aniversário...!" Sua voz saiu tremida, ele suspirou, ganhando mais confiança para continuar falando. "Eu espero que você goste do presente... eu sinto sua falta...". Ele continuou ali por mais um tempo, saindo daquela parte do cemitério apenas para ir para outra, onde se encontrava sua antiga parceira de equipe.

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    "Onde é que ele 'tá em? Ele sempre reclama de que se a gente quiser ser ninja a gente tem que ser profissional mas ele nunca aparece no tempo certo!" Um certo loiro reclamou, falando um pouco alto demais no processo.
    "Ele já deve estar vindo idiota" uma voz cansada e com certeza bem mais baixa falou, o tom de irritação era bem claro.
    "Eu sei Sasuke! Mas é só muito hipnótica dele dizer isso!"
    "É hipócrita Naruto." A única garota do time disse. "E você ouviu o Sasuke–kun, ele já deve estar vindo."
    "'Você ouviu o Sasuke–kun, ele deve estar vindo', isso não muda o fato de que ele é um irresponsável! Você de todas as pessoas sabe disso Sakura" O Uzumaki claramente não estava feliz com o comportamento do seu sensei, e ele iria reclamar com o mundo sobre isso.
    "Eu também não estou nem um pouco feliz com isso, mas ele vai chegar uma hora; você só precisa esperar Naruto" A rosada estava perdendo a paciência que ela tinha e agradeceu internamente quando viu seu sensei na distância.
    "Ohayō!" De repente Kakashi se encontrava em frente de seus alunos, sorrindo com os olhos.
    "'Tá atrasado!" Naruto e Sakura falaram em uníssono, enquanto Sasuke apenas o encarou com um olhar reprovador.
    "Dessa vez tem um bom motivo para isso. A Godaime nos confiou uma missão bastante importante." As faces das crianças foram de descrença para animação e curiosidade enquanto o sensei falava, cada um com uma enterpretação do que 'importante' significava.
  O primeiro a falar foi Naruto, sugerindo mil e uma possibilidades de missões que eles iriam fazer, mas entre todas elas ele não estava esperando ouvir o que realmente era.
    "UMA FLOR?! Kakashi–sensei desde quando ir atrás de uma flor é importante?!" O loiro estava indignado, ele achava que eles iriam escoltar alguém importante, ou ir atrás de algum pergaminho secreto! Não ir procurar uma flor no meio do nada.
    "Naruto, a flor que o Kakashi–sensei está falando é a Flos Aestatis, um de seus nomes alternativos é flor de verão ou Natsu No Hana, ela é uma planta medicinal potente e é extremamente rara de se achar por conta do local onde ela nasce e por ela florescer apenas durante a primeira semana do verão. Nós aprendemos isso na academia ninja, você devia saber!
    "Eu acho que eu faltei essa aula..." Naruto disse enquanto coçava sua bochecha, se assustando pelo olhar que sua amiga o deu ele logo adicionou. "Mas agora que você explicou eu entendi tudinho!"
    "Hmpf, bom mesmo"
  O albino explicou a missão em mais detalhes e os mandou para casa para buscar os equipamentos e recursos necessários para a longa viajem.
  Enquanto isso na distância, sob algum galho de alguma árvore se encontrava um indivíduo deveras estranho; com um manto preto estampando nuvens vermelhas e uma máscara cobrindo a parte esquerda de seu rosto, a parte direita revelando olhos nostálgicos e um pequeno sorriso em seu rosto, segurando uma carta aberta em sua mão.
    "É bom saber que você está bem..."

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Oiee! Autora aqui!
Se algum de vocês já leu a fanfic Arrependimentos no spirit, não se preocupem, eu sou a mesma pessoa que a escreveu ano passado :)
Eu decidi reescreve-la já que eu mudei bastante o meu jeito de escrita e eu odiei para onde a história tava indo.
Espero que tenham gostado!

1275 palavras

:]