Capítulo 9

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Entrei na sala e a porta se fechou,logo percebi que o ambiente era escuro,a única coisa que iluminava era o sol que entrava por uma das janelas quebradas

Não dava para enxergar muito bem pela falta de luz,mas no meio havia uma mesa,igual as outras,no centro tinha uma lâmpada que também não ajudava na iluminação

Como todas as outras sala,tinha uma cadeira de frente a outra e em uma delas ele estava lá,sentado e parado,nem parecia ligar para a pessoa que acabara de entrar

Me aproximei da mesa e puxei a cadeira me sentando logo em seguida,minhas mãos estavam trêmulas e eu estava suando um pouco

Não consegui ver muito bem mas dava para perceber que ele estava usando uma camisa de força branca e suja,o mesmo estava com a cabeça abaixada olhando para o chão

Depois de alguns minutos em um silêncio horrível eu decidi falar algo

— O-oi,eu sou a doutora Harleen Quinzel,sua nova psiquiatra - falei com a voz meio falha mas pelo menos consegui terminar a frase

Eu achei que ele nem iria ligar, mas na hora que eu disse meu nome o mesmo levantou sua cabeça e me encarou

Bom, eu tive a sensação pois não conseguia ver sua face, não conseguia olhar em seus olhos nem nada,o que era horroroso pois queria vê-lo

Eu precisava vê-lo,é claro,precisava porque ele era meu paciente

— Você não vai... Dizer nada? - perguntei esperando alguma resposta mas ele não disse uma palavra se quer

Eu não sabia o que fazer ou como reagir,apenas sentia o olhar dele sobre mim e confesso,estava muito nervosa e com um pouco de medo

Os minutos se estendiam parecendo horas e ele... O Coringa,não havia dito nada

Eu fiquei a todo momento olhando para minha prancheta rabiscando qualquer coisa nela pois o clima estava estranho,me deixando totalmente desconfortável

— Doutora Quinzel,a consulta acabou - um guarda entrou me avisando e eu dei graças a Deus por isso,já não aguentava mais

Me levantei com pressa da cadeira e nem fiz questão de dar tchau pra ele pois sabia que o mesmo não responderia

Andei até a porta e quando ia sair uma voz rouca e fria chegou aos meus ouvidos

— Tchau,doutora Quinzel - parei de andar nesse exato momento e fiquei "paralisada"

Ele tinha falado,finalmente tinha falado,mas porquê no final da consulta,justamente no final?

— T-tchau - respondi com a respiração acelerada e ele começou a rir,a mesma risada que eu havia escutado no dia anterior

— Vamos doutora? - o guarda me chamou outra vez e eu consegui sair de minha paralisia

— Vamos - sai de lá andando rápido e o guarda fechou a porta enquanto o meu paciente continuava rindo

— Você está bem doutora? - ele me perguntou

— Sim,é que eu tô.. meio cansada só isso

— Ah claro,bom eu acho que já está na sua hora de ir embora não é?

— Está sim,eu já vou indo então - sorri fraco

— Ok, vá com cuidado - ele disse simpático

— Pode deixar - dei uma leve risada

Quando percebi, a risada do palhaço já não se dava mais para escutar pois ele tinha parado

Me virei e sai andando até a saída,eu tinha que falar com o comissário sobre o dia de hoje para ele saber se eu gostei,mas estava com preguiça de ir lá, amanhã iria falar

[...]

— Finalmente em casa - entrei retirando meus saltos com os pés

Depois que saí do trabalho, parei em qualquer lanchonete para comer,eu estava com fome pois não havia comido nada desde que acordei

E o difícil era que eu não parava de pensar no Coringa,não consegui ver seu rosto nem nada,mas a voz dele fez meu corpo inteiro se arrepiar,não sei por que,mas me deu uma coisa diferente

E isso só porque ele disse "tchau doutora",como eu podia estar assim? Foi apenas a primeira consulta,e.. nada de mais

Toxic Love {CONCLUÍDA}Onde histórias criam vida. Descubra agora