O começo

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— Já terminou de apreciar? - Perguntou com a mão na cintura olhando para baixo. Seu olhar não indicava alegria, muito menos deprezo, e seu ton de voz soava malicioso.

— E-Eu...- A esverdeada estava vermelha dos pés a cabeça, sua mente não conseguia raciocinar direito. Havia milhões de coisas que ela queria dizer naquele momento, mas parecia que as palavras não saiam. Então optou por apenas recuar; — Preciso usar o banheiro! - Falou um pouco mais alto do que o normal e saiu andando rápido para a porta ao lado com suas coisas, sem olhar para o garoto. Entrou com rapidez e a fechou na mesma hora, largando suas coisas no chão do local, deu um breve suspiro pesado encostada na porta e foi em direção a pia lavar o rosto. "Exagerado porém bonito" pensava olhando em volta, se apoiou com as duas mãos na bancada de mármore e começou a se olhar no espelho por alguns instantes. "Será que isso foi realmente uma boa idéia?" Se questionava abrindo a torneira, colocou as mãos embaixo da água agitada do cano, e logo sentiu um arrepio pelo corpo. Fechou as mãos em forma de concha com um pouco de água que escorria entre os dedos finos, e levou ao rosto, sentindo o líquido gélido e uma sensação de refrescância. Levantou a cabeça, e voltou a se olhar no espelho novamente. "Como será que a Gi estar?"

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Corria o mais rápido que podia atrás da cacheada, estava começando a duvidar se ela era realmente um ser humano pela sua velocidade em apenas andar.

— Er...desculpe...é que...onde estamos indo? - Tentei ser o mais gentil possível, mas acabei sendo ignorada. Isso estava me preocupando, já que a cada esquina que dobravámos eu sentia que me afastava mais e mais da Sofia. Quando finalmente ia protestar, ela parou bruscamente em minha frente, fazendo com que eu batesse em sua costa.

— Chegamos! - Abriu um enorme sorriso com os olhos fechados, mas sabia que era falso pelo jeito que ela contraía os dentes; — Qualquer coisa, estou lá embaixo com o pessoal. - Bateu duas vezes na porta, recebendo um "entra" de uma voz um tanto tediosa e cansada. Me deu passagem para adentrar local, e saiu andando o caminho de volta, desaparecendo da minha visão assim que virou a esquina. Me perguntava o porquê meu quarto ficava tão escondido, e tão longe dos outros, mais mesmo assim continuei indo em frente. Engoli seco, e girei a maçaneta um pouco receosa.

— O-Olá? - Fui abrindo a porta devagar e um tanto nervosa, quando finalmente pude ter uma melhor visão do local, a empurrei de vez, sem fazer barulho. Assim que a abri completamente, tomei um susto com o tamanho do quarto, ele era grande, e com várias cômodas de luxo. Percori meu olhar curioso por todo o local, até parar em um garoto jogado em cima da única cama naquele lugar. Ele estava de peito para baixo, resmungando alguma coisa que eu não conseguia decifrar, e ao seu lado havia algumas garafas de Budweiser. " Ele está bêbado?" comecei a me aproximar aos poucos, até chegar no garoto de pele morena. Larguei minhas coisas no chão, e fui aproximando minha mão até seu rosto, mas quando ia tocar sua face, ele acorda bruscamente me fazendo dar um pulo para trás.
— Onde eu estou!? - Falava com os olhos arregalados, que logo viraram em minha direção; — Quem é você? - Apontou pra mim assustado.

—...eu sou...sua colega de quarto, até o momento...não sei se você se lembra de mim, mas me chamo Gio-...

— O que é isso!? - Ele me interrompe, fazendo com que eu ficasse surpresa com a sua pergunta seguinte; — Eu pedi strips gostosas vestidas de enfermeira...não um abacate do tamanho real! Isso não é sexy! - Se levantou da cama, e me olhou com desdém. Certamente aquilo não era um elogio. Pedi para retirasse o que disse, me senti um pouco ofendida pelo comentário. Infelizmente não foi isso que aconteceu, ele me olhou indignado e depois disse.

— O que foi seu abacate ambulante? Ficou ofendido porquê eu disse que você não é gostoso?...Eu sei que todo mundo quer meu pau, mais você podia ser menos verde e menos "grande". No mundo dos abacates ninguém faz dieta ou exercícios? - Soltou um risada, arrotando em seguida. Olhei séria para ele, não acreditava no que estava ouvindo, pensava seriamente se aquilo não havia sido um erro. Tive que engolir minha raiva contra minha vontade, sabia que não podia descontar nele, já que estava bêbado. Quando me dei conta que só tinha uma cama no quarto, arregalei os olhos em forma de surpresa. Não iria dormir o resto dos finais de semana ao lado de uma pessoa que fedia a álcool e drogas.

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⏰ Última atualização: Dec 18, 2021 ⏰

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