Capitulo III

8.9K 511 5
                                    

Minha noite foi "conturbada" então resolvi voltar a ler de manhã jogando as responsabilidades da festa nas costas da minha sogra, tudo o que ela queria... E então voltei a ler a segunda página.
Desesperada era pouco para mostrar como me sentia naquele dia, então esbarrei em uma mulher no centro da cidade. Seu cabelo era curto e tinha uma franja reta que eu aderi depois de um tempo, suas roupas só de olhar se percebia que eram de alto luxo, ou você via nela uma empresária bem sucedida ou uma mulher de executivo rico, mas as aparências enganam Beatriz era uma prostituta de luxo.

 Ela me olhou e viu que eu era interessante,  com meu rosto inocente e o cabelo louro natural e viu futuro em mim. Pra alguém que precisava muito foi o melhor a se fazer, tive 3 clientes antes do que ia mudar minha vida... Não é tão difícil, as pessoas dramatizam ainda mais quando se é uma de luxo. Os homens são normalmente limpos e não falam muito só entregam o dinheiro e vão embora. 

Quando vi Ícaro Micalizzi não sabia se fugia, vomitava ou fingia não conhecê-lo. Fiquei com a última opção mas ele me reconheceu logo de cara, nossa será que não mudei nada desde o 7 anos? Pensei muito sobre isso e cheguei a conclusão de que eu era a mesma tirando a amargura e a sede de vingança.
"você descobriu, Parabéns!"  Disse tentando não parecer envergonhada mesmo sentindo que estava corada.
"fico triste por estar nesse mundo, mas feliz por ter te achado, seu pai cortou relacionamentos comigo, eu sempre quis te ver" disse chegando perto de mim, ele agora estava grisalho continuava charmoso e encantador chegava até mim com seu jeito calmo e foi ai que o destino de Livia Feghali e Ícaro Micalizzi se uniram.

 Tudo o que aprendi no mundo do crime foi com ele, Ìcaro é um gênio nato, se eu sou o que sou é por causa dele. Eu e Ícaro obviamente tivemos um caso, nossa atração era forte e com um tempo acabou virando amor. Ícaro não tinha filhos então eu fui a escolhida para ficar em seu lugar na ação, já que ele estava ficando velho... um velho lindo e charmoso, mas velho.
Demorei mais ou menos 1 ano de treinamento para ser o que sou hoje em questão de luta pelo menos, sempre aprendi rápido mesmo... aprendi a atirar, matar, traficar e a ser a bandida perfeita.  Cacei os policiais que mataram o Juan e os filmei sendo corruptos como são, posso ter dado um "empurrão" como eles deram para meu namorado morrer como o vilão, mas não vou falar sobre isso... 

Eles pararam na cadeia, Ícaro conhecia a maioria dos bandidos  na prisão onde eles estavam não foi difícil os dois acabarem "se matando" eu sorri e comemorei poucas vezes como naquele dia, não ia trazer ele de volta mas naquela época eu achava que era melhor do que eles.

A única pessoa que sabia exatamente o que eu era e o eu tinha transformado era o Juan,  Arnaldo agora estudava em uma escola particular e o papai foi encontrado morto queimado já se começava a moda de queimar mendigos, se bem que nem mendigo ele era, não chorei por sua morte só fiquei com ódio do mundo e de como meu pai que parecia um modelo alemão, um outro sonhador morto, ou melhor assassinado... Quase sempre odeio as pessoas mesmo não agindo diferente delas, sim sua mãe é hipócrita.

Havia uma foto de um homem bem bonito provavelmente meu avô, coitado poderia realmente ser um modelo ou ser uma farsa qualquer. Estava tão confusa com minha torta de morango que comia no café da manhã. Zac estava deitado vendo televisão, era normal me ver sempre lendo algo, só espero que ele não veja a foto do meu avô já que ele é um gato e ele ia ter ciúmes, vovô não me dê problemas.
Eu tinha que comandar um assalto, era algo normal mas se exige muita frieza e cuidado. As mulheres são mais cuidadosas mas eu sempre trabalhei com homens, homens dão mais medo.

     Com uma touca preta de esquiador e uma roupa preta todos sabiam pelas minhas curvas que uma mulher comandava o assalto, eu queria mudar isso.
Fizemos uma barreira de reféns na frente do banco, caso a polícia aparecesse, mas Igor mesmo sendo bom, era um garoto, um garoto que ferrou tudo caindo nos encantos da recepcionista que conseguiu acionar o alarme. Dei um tapa na cabeça dele e corri em direção a vadia.

 Peguei aquela vadia pelos cabelos, mas tinha que ser rápida, Leonardo já nos esperava no carro, conseguimos fugir por um tempo,  mas eu sabia que eles iriam dar trabalho. Até eu perceber que era ele, era o seu pai, e eu não percebia naquela época que eu ainda estava viva o bastante para ele.

Pedi para o Leonardo parar o carro e pedi para o Vinicius dar um tiro no meu pé, ele arregou e eu chamei ele de "covarde". Somos uma família e a família se protege.
Troquei minha roupa bem antes obviamente, na fuga, dei um tiro no meu próprio pé, joguei a arma no matagal e cai no chão gritando "socorro".
É claro que o policial preferiu parar e me levar para um hospital, e é por isso que eu sempre digo que as mulheres não dominam o mundo porque prefere rir de camarote dos homens.

Dar um tiro no seu próprio pé pra salvar um roubo deu um pouco de humanidade a minha possível mãe.

A Garota Da Máfia Onde histórias criam vida. Descubra agora