04

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🧃

Naquele entardecer Jungkook esperou Jimin entrar pela porta do mercadinho, mas não ocorreu.

No dia seguinte também aguardou, sempre passando as compras alheias com pressa, para que quando o loiro entrasse por aquela porta, ele estivesse livre para tentar puxar assunto, mas ele não veio.

Na quarta Jeon já estava desanimado e alguns clientes notavam, ele passava as compras sem sequer sorrir e colocava os produtos na prateleira lentamente, como se estivesse no mundo da lua.

Estava de fato, mas em um mundo com um sorriso lindo e madeixas louras.

Já na quinta se animou um pouco, afinal iriam receber estoques de doces de abóboras, e naquele região todos adoravam, principalmente Park Jimin, quando abriu o mercadinho foi uma correria com a criançada, todos queriam ao menos três dos doces.

Os potes se esvaziaram e o neto da senhora Yumi não apareceu.

Na sexta o moreno foi trabalhar normalmente, já não tinha esperanças, de fato Jimin não estava mais interessado em si, isso se um dia já tivesse sido.

Uma paquera passageira.

Limpou as prateleiras e logo abriu o mercadinho, já que senhor Kim havia ido viajar. Com o pouco movimento resolveu sair um pouco para respirar, abrindo uma latinha de fanta laranja e se escorando na placa de promoções.

O tempo estava nublado e o ambiente se fazia gostoso por si só, os olhos negros passeavam pelo asfalto enquanto a língua ardia brincava com o própio pircieng. Levou a latinha até seus lábios novamente, sentindo o gás da bebida preencher sua boca e logo o doce adocicado cítrico envolver seu órgão quente. Decioso, pensou.

Tendo em sua visão uma sombra que ia se aproximando aos poucos, levantou seu olhar, se preenchendo de ansiedade, sentia-se extasiado, como uma criança que vê o carrinho de picolés passar em uma tarde calorosa.

O rostinho angelical se encontrava emburrado e seus trajes haviam mudado, Jimin estava usando uma calça de moletom, larga.

Jeon fraziu o cenho, jamais viu Jimin usando roupas assim, mas mesmo assim permanecia encantador.

— Quer um gole? — inquiriu, coçando sua nuca, ao seguir o loiro, para dentro do mercadinho.

— Gostaria de ser atendido, apenas — esclareceu após um bocejo, parecia estar de mau humor.

Mas Jungkook ainda permanecia eufórico, mesmo sem demonstrar, com sua faceta sem esboçar nenhuma indiferença, mas suas artérias faltavam explodir.

— Tem sabão em pó?  — Park mordeu o lábio inferior, parecia ter pressa.

Jungkook assentiu, caminhando até o pequeno corredor de produtos de limpeza, arregalou os olhos após perceber que não reabastecido os sabões naquele dia.

— Só no depósito — levantou-se, esbarrando em Jimin, que estava tão próximo.

Seu peitoral foi em cheio a cabeça alheia, fazendo o menor levar a mão até o local do impacto.

— Cuidado — advertiu, acariciando os próprios fios.

Provocativo Jungkook sorriu, dando mais um passo em direção ao loiro.

— Desculpe, é que aqui não tem uma banca de carne entre nós, para você ficar tão próximo — curvou os lábios, sorrindo.

— Quem me dera o açougue vender sabão em pó — deu costas, caminhando em direção a saída.

O âmago do moreno fora em volto por um amargo, e seu rosto sem expressão já ganhava algumas linhas de chateação. A língua então cutucou o interior de sua bochecha, em um gesto de desgosto.

— Ei, onde vai? — praticamente correu até Jimin, segurando seu ombro, em um reflexo, para o impedir de sair. — Eu disse que tem no depósito, já volto — e assim saiu da li deixando um loirinho mau humorado para trás.

Jimin estava impaciente, queria voltar logo para casa e desabar a chorar contra seu travesseiro. Aquela calça confortável, parecia ter pregos  fincando em si, quando a colocará por pura pressão psicológica.

Sua vó nem conseguiu o defender por estar ocupada com a roupa dos marmanjos, aliás a mais velha estava farta dos filhos folgados irem a sua casa, apenas para pegar seu dinheiro da aposentadoria e ferir seu neto com seu preconceito.

E quando Jeon voltou, o rapaz engoliu o choro, com os olhos já vermelhos e fungando baixinho.

— Ei, você tá bem? — questionou, apanhando um dos sabões em pó da caixa que aproveitou da situação para trazer.

Já suado, pelo peso do objeto.

— Uhum — assentiu, deixando as poucas moedinhas sobre o caixa.

Jungkook mesmo duvidoso respeito o espaço do outro, ensacando o sabão e meio sem jeito adicionou ali alguns doces de abóbora em formato de coração que havia guardado para Jimin. Entregando a sacola a ele.

— Não tenho dinheiro para eles — Murmurou com o bico mais lindo de todos naqueles lábios cheinhos.

— É um presente — sorriu, desta vez Jimin conseguiu o ver frágil.

Meio sem jeito Jungkook abaixou seu olhar, fingindo guardar o dinheiro no caixa.

— Obrigado Jungkookie... — sorriu, saindo dali com seu coração um pouco mais calmo.

Pegou um dos doces o abrindo de imediato e mordendo um pedacinho, enquanto se lembrava do sorriso tímido do atendente do mercadinho, para si.

Seu interior fora envolto por um açúcar, Jimin se questionava se era de fato o efeito do doce ou da atitude inesperada de Jeon, por si.

🧃

Me ajude a divulgar a obra, please...

O garoto do mercadinho Onde histórias criam vida. Descubra agora