Um Rumo em Conjunto

Primeiro e Último Capítulo

O sinal da escola tocou, avisando todos os alunos de que era hora da próxima aula.
Saindo de sua sala de aula, um Rapaz seguiu para o corredor, onde começou a pegar suas coisas em seu armário.
...
Estava um silêncio.
O Rapaz vestiu sua jaqueta e colocou a mochila nas costas, olhou para o lado e... Um monstro!
— Que conveniente — disse ele, com uma expressão super relaxada, como se fosse apenas mais um dia normal em sua vida. — Hora de ir!
Começou a correr em direção ao fim do corredor, onde havia uma enorme janela. Se agarrou nas bordas dela e começou a calcular a queda abaixo. Ele aguentava, sabia que sim.
O monstro estava se aproximando, mas não só ele.
Sentiu um toque em suas mãos.
— Me leva com você! — uma garota implorava.
— Sem chance! Me solta! — Tentava desgrudar a garota de sí, mas ela o apertava com força. — Me solta!
— Me leva, por favor!
— Já disse que-- Eh?
Os dois escorregaram, dando um jeito de cair para fora.
Na parte de fora da escola, haviam muitas árvores e plantas, uma vegetação bem ampla, então quando o monstro alcançou a janela, não conseguiu vê-los e acabou por desistir.
— Sai de cima de mim. — Ele a jogou para o lado, podendo enfim se levantar.
— Obrigada, você dá um ótimo colchão — ela brincou. — Mas falando sério, você tá bem?
Ele começou a caminhar. Ela o seguiu.
— Eu estou bem. Agora vai embora.
— Ah, por quê? Vamos conversar.
— Não quero.
— O que você acha de relacionamentos?
— Uma droga.
— Dá pra ver — a garota murmurou. — Você nunca teve uma relação com alguém?
— Não, não preciso. Tudo o que tenho que fazer é andar por aí, explorar o mundo.
A garota ficou boquiaberta, o que aquele rapaz estava falando?
— Qual o seu nome? — ela perguntou.
— Não usamos nomes nas obras desse autor.
Não usam, mesmo.
— Do que tá falando? — ela estava perdida. — Meu nome é Tixa — ela se apresentou.
Han?! Ela tem nome?!
— "Tixa"? É sério? Sabe que vou te chamar de lagartixa daqui pra frente, né?
— Então está me aceitando no seu grupo?!
— Por que quer tanto andar comigo?! — Levantou seus braços em alta velocidade, havia perdido um pouco de sua paciência.
TSCH TSCH TSCH TSCH TSCH TSCH.
— Auu! — o Rapaz deu um leve grito de dor, tinha arranhado a mão em uma fileira de espinhos de um cacto. — Viu o que você fez?!
— Até que você não é tão durão.
Ela começou a se aproximar.
— O que é? — perguntou ele, com os dentes se pressionando de dor.
— Vou te ajudar, oras.
— Por quê? Não pedi sua ajuda. E além do mais, como pretende fazer isso? Você não tem nada de medicamentos.
Ela chegou ainda mais perto, fazendo com que o Rapaz virasse o rosto, sem jeito.
Chuac.
— Um beijinho pra sarar — ela declarou, mostrando o polegar e sorrindo.
Ele a encarou por longos segundos, com uma expressão de tédio. Então empurrou o rosto dela e seguiu caminho.
— Me espera!
— Se fizer isso de novo, lagartixa, eu te abandono de vez.
O Rapaz começou a encarar sua mão. De repente, parou de andar, não conseguia parar de olhar para seu ferimento. Estava sangrando.
— Oh, talvez mais um beijinho sare. — Ela fez biquinho, se aproximando.
...
— Os raios que se aproximam vão iluminar a noite escura de hoje...
— O quê? — a garota engoliu em seco.
— Ah, nada. — Voltou a manter a postura. — Foi só um pensamento aleatório que tive.
— Certo...
Ela agarrou o braço do Rapaz e, logo em seguida, sua mão que estava sangrando.
— Vamos compartilhar essa dor. — Ela sorriu.
— ... Sabe que isso não é possível, né? — falou ele, óbvio.
— Qual é! Estou tentando ser romântica aqui! — exclamava, se fingindo de brava.
— Não sei por quê... Mas até que dar as mãos foi uma boa ideia.
— Sério? — seus olhos brilhavam.
— É. — Ele abriu um sorriso, com uma expressão empolgada. — Pois temos que correr agora!
Sem aviso nenhum, abaixou a si mesmo e a Tixa, fazendo com que desviassem do ataque surpresa do monstro de antes.
— Haha, os raios estão chegando! — falava animado, enquanto corria junto de Tixa para longe.
— Você é doido...
E ela gostava disso.

Agora o sangue estava protegido. Duas almas cuidavam dele com um simples ato de correr de mãos dadas.