Capítulo 1

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- Melina? - Ele ainda não havia se acostumado com os horários inusitados que ela costumava bater na sua porta. Olhou o relógio, quatro horas da manhã, e ele podia jurar que ela estava bêbada. Encarou-a, depois deixou-a entrar.

Ela tentou sorrir ao passar por ele, mas a expressão séria dele fez com que seu sorriso morresse.

- Me desculpe. - Murmurou, caminhando pelo apartamento que lhe era tão familiar, largou os sapatos e bolsa na sala, e continuou seguindo até encontrar o quarto dele. Se jogou na cama, puxando as cobertas para cobrir as pernas, ainda estava quente, ela tinha o acordado.

Enquanto ela desfrutava do calor dos lençóis, ele entrou no quarto trazendo-lhe água.

- Beba isso. - Definitivamente não era um pedido, então ela se sentou, e bebeu tudo obedientemente. - O que aconteceu?

- Estou me sentindo mal hoje. - Ela lhe olhou de forma suplicante. - Pode ficar comigo está noite?

- O que aconteceu? - Voltou a perguntar, se sentando na cama.

- Acho que preciso de um abraço amigo. - Ela murmurou.

Ele sacudiu a cabeça, as vezes se esquecia de que ela era tão sensível. Então a abraçou, mas ela o apertou, como se precisasse muito dele, tentando acalmá-la ele massageava suas costas.

- Você estava dormindo. - Ela afirmou tentando fugir do assunto em si. - Vamos dormir então.

Melina o empurrou até que estivesse deitado sobre o travesseiro, e se deitou ao seu lado. Tantos anos lhe fizeram conhecê-la bem, ela estava muito chateada com algo, e estava tentando não pensar muito sobre.

- Vai me dizer o que aconteceu agora? - Insistiu.

- Fiz algo estúpido na empresa.

- Seu pai brigou com você? - Raramente eles brigavam, mas quando acontecia,ela ficava muito mal depois.

- Não, preferia que tivesse brigado. - Ela murmurou. - Me tratou como uma garotinha, eu fiz algo muito estúpido mesmo com um contrato, que causaria a perda de uma enorme soma de dinheiro; mas ele não brigou comigo, e teve que resolver tudo sozinho. - Suspirou. - Se fosse outro funcionário ele teria feito um alvoroço.

- Mas ele é seu pai. - Lucca pontuou. - Ele sempre vai te tratar como uma garotinha.

- Eu me senti uma incapaz, alguém que não consegue fazer nada sem o pai. - Ela choramingou. - Como vão me respeitar na empresa se meu pai sempre me salvar?

Lucca não queria irritá-la mais, a verdade é que Eduardo e ela eram iguais. Eles tinham princípios muito rígidos, e queriam fazer tudo sozinhos.

- Você sabe que não é a intenção dele. - Ele a acalmou. - Ele sabe que você está aqui? Não devia deixá-lo preocupado.

- Avisei a Tessa.

- Ainda está zangada?

- Achei que passaria depois de extravasar um pouco. - Ela respondeu.

- Bebendo? Você sabe que horas são? - lá estava aquele tom de reprimenda que ele usava com seus alunos.

- Estive em uma boate, e depois peguei um táxi até aqui.

Pelo menos ela ainda tinha um pouco de responsabilidade, ele ponderou. Tentou se afastar um pouco, mas ela se colou à ele, abraçando-o.

- Não me deixe sozinha. - Pediu.

- Não iria fazer isso, mas acho que as vezes se esquece que eu sou um homem ... Hetero. - Ele explicou.

Rapidamente ela se afastou um pouco, constrangida.

Eu NÃO Te MereçoOnde histórias criam vida. Descubra agora