- Melina? - Ele ainda não havia se acostumado com os horários inusitados que ela costumava bater na sua porta. Olhou o relógio, quatro horas da manhã, e ele podia jurar que ela estava bêbada. Encarou-a, depois deixou-a entrar.
Ela tentou sorrir ao passar por ele, mas a expressão séria dele fez com que seu sorriso morresse.
- Me desculpe. - Murmurou, caminhando pelo apartamento que lhe era tão familiar, largou os sapatos e bolsa na sala, e continuou seguindo até encontrar o quarto dele. Se jogou na cama, puxando as cobertas para cobrir as pernas, ainda estava quente, ela tinha o acordado.
Enquanto ela desfrutava do calor dos lençóis, ele entrou no quarto trazendo-lhe água.
- Beba isso. - Definitivamente não era um pedido, então ela se sentou, e bebeu tudo obedientemente. - O que aconteceu?
- Estou me sentindo mal hoje. - Ela lhe olhou de forma suplicante. - Pode ficar comigo está noite?
- O que aconteceu? - Voltou a perguntar, se sentando na cama.
- Acho que preciso de um abraço amigo. - Ela murmurou.
Ele sacudiu a cabeça, as vezes se esquecia de que ela era tão sensível. Então a abraçou, mas ela o apertou, como se precisasse muito dele, tentando acalmá-la ele massageava suas costas.
- Você estava dormindo. - Ela afirmou tentando fugir do assunto em si. - Vamos dormir então.
Melina o empurrou até que estivesse deitado sobre o travesseiro, e se deitou ao seu lado. Tantos anos lhe fizeram conhecê-la bem, ela estava muito chateada com algo, e estava tentando não pensar muito sobre.
- Vai me dizer o que aconteceu agora? - Insistiu.
- Fiz algo estúpido na empresa.
- Seu pai brigou com você? - Raramente eles brigavam, mas quando acontecia,ela ficava muito mal depois.
- Não, preferia que tivesse brigado. - Ela murmurou. - Me tratou como uma garotinha, eu fiz algo muito estúpido mesmo com um contrato, que causaria a perda de uma enorme soma de dinheiro; mas ele não brigou comigo, e teve que resolver tudo sozinho. - Suspirou. - Se fosse outro funcionário ele teria feito um alvoroço.
- Mas ele é seu pai. - Lucca pontuou. - Ele sempre vai te tratar como uma garotinha.
- Eu me senti uma incapaz, alguém que não consegue fazer nada sem o pai. - Ela choramingou. - Como vão me respeitar na empresa se meu pai sempre me salvar?
Lucca não queria irritá-la mais, a verdade é que Eduardo e ela eram iguais. Eles tinham princípios muito rígidos, e queriam fazer tudo sozinhos.
- Você sabe que não é a intenção dele. - Ele a acalmou. - Ele sabe que você está aqui? Não devia deixá-lo preocupado.
- Avisei a Tessa.
- Ainda está zangada?
- Achei que passaria depois de extravasar um pouco. - Ela respondeu.
- Bebendo? Você sabe que horas são? - lá estava aquele tom de reprimenda que ele usava com seus alunos.
- Estive em uma boate, e depois peguei um táxi até aqui.
Pelo menos ela ainda tinha um pouco de responsabilidade, ele ponderou. Tentou se afastar um pouco, mas ela se colou à ele, abraçando-o.
- Não me deixe sozinha. - Pediu.
- Não iria fazer isso, mas acho que as vezes se esquece que eu sou um homem ... Hetero. - Ele explicou.
Rapidamente ela se afastou um pouco, constrangida.
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Eu NÃO Te Mereço
RomanceLucca Ricci e Melina Sorelli se conheciam há sete anos. Durante esse percurso se tornaram melhores amigos, mesmo sendo extremos opostos. Lucca era o filho caçula de uma família rica, cujo os homens tinham fama de mulherengos e festeiros. Fugindo do...