Simplesmente Acontece - Beauany

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POV JOSH BEAUCHAMP

Como descrever a noite de ontem? Ou melhor, como descrever o dia de ontem? Melhor ainda, como descrever essa semana? Cheia de altos e baixos, momentos felizes e momentos tristes, gritos, beijos, abraços, lágrimas, tantas emoções para uma semana...

Mesmo que ficamos em silêncio olhando a lua, como antigamente, não era um silêncio desconfortável, era um silêncio de conforto, de carinho, de amor, e principalmente de acalento.

Esses eram os melhores momentos, nos quais não era preciso ser dito uma palavra se quer, apenas a nossa companhia já dizia por si só, é como dizem, o silêncio diz mais do que mil palavras, o silêncio revela mais verdades do que as declarações mais românticas do mundo, o silêncio conforta, tranquiliza e renova.

Acordei pela manhã sentindo braços envolverem minha cintura, e um peso no peito.

Tinha jeito melhor do que acordar na manhã de um sábado, com a garota que você ama dormindo nos seus braços? Porque eu acho que não.

Sorri e fiquei alguns minutos olhando o sono tranquilo da cacheada, até ela abrir aqueles lindos olhos castanhos, que eu tanto amo

- Bom dia moranguinho, dormiu bem?

Any: melhor noite nesses ultimos dois anos

- Eu senti falta de te abraçar sabia? - falei fazendo cafuné nela

Any: eu também... ainda mais enquanto chove

- Nem me fale- falei sorrindo- vamos fazer um café para nós dois? Quero te levar no lago que eu te ensinei a nadar, eu sinto que aquelas águas limpam, a energia delas é boa

Any: Sorte sua que parou de chover

- A chuva não faz nada meu amor, ela só limpa e renova, os trovões são só efeitos sonores, eles não podem te fazer mal, se você pode ouvir o meu coração, voce pode ouvir os trovões

Any: os trovões sao moveis sendo arrastados vida -ela diz rindo

- É, e a chuva a água suja da limpeza dos céus- falei rindo- como aqueles dois viraram nós dois?

Any: sempre fomos assim

- Nao...como tudo isso passou rápido? Como dez anos se passaram? Como o que eu sinto por você cresceu tanto?

Any: acho que dois anos intensificaram as coisas

- Acho que a saudade fez isso, a impulsividade- falei rindo- vem, vou fazer nosso café, aprendi muita coisa lá na Europa

Any: nao me lembra da sua estadia na europa

- qual é eu aprendi muito por lá, visitei a Alemanha, Paris, tudo é muito perto do outro, eu aprendi bastante sobre culinária, foi bom

Any: e ficou com uma em cada pais -ela diz fazendo bico-

- Eu achava que você era feliz com ele, eu estava tentando matar minha saudade, minha marrentinha- falei rindo dando um selinho nela

Any: eu nao era feliz apanhando toda semana

- Eu sai daqui com quinze anos, a cabeça de um adolescente é egoísta, é tudo sobre si mesmo, o que eu vou fazer, o que eu vou pensar, o que vai ser de mim? Se não acontecer como queremos, parece que o mundo acaba, eu agi como qualquer outro adolescente que viu a pessoa que ama com outro, eu não imaginava que ele era esse monstro, nunca quis seu mal

Any: eu sei que nao... eu so queria que aquele pesadelo acabasse

- E acabou, chega de dor, chega de sofrimento, chega de choro, eu não vou deixar nada te afetar