Amigo secreto

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Em um lugar muito, muito distante...

Era uma vez um Natal... um tanto peculiar, por assim dizer, pois naquele ano uma certa baleinha havia distribuído diversos convites de amigo secreto. E esses convites eram muito especiais ao serem enviados ao Multiverso Whalien e caírem nas mãos de personalidades muito interessantes.

Para este evento, a baleinha escolheu um local neutro. Entre páginas e capítulos, ela acabou escolhendo a área bem em cima de um livro! Mas não era um livro qualquer, era o Grande Livro da Editora Whalien, que contava as nuances de sua criação até o que ela se tornaria atualmente.

Uma mesa cheia de quitutes, chocotones e panetones (além de outras delícias natalinas) estava posta bem ao centro da capa azul mar profundo, decorada com pequenos flocos de neve e “Papais Noéis” sorridentes. Ao redor desta mesa, várias cadeiras estavam dispostas em círculo, aguardando ansiosamente pelos convidados ilustres.
Aos poucos, estes foram chegando, acomodando-se e experimentando um pouco do chocolate quente oferecido pela baleinha — que cumprimentava a todos com muito entusiasmo.

Era uma turma interessante e engraçada, todos eles tinham nada e tudo em comum.
Com um carinho que transbordava entre os presentes, a baleinha deu início ao amigo secreto de Natal, pegou uma touca vermelha e sorteou quem seria o primeiro a presentear. O entusiasmo era grande e ela logo anunciou:

— É Bailey Johnson quem irá iniciar!

O alfa adolescente de cachos alaranjados se levantou avermelhado, afinal, ele seria o primeiro a “discursar”.

— Meu amigo secreto tem o dobro da minha idade e tem um coração muito bom, por mais que nem todos consigam ver isso, tenho certeza que seu cheiro é sempre muito agradável — deu uma pequena risada — e talvez depois dessa dica vocês já saibam com o que ele trabalha. O que escolhi para meu amigo secreto são Jasmins, que estou certo que ele saiba que o perfume marcante destas flores se acentua a noite, mas elas agregam um significado lindo: sorte, doçura e alegria. E estas são coisas que desejo a este senhor impressionante. E meu amigo secreto é… Leonard Townsend! – foi em direção a ele e entregou-lhe as flores cuidadosamente embaladas.

Leonard precisou deixar seu uísque escocês – claro que ele dispensou o chocolate quente para levar sua própria bebida – de lado para receber seu presente, o que lhe parecia quase criminoso. Nem mesmo durante a guerra, ele deixou uma boa bebida de lado e lá está ele. De todo modo, é uma celebração especial e aquela girafa irritante o infernizou até que ele concordasse em ir e agora, ele tinha jasmins nas mãos e precisava socializar. Pe-sa-de-lo! Mas tinha de ser feito, ele enfrentou bravamente uma guerra, um amigo secreto não podia ser tão pior.

Ele só precisava ser gentil. Ser gentil é fácil.

Ensaiou mentalmente um agradecimento cordial, mas quando abriu a boca, tudo o que saiu foi:

— É Coronel Townsend, seu lobinho insolente! — não soou nada como ele tinha idealizado. Todos riram, achando que ele só estava sendo ranzinza de brincadeirinha. Se ele quis atirar em Bailey quando ele salientou a idade de Leonard, ninguém precisava saber. — Eu não sou um homem que se possa agradar, mas não há nada que eu aprecie mais do que um bom perfume. Obrigado, pirralho. Acho que isso significa que é a minha vez!

Estava sentado entre dois excelentes cavalheiros, Lukas e Matteo. Lukas era tão propenso a falta de modos quanto Leonard e Matteo era o único razoavelmente de seu tempo mesmo que destoasse em um século ou dois. Ambos pareciam tão infelizes e amargurados quanto Leonard, já tinham falado mal de todos ali e ele definitivamente os achou encantadores, adoraria tê-los na mansão o quanto antes. Recebeu as condolências dos novos amigos quando se pôs de pé.

Um conto de Natal da WhalienOnde histórias criam vida. Descubra agora