❝ extra ❞

44 5 1
                                    

olá, lembram-se de mim? Hell, a autora desta sad fic namjin que, ainda depois de pocuos anos, recebe tantas lágrimas e pedidos por um final feliz!

Nunca ousou passar pela minha mente cruel uma continuação feliz. Eu criei essa shortfic para permanecer com um final melancólico em aberto, porém, todavia, entretanto, reconheço que a vontade de criar alguma cena luminosa depois do fim se tornou existente conforme os pedidos por uma aumentam.

Então cá estou eu, lhes trazendo em janeiro de 2023 este presente de início de ano: um final alternativo.

Boa leitura.

···

(+16)

teu calor faz isto, apaga toda existência ruim que há em mim.


A criação humana sempre foi misteriosa, até mesmo para a maioria dos Deuses. Almas livres ao mesmo tempo que condenadas ao longo das limitadas vidas a serem manipuladas por uns e outros, nunca fazendo o que se quer sem ter uma visão alheia do redor. Penando por seus erros e outrora gratos por algo trivial em sua vida. Sempre sendo moldados pelo entorno de acordo com o que absorvem.

Mas e um Deus? Deuses nascem do desejo mais cru em comum da alma de um grupo de mortais. Porém isso nos leva à seguinte questão: como meros mortais tem tal poder para criar um Deus?

E ainda lhe deixo a pensar em mais algo: por que Deuses possuem tamanha semelhança física com mortais?

Quando Namjoon abriu os olhos, numa manhã chuvosa de outono que cobria as ruas de Seoul com neblina branca, ele apenas suspirou. Sentado sobre o concreto lateral de uma das pontes daquela capital ele sentia a roupa ser encharcada pela água fria e fina cada vez mais rápido.

O trafego atrás de si só não era tão barulhento quando os gritos que seu coração entoava à cada batida.

Era assim já há pouco mais de trinta anos. Desde a perda de seu amado.

A data tão preciosa, onde puderam transbordar de amor mútuo diversas vezes e de diversas formas juntos transformou-se numa data de luto. A mente do Deus da Calamidade era tomada por memórias turvas e seu peito por uma culpa corrosiva.

Ele então se ergueu na ponte, cansado de observar as águas agitadas, quase não tinha o que fazer, haviam tantos Deuses de Calamidade que nenhum tinha muita função à não ser existir. Namjoon esticou os braços num alongamento desajeitado, sentindo os ossos estalando no processo, e então, quando pegaria impulso para pular alto o suficiente para ultrapassar as nuvens e alcançar o outro lado da cidade, uma mão agarrou-lhe a camiseta e o puxou direto para o chão.

Seu corpo bateu contra o de alguém e ambos foram de encontro ao concreto.

ㅡ Mas que diabos... ㅡ Namjoon resmunga atordoado.

Ao erguer parcialmente o corpo ele percebe que um homem ainda o segurava mesmo no chão, estava sobre si, ofegante e molhado, mais ao lado um guarda chuva rosa jazia caído e esquecido. Era um mortal .

Os olhos de ambos se encontraram quando o humano segurou Namjoon pela gola e o puxou para perto, expressando indignação severa. O Deus arfou chocado assim que aquele rosto inesperado lhe encarou.

Era exatamente a face de seu Seokjin.

ㅡ Você não pode se jogar só porque sua vida está ruim! ㅡ o mortal grita. Até sua voz era idêntica à voz do antigo Deus do Amor ㅡ Vai ferir todos que te amam e nunca vai saber se pode melhorar o que tanto odeia ao seu redor!

ㅡ Como você... Você está mesmo aqui? ㅡ O Deus ergue a mão, fragilizado, mas se detém antes de alcançar a face alheia. O medo de fazer seu amado sumir outra vez causou-lhe o maior arrepio que já sentiu.

Lágrimas brotam nos olhos de Namjoon, como aquilo era possível? 

ㅡ Sei que muita gente ignora suicidas, mas Kim Seokjin jamais! Então sim, estou aqui.

Até o mesmo nome.

Seokjin, o mortal, se ergueu e buscou por seu guarda chuva e estendeu uma mão para ajudar o outro ainda caído, não tendo nenhuma reação do mesmo. Estalou a língua no céu da boca e revirou os olhos sem paciência alguma, agindo por conta própria e pegando o, por sua dedução, suicida novamente pela camisa. Puxou Namjoon também para que este andasse debaixo do guarda chuva e levou-o consigo para casa como se o rapaz fosse um gato abandonado e mudo.

Namjoon não falava, não ouvia, não entendia. Apenas olhava o rosto de Seokjin com aqueles olhos intensos e marejados desconcertantes.

Deu-lhe roupas suas e o empurrou para o banheiro. Fez comida para ele e arrumou seu sofá para que o outro dormisse. Não deveria ter levado um estranho até sua casa e lhe abrigado, mas era quase um instinto vindo do mais profundo de sua alma.

Por via das dúvidas ele trancou  sua porta assim que entrou no quarto, mesmo sem temer, era o mínimo de sensatez que deveria ter.

Mas o Deus da Calamidade não dormiu, estava acordado demais para dormir. Por isso levantou-se do lugar e invocou com seu poder um portal negro diante de si. Daquelas sombras a imagem de seu velho amigo Jackson surgiu sonolenta.

ㅡ É possível um Deus renascer como humano? ㅡ foi direto.

Jackson piscou algumas vezes e bastou ver a ansiedade no rosto do outro que soube o que estava acintecendo.

ㅡ Você acha que mortais poderiam dar vida à novos Deuses se eles fossem desprovidos de divindade?

ㅡ Seokjin está aqui. Não é engano...

ㅡ Finalmente se encontraram, parabéns irmão! ㅡ Jackson bate palmas satisfeito por saber mais que Namjoon sobre os segredos divinos.

ㅡ Parabéns? Jackson, se eu tocar nele eu o mato outra vez!

ㅡ Não necessariamente, mano. Humanos tem almas parcialmente corrompidas pela calamidade, isso os torna impuros para o céu, por isso eles encarnam e reencarnam na Terra. São Deuses antigos e novos, todos mortos por desobedecerem as ordens supremas do Mais Poderoso e juntarem-se à nós em algum momento.

ㅡ Isso quer dizer que eu posso... toca-lo?

ㅡ Uma flor murcha e um Deus do Amor morrem, mas um mortal é isento disso. Só podemos mata-los em campo de batalha ou influencia-los como desejarmos, Namjoon. Ele não vai mais morrer pelo contato de sua pele.

Então era isso. Será que seu Seokjin enquanto Deus sabia disso? Não, ele teria lhe dito.

Seu Seokjin... Ele não lembrava de Namjoon nem do amor de ambos.

ㅡ O que eu faço, Jackson?

ㅡ E o que mais seria? Reconquiste ele por quantas vidas durarem seu amor e sejam felizes em todas elas!

Namjoon sorriu e a imagem do amigo sumiu no ar. O sol voltava a brilhar lá fora como se nunca houvesse chovido.

Da mesma forma como seu Seokjin voltou como se nunca houvesse partido.

...

Satisfeitos(as) agora com esse final?
Muito mais aconchegante certo?!
Obrigada por todo apoio que me deram e ainda dão em Deus da Destruição, de verdade.
Desejo um amor tão recíproco e infinito quanto os dos nossos deuses ♡

deus da destruição | namjinOnde histórias criam vida. Descubra agora