Capítulo 5 - the awakening

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" Você precisa acordar, Toni. _ aquela voz triste e angustiada se repassava várias vezes em minha cabeça Acorde, por favor."

Eu sabia que era a voz dela me puxando para longe da escuridão que se espalhava cada vez mais ao meu redor. O frio também vinha com ela e trabalhavam em conjunto para me derrubarem, e não sabem o quanto eu estava lutando para não ceder as graças deles, por mais que fosse exaustivo eu não posso deixá-la sozinha em um lugar totalmente desconhecido por ela, não quando agora sua cabeça também estava valendo milhões.

"— Acorde!"

Com a respiração ofegante abrir meus olhos e impulsionei meu corpo para cima, ficando sentada sobre a grama fria, levei a mão até meu peito e puxei o ar para meus pulmões até que os preencher totalmente. Levou alguns segundos até que minha respiração se normalizar, mas com ela veio a dor em cada músculo do meu corpo, o que me fez jogar o corpo para trás e repousar novamente.

— Você está viva! – sua voz estridente e aliviada ecoou pelo o bosque, levei meus olhos até ela e por fim me dei conta de que estava deitada em suas pernas — Deus, que alívio. – suspirou e envolveu meu corpo em um abraço totalmente desajeitado.

Apertou seus braços a minha volta sem se importar com os meus machucados, soltei um grunhido de dor que a fez se afastar rapidamente, abaixando seus braços ao lado de seu corpo e se desculpando repetidas vezes.

— Eu juro que não lembrava dos seus machucados, me desculpa. – pediu apressada, gesticulando as mãos ao falar.

Assenti e fechei meus olhos, relaxando meus músculos por alguns instantes. Sentir os dedos frios de Cheryl passarem gentilmente por meus cabelos, suspirei sentindo o seu toque, e quando eu estava relaxando ainda mais algo atingiu meu rosto.

— Que porra é essa ? – esbravejo com a mão no rosto, minha bochecha queimava provavelmente do tapa que ela me deu.

— Você me assustou! – olho incrédula para ela, pensando o quão bom seria revidar — Todo aquele papo de "você vai ficar bem", me fez pensar que se sacrificaria por mim! – diz nervosa e furiosa ao mesmo tempo, suas bochechas estavam vermelhas e os olhos inquietos, evitando a todo tempo olhar para os meus.

— Eu disse que ficaríamos bem, você que entendeu errado. – me defendi e levantei de seu colo, encostando meu corpo na rocha junto a ela.

— Não! Não! Não! – mexeu o indicador em forma de negação e acompanhei seus movimentos com os olhos — Você explícitamente disse mais de três vezes que eu ficaria bem, sem contar aquele discurso típico de uma pessoa que estava pensando em fazer algo que lhe matasse, sua idiota! – rebate estapeando meu ombro ainda irritada.

— Mas eu também disse que sairíamos de lá! – respondo tentando conter suas mãos ágeis, mas ela era bastante rápida e tinha uma força questionável — Cheryl, para com isso! – gritei e prendi suas mãos no alto de sua cabeça, a deitando na grama e prensando seu corpo embaixo do meu.

— Me solta! – ordenou se agitando por baixo de mim, tentando se soltar — Tópaz, eu mandei você me soltar.

— Se não o quê ? – provoco apertando seus pulsos envolvidos por meus dedos — Vai mandar seus guardar me prenderem se eu não te obedecer, Alteza ? – digo sorrindo em puro escárnio para ela, pressionando seus braços mais uma vez antes de soltá-la e sair de cima de ela.

— Você é uma imbecil! Não sei porquê me preocupei com você. – diz furiosa, se afastando ao máximo de mim.

A observei por alguns segundos com medo de ter a machucado, e nesse meio tempo pude reparar em seus dentes batendo uns nos outros por conta da brisa fria que o vento trazia, até pensei em lhe oferecer algo para se aquecer mas minhas vestes eram mais finas do que as suas, então não tinha muito que eu pudesse fazer.

— Não acho que estamos longes do meu abrigo, onde venho me escondendo de vocês já há alguns anos. – digo me virando de lado para encarar a ruiva tremendo de frio, ela rebate meu olhar mas nada diz — Se quiser, podemos tentar encontrá-lo agora mesmo ou arrumamos alguma caverna por perto para passarmos a noite. O que você acha ? – lhe dou o direito de escolha, sabendo que faríamos exatamente o que ela decidisse.

— Por que sou eu quem escolho ? – perguntou esfregando seus braços para tentar se aquecer, dou de ombros e volto a olhar para frente.

— A rainha aqui é você, então as decisões estão nas suas mãos, majestade. – faço uma breve reverência com a cabeça, sorrindo irônica tentando fazê-la sorrir também.

— Tá, mas o que você acha melhor ? – rebate ainda me fitando.

Eu podia sentir seu olhar queimar sobre meu rosto, o deixando quente e provavelmente vermelho também, ela sabia que eu estava lhe passando a tocha por falta de liderança, aquilo era um teste vindo da ruiva e eu provavelmente iria falhar.

— Eu perguntei primeiro! – rebato tentando fugir de sua mira.

— E eu ligo ? – ela dar de ombros esperando por minha resposta, arqueou uma sobrancelha e seguiu me olhando sem nada dizer.

— Acho que vamos morrer congeladas se continuarmos sentadas aqui, Alteza. – tento soar o mais calma possível diante de sua teimosia, aquele seu olhar de deboche já estava me dando nos nervos.

— Certo. – assentiu algumas vezes enquanto me fitava, levantou-se do chão e passou as mãos na saia de seu vestido tirando os vestígios de grama no mesmo — Podemos ir ? – ergueu as sobrancelhas sem parar de me fitar com aqueles seus olhos escuros e intensos.

— Vamos. –  rebato já estando de pé.

Cheryl começa a andar entre as árvores sem ideia alguma de onde iria parar, mas eu sabia que aquele certamente não era o caminho que nos levaria até um local seguro.

— Alteza, espere! – grito e corro de encontro à ela, a segurando pelo o antebraço e puxando seu corpo para trás.

— Que merda você quer, Tópaz ? – gritou puxando seu braço de minhas mãos, irritada provavelmente pelo o meu toque ao seu corpo.

— Você nem ao menos sabe para onde está indo, majestade. – reforço o final da maneira mais sarcástica possível.

— Então vá na frente, senhorita sabe tudo. – rebateu me dando passagem, revirei os olhos e lhe dei as costas andando para longe da ruiva.

Seus passos se apressaram e logo ela estava ao meu lado, se esforçando em dobro para não tropeçar em algum galho no meio do caminho. A olhei de lado e ergui meu braço para que ela se apoiasse nele e não caísse por conta de seus saltos, ela pareceu relutar um pouco mas aceitou a ajuda sem dizer nada, somente me lançou aquele seu olhar silencioso e voltou a fitar o chão, como se fosse a coisa mais extraordinária que já viu.

— Prometo que chegaremos antes do amanhecer, Alteza. – afirmo diminuindo o passo para acompanhá-la, ela apenas assentiu uma única vez sem nem ao menos levantar o olhar.

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