Uma porta de distância

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Vi - Point of View

Se o Ekko disse, eu confio. Ele conseguiu a localização de um certo prédio em Piltover, que ia nos render uma boa grana. E é exatamente onde estamos...

— Ei, Powder... vem ver isso aqui — Eu chamo minha irmã que aparece logo atrás de mim

— Uau...! — Ela diz surpresa

— É legal chegar ao topo, não é? — O visão dessa cidade é totalmente fora do nosso alcance

— Um dia, eu vou andar numa dessas coisas. — Powder afirmar ao ver um dirigível no céu

— E um dia, eu vou derrubar uma delas. — Mylo diz e eu passo por ele

— Vi, você tem certeza disso? Se nós formos pegos-- — Claggor tenta

— Nós não vamos ser pegos. Vamos entrar e sair antes que notem.

A entrada foi tranquila, nós conseguimos passar pela sacada e entrar no apartamento sem nenhuma distração. Ficamos cerca de cinco minutos tentando encher a bolsa com coisas de real valor, percebi que minha irmã tinha saído de onde estávamos. Não me preocupei, ela sabe se cuidar... mesmo que eu ainda sim tento não perdê-la de vista. Eu ouvi vozes de um homem e de uma garota qualquer, passos e depois alguém tentou abrir a porta para onde estávamos.

— Mylo! — Eu digo baixo e ele corre a porta e a trava com uma cadeira

Eu então corri até a sala onde minha irmã estava em chamei-a

— Powder! Vamos! — Eu digo puxando o braço dela

— Mas é isso aqui? — Ela me mostra algumas pedras azuis

— Deixa isso aqui, Powder! Tem alguém aqui!! — Ela assente e joga as pedras no chão e eu vejo faíscas saírem dela

Eu deixei minha irmã correr na minha frente e eu tentei ouvir quem estava na porta. Grande erro.

— Vi! Vamos logo! — Mylo chama enquanto eu fecho a bolsa

— Vão logo para o telhado, eu alcanço vocês! — Eu digo e vejo Claggor colocar minha irmã nas costas e pular para o telhado e Mylo ir atrás

Quando eu me levanto para correr, uma explosão atinge a sala onde eu estava.

— Vão embora! — Eu grito vendo que minha perna está sangrando — Filho da puta — Xingo

— Vi!! — É a última coisa que eu ouço antes de o prédio começar a se transformar em pedaços

Eu consegui desviar dos escombros e pular para fora do prédio, mas por conta da minha perna machucada não cheguei a alcançar o telhado e acabei rolando no meio de pedras até ir ao chão. Meu corpo doía por completo, mas nada comparava a dor na minha cabeça. Eu estou consciente, disso eu tenho certeza. Tanta certeza quando abri os olhos me arrependi profundamente de ter vindo aqui só por ter visto cinco defensores me rodeando. Eu me levantei como ordenado e coloquei minhas mãos na cabeça. Que logo foram levadas as costas por um dos policiais e então eu fui carregada até o centro de Piltover. Ou mais especificamente... a delegacia.

Eu fui colocada em uma cela e então vi o sol descer... Eu espero que Powder esteja bem. Mylo e Claggor também.

Eu deitei naquele pedaço de concreto que era para ser uma cama e esperei, esperei, esperei...

E esperei.

Ouvi as barras se arrastando para o lado e uma policial entrando na cela, ou melhor... A xerife. Deu merda.

— Violet. — A mulher chama. Essa aí fuma mais que o Vander — Eu sou a Xerife Grayson...

Eu apenas a encaro, sentada na cama.

— Eu sei que você é filha adotiva do Vander. — Ela puxa uma cadeira e senta na minha frente — Doze anos... — Ela continua — Perdeu os pais com oito. Não me parece ter sido uma vida fácil.

— Onde você quer chegar com isso? — Eu pergunto já sem paciência

— Onde eu quero chegar é: Onde você quer chegar? — Ela me encara e se inclina na minha direção, apoiando os dois antebraços nas coxas — Eu quero te ajudar, garota. Mas a sua situação não é fácil. — Ela diz

— Eu imagino. — Respondo

— Como está a perna? — Ela pergunta olhando para a minha perna direita

— Razoável.

— Você é forte, menina. Parece inteligente demais para ficar a adolescência na cadeia. — Ela diz — Então, quer me ajudar a te ajudar?

— Eu vou sair daqui mais cedo? — Pergunto e ela concorda com a cabeça — Então, sim.

— Ótimo. — Ela se levanta e me estende a mão — Vai te custar a vida na cidade de baixo...

— Eu só quero sair daqui, sobre isso a gente conversa depois. — Eu aperto sua mão e ela sorri

— Você tem o espírito do Vander.

— Como você conhece ele?

— A vida nos faz atravessar muitas pessoas, garota. — Ela diz e eu apenas assenti e me sentei novamente — Porque você se sentou? Vamos! Temos que ver essa perna, trocar de roupa e você tem o seu julgamento no conselho. — Eu reviro os olhos só de ouvir o nome "Conselho"

— É realmente tão necessário? — Eu pergunto e começo a andar ao lado da Xerife

— Você e seus amigos explodiram um prédio da família Kiramman, Violet. — Grayson responde

— Me chame de Vi. — Eu digo

— Ok.

— Quem são esses Kiramman, afinal? — Questiono

— Cassandra Kiramman é uma conselheira. A filha dela, Caitlyn, estava no prédio na hora da explosão. Ela ficou um um pequeno corte na testa. E você já deve conhecer o estereótipo de gente rica...

— Ugh, conheço bem até demais... — Eu reviro os olhos com força

Grayson me guiou até a enfermaria, o enfermeiro limpou a ferida que não era muito funda, e colocou o curativo junto com uma faixa para segurar.

— Tirei as faixas dos braços, Vi. — Grayson diz olhando para a janela enquanto fuma

— Ah, sem condições. — Eu respondo

— Vi, você não quer ficar aqui por anos por conta da aparência de alguém não confiável, não é mesmo? — Ela apaga o charuto e joga fora e então me olha

— Ugh, que ódio. — Eu murmuro, pego um bisturi, vejo o enfermeiro se assustar e eu corto as faixas, e jogo-as no lixo

A Xerife me deu um par de roupas nas quais eu achei formais demais para quem iria se defender de um crime. Nós fomos até o conselho, já estava de noite, eu não gostava nem um pouco disso.

What If..?Onde histórias criam vida. Descubra agora