Em uma noite fria com uma chuva daquelas, que te fazem relembrar tudo até o que não quer, tendo a sensação de nostalgia presente, sentindo como se aquela fosse a sua ultima noite, seu ultimo passo em uma rua iluminada pelo reflexo da luz do poste na água, aquele dia que é único, sem se estressar ou passar mal, um dia de vitória para Dominic. Que após uma longa caminhada, só pensa em ficar em casa sem ir ao trabalho, mas aquilo precisava dele para se sustentar e ele precisava daquilo para viver.
Na vida a gente sempre tem algo para ser nossa saída de problemas pessoais, uma válvula de escape, um tipo de Hobby, algo reconfortante que traz uma paz interior que ninguém consegue tirar, todos precisam de descanso mentalmente ou fisicamente uma vez na vida pelo menos é o que Dominic precisava, de um dia como esse que o local de trabalho estaria lotado.
Ao aceitar trabalhar desde seus 12 anos em uma boate como ajudante na cozinha pois na fachada tinha um pequeno restaurante a boate mesmo era nos fundos onde tinha dois andares, um lugar bonito só por fora. E já que sua mãe tinha uma profissão muito indesejável, vista com olhares de nojo pela sociedade, e sem condições de sair disso, ele sempre se viu sozinho, tentando ser independente desde pequeno e lutando como adulto para sobreviver, seu futuro dependia só dele mesmo.
Mas tinha algo que o fascinava naquele lugar sujo e podre, sendo muito visitada aquele espaço tinha vários funcionários e o que era mais apaixonante para ele era os dançarinos com uma dança mesmo sendo sensual eram um tanto quanto contemporânea.
Observando sempre de longe aquelas pessoas, de olhar vazio que não tinham onde ir dançando, ficou encantado, mesmo que eram sem nenhuma pureza, em algum lugar ali naqueles movimentos ele tinha se encontrado consigo mesmo.
E ao passar dos anos foi conseguindo juntar uma grana, passou a ser cozinheiro mesmo, até finalmente concluir seus estudos que infelizmente não tinha ninguém presente para o ajudar em casa, sua mãe se embriagava até esquecer o próprio nome, e já seu pai, ele mal sabia qual era, poderia ser qualquer um que entrava naquela boate, já que na parte de cima era um puteiro onde sua mãe, Alicia, ficava e ele quase nunca via ela, a não ser quando era chamado para leva-la pra casa, pois tinha caído de tanto beber.
Ele mesmo se sustentava agora e tinha conseguido um velho apartamento com aluguel barato, seu número era 215, e lá passava a maior parte do seu dia, lendo ou escutando musica em um radio que tinha achado na rua, sua vida não era fácil, mas ele não tinha ideia de como muda-la, seus dias eram monótonos e cheio de tedio, não tinha muitos amigos e estava pouco se fudendo para isso, por mas que adorasse ter alguma companhia as vezes, ele mal conseguia manter contato direto com alguém.
E sua vida continuou assim por mais ou menos dois anos quando percebeu que todos conseguiram algo na vida e ele não, que tinham se enxergado em algo e ele não se lembrava direito no que uma vez na vida tinha desejado ter ou ser.
Em uma certa ocasião, em torno dos seus 20 anos ao passear pelas ruas de sua cidade que tinha uma grande população, Dominic procurava algo novo, um sentimento, um trabalho, um estudo, algo que pudesse tirar ele da rotina. Ao derrubar sem querer o livro que estava lendo, no momento quando levanta um pouco o olhar, acaba se deparando com um jovem, aparentava ser da idade dele em um salão e por uma brecha da porta, pôs seus olhos e viu o que a muito tempo não se recordava, aquela mesma dança.
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Dominic
FanfictionQuando você está no topo, voando como sempre sonhou com tudo o que sempre quis, acaba não enxergando o chão e tropeçando em seus próprios pés, a realidade te aguarda uma hora ou outra você acaba acordando e percebendo que nem é você, que se tornou u...