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5 meses depois..

Estou no mesmo quarto onde o garoto em que eu dia eu pensava em matar estava, em coma, frágil, e em risco

5 meses se passaram, ele não acorda, e o pior, também não demonstra nenhuma melhora.

Nunca fui de me apaixonar, e também não me apaixonei por ele, apenas um carinho, um carinho bom e de amizade, todos os dias conto como anda a vida, de como a vida estava, a escola, a família dele, Sua mãe e o padrasto estavam bem, sentiam muita a falta dele, mandavam cartas semanalmente, eu sempre leio para ele, e eu nunca respondo, não sei se posso ter essa liberdade.
Edgar, já tinha sacado tudo, até hoje ele me ameaça, dizendo que vai me matar por ter matado seu filho, e eu quero bem ver ele tentar.
Sua namorada, estava grávida, e não era dele, é bem engraçado contar sobre isso para ele, por que ela cantou vitória quando soube que ele havia ido embora

E eu, cada dia mais procurada, cada dia mais cansada, cada dia mais depressiva.
Saber que ele estava naquela situação por minha causa, doía,e machucava todos os dias, eu me culpava, eu me machucava com isso.

A 5 meses atrás, eu deixei meu orgulho e minha raiva para trás e tentei salvar, ele não respirava e nem demonstrava sinal de vida, eu so sei que dei meu melhor, e então, ele voltou a respirar, só não estava acordado, era 5% do que eu queria, nao queria que me visse, mas queria ele comigo, bem perto

— Não vai acordar não? É quase Natal, vai fazer 6 meses que você está aí

E eu continuo conversando com ele, nunca me canso, odeio não ser respondida, mas o silêncio me acalma, e saber que elee escuta, me deixa mais leve

— Seus pais mandaram mais uma carta, não sei muito bem se você vai gostar dessa pois.. é um pouco triste– acabo dando uma risada fraca

— É tudo minha culpa eu sei, mas vai ficar tudo bem, eu juro

"Meu filho, nao sei oque fiz para você sumir dessa maneira, nem um sinal de vida, ninguém te nas ruas, eu queria poder te dizer o quanto eu te amo, e pedir perdão pelas coisas que fiz.
Infelizmente seu padrasto está em um crítico estado, tentei guardar isso para mim, realmente tentei, porém agora sei que ele não vai sobreviver, eu preciso de você meu amor, não aguento mais essas noites em claro, sentindo saudades do meu filho, e agora de meu marido.
Me perdoa meu príncipe, por tudo que eu te fiz, volta pra mim, por favor..
   com amor, mamãe."

Ler aquilo tudo me doeu, saber que ele tinha uma mãe preocupada e um homem que assumiu seu papel de pai estava em uma cama, a culpa voltou, agora eu chorava, incontrolávelmente, me encolho na poltrona ao lado de sua maca, e me permito chorar, desabar em lágrimas

bip

Levanto minha cabeça e vejo que seus sinais vitais estavam em um tipo de "movimento" maior

bip

Encaro o loiro que ainda parecia em um sono profundo, de relance vejo o dedo de sua mão levantar

bip.. bip

Nesse momento eu já estava com a boca aberta e os olhos arregalados, poderia ser possível ele acordar?
Então na minha cabeça se passa a ideia de falar de sua mãe, do quanto ela sentia sua falta, mas eu não conseguia, estava em choque, não sabia se chorava por estragar tudo ou por ele estar finalmente acordando

Volta para mim.. por favor

Foi tudo que eu consegui dizer antes do aparelho fazer barulhos

bip bip bip bip

Esse barulho estava infernalmente irritando, quando eu penso que ele poderia morrer, meus enfermeiros entram na sala quase me derrubando

—Você precisa sair medusa

— Não vou, eu não quero sair

— Sai logo porra, ele vai morrer se não cuidarmos dele agora

—Então cuida, não vou atrapalhar

Nesse momento meu capanga se estressa, solta um palavrão e aponta sua pistola pra minha cabeça

— Eu mandei sair.

Encaro seus olhos e depois sua arma em minha cabeça e decido sair, o mais rápido que eu podia.

Raiva e tristeza agora me consumiam, saio para correr, o mais rápido possível, empurro tudo e todas a minha frente só para conseguir chegar na praia.

Enquanto eu corria, mil coisas se passaram em minha cabeça, vinnie, Edgar, minha mãe, a mãe de vinnie, tudo.. estava tudo borbulhando em minha cabeça.

Corro, para mim não chegava nunca, mas quem me via achava que eu estava atrasada, tenho ódio em minhas pernas e mãos, quando mais força mais rápido eu ia. Estava ofegante, quase caindo, e é quando meu celular começa a tocar, decido não atender, uma, duas, três chamadas, paro de correr e atendo

—Alô?.. – paro olhando pro mar e ouvindo tudo o que tinham parada dizer–

— Mas que porra..


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⏰ Última atualização: Jan 20, 2022 ⏰

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𝐀𝐌𝐎𝐑 𝐎𝐔 𝐌𝐄𝐃𝐎?- ᴠɪɴɴɪᴇ ʜᴀᴄᴋᴇʀOnde histórias criam vida. Descubra agora