Capítulo Único

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Notas iniciais de um autor: Queria agradecer a todos os rabias por me fazerem um dos caras mais felizes com tudo o que acontece nesse fandom, vocês são pessoas incríveis e eu não me canso de dizer e repetir isso todas as vezes. Lontrinha, eu te amo e odeio por ter proposto algo tão foda e tão complicado de fazer, já que a gente tem que sair muito da nossa zona de conforto, mas vamos lá...

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A morena revirou os olhos por trás de seus óculos enquanto movia a mão por alguns papéis em um movimento repetitivo e analisava algumas informações corriqueiras para o seu dia-a-dia, sem parar de segurar o telefone celular com sua cabeça. Sua mente estava tão longe dali que nem poderia dizer que era realmente naquela ligação ou até mesmo em seu trabalho, aquele que continuava a mover por suas mãos ignorando-o de forma parcial.

Era mais que claro a absoluta falta de vontade dela em estar presente ali, mas sim em outro local.

- Eu preciso mesmo ir, amiga... - A voz soou ainda pragmática sobre aquele assunto. - Já te disse que eu preciso estar no local daqui a meia hora e você sabe o quanto o trânsito em São Paulo é horrível nesse horário.

- Ainda são três horas da tarde, Andrade. - Sua mente rapidamente corrigiu o seu sobrenome e ela observou a aliança no dedo esquerdo, revirando os olhos antes de soltar seus papéis e levantar de sua cadeira. - Não é exatamente infernal andar por aí assim. - Mari Gonzalez reflete sobre e ouve um bufar do outro lado da linha.

- Vou desligar do mesmo jeito, eu tô saindo já. - O reclamar soou mais uma vez, mas parecia um tanto mais resignada com o fato. - Depois eu te mando uma mensagem para contar se tudo deu certo.

- Tá bom, tá bom... - Bianca sabia que, naquele momento, a outra mulher havia dado de ombros por trás do celular. - Um beijo, eu te amo.

- Amo mais!

Daquela forma a mulher finalizou e abriu a porta, vendo alguns estagiários cumprindo suas funções e, um deles em particular, dormindo. Continuou andando até próximo de onde ele estava sentado e bateu com muita força próximo a cabeça do garoto, que acordou em um pulo, derrubando café e alguns papéis dos projetos sobre si.

- Desculpe Senhora Andrade!

- Sinceramente, Daniel? - Questionou com sua expressão fechada, os demais fingiam não prestar atenção, mesmo que as fofocas fossem correr soltas depois. - Se eu pagasse vocês para dormir, eu mesma teria que ter um dia de setenta e duas horas para dar conta dos projetos ou você acha que ser engenheiro é fácil? Beber na hora das aulas e colar nas provas que deve ser fácil.

- Não vai se repetir de novo, senhora! - Ele tentou, quase gaguejando, mas ela revirou os olhos para o loiro.

- Realmente não vai, passe no Recursos Humanos para eles te darem o afastamento do estágio, não quero mais você por aqui.

E, com essas palavras, a morena se colocou para fora do prédio principal da empresa para a qual trabalhava. Bianca era engenheira civil especialista em concreto e continha uma das melhores, se não a melhor, carta de vendas do estado sobre o material, além de conduzir algumas obras e assessorar algumas construções. Talvez fosse corrido, mas valeria a pena todas as vezes, por viver o que ela mais amava.

Não precisava de chave para poder destrancar o carro e logo estar dentro do mesmo apertando o botão para ele ser acionado, saiu tranquilamente de sua vaga e, com um comando de voz, já estava no GPS o local onde ela deveria comparecer e com a melhor rota do trânsito caótico da cidade onde morava demarcado em linhas vermelhas e amarelas. Sua tranquilidade era o ar-condicionado e suas músicas tocando pelos equipamentos de reprodução sonora.

Aquele Apartamento da CoberturaOnde histórias criam vida. Descubra agora