Eu sempre quis ter uma filha

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--- Narração ---

Eu cheguei em casa tremendo de medo de acabar apanhando, quando entrei meus pais estavam lá sala e pediram para mim me sentar, minha mãe saiu da sala e voltou com as minhas coisas como: o colar, o rímel, o gloss, os brincos, a saia e o meu diário.

— Então era isso que você estava escondendo da gente? Esse monte de coisas de garota? Jisung, você é um homem, entenda isso de uma vez — Ela busca uma lixeira e joga tudo lá dentro menos o diário e a saia — Isso daqui, eu lembro o quanto você me atormentou com isso aqui, eu não quero nem imaginar que meu filho usou essa saia, principalmente uma tão curta — Ela rasga a saia e me levanto tentando pegar a saia da mão dela.

— Mãe, isso foi um presente, me devolve — Tento pegar mais ela rasga mais e a joga no lixo.

— É só trapos, Jisung, meu filho não usa esse tipo de coisa. E esse diário, eu jogaria fora mas foi um presente da sua tia, ela ficaria brava se eu jogasse fora, então tome esse lixo — Ela pega o meu diário e joga na minha direção — Jisung, entenda, você é um homem, ok?.

— Não mãe, eu não sou.

— Moleque, não me faça bater em você.

— E o que a senhora quer eu faça? Não posso mudar quem eu sou.

— Jisung.... Se eu soubesse que meu filho viraria isso eu nunca teria engravidado — Ela fala dando um tapa na minha cara — Você não é meu filho, entendeu? E nessa casa você não fica, de baixo do meu teto não se tem esse tipo de gente asquerosa.

Eu estava chorando muito, muito mesmo, eu fui para o meu quarto correndo e me tranquei lá, eu nunca pensei que escutaria isso da minha própria mãe, doeu muito, ainda dói. Eu peguei meu celular e mandei mensagem para o Minho avisando que iria para sua casa, eu comecei a arrumar minha mochila com algumas roupas até escutar alguém bater na porta, é meu pai.

— Podemos conversar? — Ele pergunta assim que eu abro a porta.

— Se for me criticar igual ela fez é melhor sair.

— Eu não vou fazer isso — Dou espaço para ele entrar e me sento na cama — A sua mãe tem a mente muito fechada, infelizmente, eu fico triste de saber que você escondeu isso da gente por tanto tempo mas entendo o seu lado também.

— Então você não me odeia?.

— Claro que não, mas vamos ter que fazer um acordo. Consegue ficar na casa de alguém por algum tempo? — Balanço a cabeça positivamente — Ótimo, fique na casa de alguém, eu vou tentar conversar com a sua mãe, se ela não te aceitar serei obrigado a pedir o divórcio.

— Isso é sério?.

— Claro que é, eu a amo mas ela está colocando os pensamentos antigos dela na frente da nossa filha, isso eu não posso admitir.

— Você disse... Nossa filha? — E lá estava eu chorando igual uma mocinha de filme de novo.

— Você não disse que se identifica como uma mulher? Então, estou te tratando da forma correta, não é? — Abro um sorriso e abraço ele.

— Obrigada, pai, de verdade.

— Tudo bem, sabe, eu sempre quis ter uma filha, é bom saber que Deus me uma da forma dele. — Ele beijou minha testa — Mas espera, se você é uma menina seu nome não pode ser Jisung, então como eu te chamo?.

— Meu nome é Ah-ri — Conto me afastando e pegando minha mochila.

— É um belo nome, minha filha tem bom gosto, ei vai querer ajuda com suas coisas?.

E foi assim que meu pai me ajudou com a mochila enquanto eu contava tudo sobre mim para ele, contei até sobre os meninos, só não falei sobre o Minho, acho que já foram novidades demais para um dia só.

I'm a woman // Minri (Minsung)Onde histórias criam vida. Descubra agora