Capítulo Único

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Aziraphel se considerava um anjo de sorte, estava vivo há belas décadas, pode observar de perto a evolução da humanidade, pode ter sua própria residência (além do céu é claro) e pode experimentar uma das melhores coisas que Deus criou, o amor.

Por ser um anjo ele achava que não seria possível amar as coisas e pessoas, mas ele estava errado, ele aprenderá a amar os humanos, aprenderá a amar os livros, sua cama, a comida e principalmente aprenderá a amar outra pessoa, ou melhor demônio.

Desde que ele e Crowley se conheceram os dois sempre foram como água e vinho, destinados a serem eternamente opostos um ao outro eles dois mostraram ao céu e ao inferno que eles, pouco ligavam para o destino. Claro que ambos não eram nada além de amigos por que o bom e velho Crowley era lento demais para perceber que o anjo arrastava não só uma como duas asas por ele.

No entanto, Aziraphel estava disposto a mudar isso, após mais uma visita de Crowley a sua biblioteca, para aproveitarem a paz de não estarem mais a beira do apocalipse, Azi se pegará observando cada detalhe do ser ao lado, Crowley tinha os cabelos vermelhos que o deixavam extremamente atraente, o corte da vez era curto e deixava o pescoço do outro amostra e ele podia ver cada movimento que ele fazia, os olhos de serpente davam lhe um ar de poder e as roupas escuras lhe transformavam num belissimo cavalheiro misterioso, recém saido de um livro de ficção.

A biblioteca se encontrava fechada a algumas horas e assim que Azi fechará a mesma o demônio chegou com uma garrafa de vinho, duas taças e alguns pretzels, ele puxou o anjo para os fundos da biblioteca onde tinham duas poltronas, uma mesinha de centro e um tapete belissimo.

Crowley estava empolgado naquela noite, ele contava sobre novas músicas que havia conhecido nos últimos dias e sobre como ele precisava fazer uma viagem para algum país ao qual o anjo não se atentará muito, pois estava perdido no outro, tudo em Crowley lhe atraia, desde sua bela fala até os botões da camisa abertos que deixavam parte de seu dorso exposto.

- Anjo, você ouviu alguma coisa que eu disse? - Crowley pergunta

- Me desculpa Crowley, eu estava com a cabeça longe - Aziraphel responde voltando a se sentar corretamente na cadeira e bebericando um gole de vinho

- E o que tanto preocupa essa belíssima cabecinha ? - o demônio havia se aproximado do anjo e sentado no braço da poltrona em que o loiro estava.

- Estava apenas pensando em como o destino pode ser mudado - o anjo comenta ao pousar sua taça sobre a mesa.

- Como assim? - o outro pergunta

- Por exemplo anjos e demônios foram criados como inimigos e nós dois provamos o contrário, o apocalipse estava programado há mais de bilhões de anos e nós o impedimos, e o mais importante anjos não podiam amar mas eu descobri que eu sei amar.

- Anjo,  demônios também não deveriam saber amar. E eu amo muitas coisas como vinho, rock in roll e o meu carro - Crowley comentou sarcásticamente

Aziraphel levantou com determinação.

- É claro que eu também amo coisas matérias Crowley, mas eu estou dizendo que eu amo mesmo, de verdade alguém muito especial - ele diz com firmeza

- Você quer dizer que se apaixonou anjo? - o ruivo agora estava de pé e frente a frente com o outro

- Sim - ele diz se aproximando do ruivo

- Por quem? - o demônio agora estava a milímetros de distância do anjo

- Por você - ele completa enfim

O demônio arregala os olhos em surpresa

- Eu amo você, seu idiota - o anjo diz sorrindo com as bochechas vermelhas

- Eu achei que vocês anjos não xingavam as pessoas - o demônio sorri 

- Acho que amar você não é a única exceção que eu criei - ele riu

- Realmente - o outro sorriu - eu também te amo anjo - ele cola suas testas - Eu acredito que esses anos ao seu lado me mostraram que eu posso amar - ele completa sorrindo

Suas respirações se misturavam devido a proximidade, não se sabe quem beijou quem primeiro, mas agora eles trocavam um ósculo inebriante, que marcava a afirmação do amor que nutriam um pelo outro.

Eu amo você, seu idiotaOnde histórias criam vida. Descubra agora