Cinco

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Os próximos três meses foram difíceis. A ponto de ser insuportável acordar dia após dia e ter que enfrentar qualquer coisa que fosse. Já sentia que estava quebrado e quando Jungkook voltou a lhe seguir, mandou uma mensagem, e depois visualizou e parou de lhe seguir outra vez, era como se... como se ele tivesse pego todos os caquinhos do Park e jogado em mar aberto. Estava perdido. Sem rumo.

Poderia ser algum drama, bem que ele gostaria que fosse, mas havia sido intenso demais, bom demais, surreal pra caralho. Claro que ele não ficaria bem quando acabasse. Mas, ele conseguiria lidar se tivesse uma explicação por parte do Jeon.

Seus primos, que já sabiam de tudo, já odiavam Jungkook. Seu melhor amigo, Jackson, não suportava mais ouvir qualquer coisa que envolvesse Jeon Jungkook. Simplesmente não aceitavam que Jimin estava sofrendo por alguém assim.

Mas, assim como? O acastanhado entende que o mais novo vacilou, entende que só alguém muito ridículo faria o que ele fez, mas não consegue odiá-lo, não consegue gostar menos de quem tanto lhe fez bem. Pelo contrário, a cada dia que passava ele sentia que seu amor por Jungkook só crescia mais e mais.

Uma vez chegou a falar com Jackson sobre essa conexão. O amigo já havia passado por algo tão intenso quanto, então logo falaram sobre amor da vida, almas gêmeas e kryptonita. Jungkook, definitivamente, era a kryptonita de Jimin. Poderia levar apenas em conta a parte negativa do contexto: alguém que lhe enfraquece, que lhe causa danos sérios em situações complexas; no entanto, era mais que isso. Jungkook havia surgido do nada, grudou em si, teve sobre Jimin um efeito imenso. Continuou ali até que chegasse em seu limite e explodisse.

Só não haviam lhe dito que essa explosão mexeria tanto consigo. Não a ponto de lhe quebrar.

Não estava bem. Escrever seus pensamentos nas notas do celular já não fazia mais sentido, ele só queria encontrar uma maneira de lidar com seus problemas. Queria manter ao menos isso sob controle, então estaria com a mente mais tranquila para pensar sobre o que aconteceu entre ele e Jungkook.

Em casa não tinha suporte, seus primos não conseguiriam diminuir a dor em seu peito, então deu uma chance ao que em sua cabeça nunca fez tanto sentido. Terapia. Teve que dar uma chance.

As primeiras consultas consistiam em problemas que ele enfrenta dentro de casa. Foi claro e tentava contar tudo, apesar do bolo em sua garganta lhe impedir de continuar falando quando chegava em certo ponto. Muitas vezes saía de lá mais estressado e frustrado do que chegava, era complicado, mas via certo resultado.

As coisas só pareciam ainda mais sem sentido depois que mencionou Jungkook na consulta.

- Foi uma paixão, né? Vocês não namoravam, mas era parecido com isso. Foi um momento bom que você viveu, mas acabou. Não pode confundir saudade com sofrimento, isso já faz parte do seu passado e você deve viver o presente, Jimin - dizia a psicóloga mais velha.

Sabia que havia algo de errado ali. Por mais que entendesse as entrelinhas e concordasse algumas vezes, a mulher não havia entendido que aquilo não foi uma simples paixão, não entendia que Jimin amava Jungkook com toda a sua vida e que simplesmente não sabia lidar com a saudade, acabando por sofrer.

Era tão difícil ou Jimin não estava contando tudo? Ele não sabia, mas teve certeza de que teria que lidar com aquilo sozinho.

Não superou. Mesmo que já conseguisse dormir seis horas inteiras durante a noite, sem chorar, não superou. Estava sempre abrindo o perfil do Jeon e vendo que ele seguia outras pessoas, abrindo o perfil da garota nomeada Mijoo e, porra, ela mudava a foto vez ou outra. Não poderiam ser perfis antigos, ela estava ativa. Se o namoro não fosse atual, então por quê ela manteria o relacionamento sério na rede social?

O tempo só passava e o Park ainda se via perdido em pensamentos, não teve um fim concreto, não foi o que merecia. Tudo trazia o moreno de volta à sua mente. Qualquer assunto, qualquer imagem, vídeo ou música. E quando o universo resolvia lhe dar sinais, então? Só podia ser brincadeira.

"J - ele é a pessoa certa e vai voltar"

"J - vocês foram feitos um para o outro"

"J - ele está resolvendo assuntos pendentes, mas não para de pensar em você e pretende mandar mensagem"

Era sacanagem o quanto cada coisinha parecia específica demais, e não podia ser só uma coincidência, mas iria morrer esperando Jungkook voltar? Não achava justo.

Sabia que nem ao menos conseguiria engatar em outro relacionamento. Um dia poderia conhecer alguém que realmente gostasse de si, mas não conseguiria se envolver, não seria justo, quando a única pessoa que estaria em sua mente seria Jeon Jungkook.

E ainda tinha a viagem. Por Deus, aquilo iria acontecer mesmo. Já estavam com as passagens compradas, sua tia já traçou todo o trajeto dos doze dias que passariam em Seul. Doze dias. Quase duas semanas inteiras a pouquíssimos quilômetros de onde Jungkook estava e não poderia vê-lo.

Estaria perto demais, mas tão longe quanto. E daria risada, claro. O destino só podia estar brincando consigo.

 O destino só podia estar brincando consigo

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o tiktok mandando sinais, juro por deus

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Prowling, jikook.Onde histórias criam vida. Descubra agora