AU PERCABETH - Especial de Ano Novo | Start of Something New

Start of Something New

Dedico aos que sonham, aos que esperam, aos que acreditam.

(boa leitura, espero que gostem! não deixem de favoritar e comentar muito, por favor! se gostar, não deixe de compartilhar com seus amigues 💖)

* * *

Percy Jackson

Living in my own world

Didn't understand

That anything can happen

When you take a chance 🎶

Existe algo no ano novo que sempre me deixa inquieto, comovido e muito, muito reflexivo. Nessa época, costumo caminhar na linha tênue entre a amarga melancolia e o doce entusiasmo. Quer dizer, todos nós, desde o mais cético até o mais apaixonado por essa aventura que chamamos de vida, querendo ou não, de forma consciente ou de uma subentendida luz do inconsciente de nossas entranhas, todos têm algo a desejar, a querer realizar, a olhar para o céu e fechar os olhos a pedir, a esperar. A essência do ser humano, creio eu, é ter a capacidade de sonhar. Pois sem os sonhos para nos motivar, nos fazer levantar da cama a cada amanhecer, sem a combustão dessa engrenagem, de que vale a vida?

É nesse sentido que o ano novo às vezes… não faz sentido. Quantas vezes tracei metas futuras, fiz planos para o amanhã e finalmente senti-me pronto para realizá-los depois de terem se passado os 364 dias? Quantas vezes falhei em quase todos esses objetivos? Ano após ano. Desejando, almejando, fracassando. Parece um ciclo que está destinado a se repetir assim que o dia 31 vira 01. Afinal… É o mesmo anoitecer e amanhecer de antes. Então me pergunto, o que de fato muda? Se alguém tiver a resposta, por favor, me diga. Ou quem sabe, por algum milagre, eu descubra neste último dia de 2021.

Para esse réveillon, decidi deixar os esperançosos e entusiastas de lado. Tendi para o lado cético da linha. Quem sabe assim, dessa vez, as coisas não sejam diferentes? É, ser totalmente descrente não está em minha natureza. Por mais que eu tente a mascarar, aquele pontinho de energia repleta de fé em uma possível mudança aquece meu peito. Apesar disso, optei por ignorá-la e escondê-la, na hora certa - caso exista - eu a deixo se libertar do cativeiro do meu coração. Até lá, decidi passar o réveillon com a minha família em nossa casa de praia em São Francisco, na Califórnia. Apesar de essa ser uma escolha inusitada para comemorar a virada do ano, onde a maioria dos meus amigos preferem ir em festas enormes e bem elaboradas, seria bom começar o ano já me adaptando ao meu novo lar.

Essa casa me foi herdada após a morte do meu pai, e é a primeira vez que vamos nos hospedar nela. Sair de Nova York sempre foi difícil, sou muito apegado àquela cidade, mas como nada é permanente e o dever me chama - literalmente -, a Califórnia era um bom lugar para uma nova fase. Mas preciso confessar, algo em meu peito se agitou desde que pisei aqui. Tenho quase plena certeza que sua origem vem de memórias que eu a muito tempo tento velar para continuar minha vida sem ressentimentos ou lamentações. 

Entretanto, quem eu quero enganar além de mim mesmo? Cada canto dessa cidade que eu mal conheço, me lembra ela. Posso facilmente imaginar sua voz comentando sobre a arquitetura de cada monumento, de cada ponte, de cada casa ou rua. Só percebi que estava sorrindo como um bobo, com a cabeça apoiada na janela do carro, todo sonhador, quando chegamos em casa.

I never believed in what I couldn't see

I never opened my heart