Capítulo Um

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—Tem certeza disso Athena? —sussurrou o homem de cabelos brancos, levemente prateados.

A mulher de cabelos castanhos claros o olhou por alguns segundos antes de se pronunciar.

— Eu errei apenas uma vez. E isso nunca mais vai acontecer. —disse calmamente saindo de perto do Deus dos Deuses, e caminhando para o salão onde seus famíliares esperavam pelo início da reunião.

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O homem suspirou pesadamente, claramente pensava na confusão que se instaurou. Os deuses brigavam entre si, mas o pior deles era Hera, que  olhava-o em silêncio, com o mais puro ódio. Todos do Olimpo sabiam que eles haviam passado por mais uma briga.

—Como assim a gente não pode sair, Pai? —Apollo exclamou, sobrepondo sua voz as dos outros divinos na sala, enquanto arrumava uma de suas longas mechas loiras, que insistia em escorrer por cima da pele bronzeada.

— Como sabem Athena era uma das responsáveis por ajudar a cuidar de Poseidon quando aquela "doença misteriosa" o fez desestabilizar todo o fluxo do mar. —Ele fez uma breve pausa. —Ela confirmou que uma infecção contagiosa vem se espalhando entre as ninfas e centauros é capaz de afetar Semi-deuses e Deuses.

Os Deuses se entreolhavam alarmados. Artemis olhou para o lado, vendo áries próximo a si, ele havia saído ontem para um bosque repleto de ninfas, a caçadora se afastou discretamente, quase colando seu corpo em uma das pilastras do salão.

—O quão contagiosa é essa doença?— Ela perguntou receosa.

—Mais contagiosa do que a peste foi para os mortais.

O desespero começou a tomar conta da sala novamente, alguns rapidamente perceberam o ato de Artemis e se afastaram uns dos outros. Não haviam sussurros, apenas um silêncio gritante.

—Ó, Chefia! —o moreno de cabelo trançado disse e esperou inquietamente mexendo sua perna rapidamente, pela atenção de Zeus antes de continuar. — Você ou a Corujinha sabem se alguém aqui ta bichado? Eu não quero ficar de cama que nem Poseidon, tenho muito trampo pra fazer ainda, sabe? —falava rapidamente, quase atropelando as próprias palavras.

O Deus dos céus ia responde-lo, mas foi interrompido por Athena.

—Primeiramente, Hermes se acalma, inspira e espira devagar. — O Deus dos ladrões a obedeceu. —Em Segundo lugar o vinho que todos vocês  bêberam mais cedo era um "teste rápido" para essa infecção. Ninguém aqui está contaminado. E em terceiro lugar.... —fez uma pausa arqueando levemente uma das sombrancelhas — Corujinha?

O moreno pareceu ficar um pouco mais relaxado. Assim com o resto da sala.

— Eu gosto de dar Apelidos Athena, cê sabe disso. E nem vem, você sabe o porque do corujinha, tu é a nerd da família.

Hefesto tossiu baixinho do canto da sala.

—Ah, é o filhote de Cruz credo também é inteligente. —disse divertido ao ver a expressão insastifeita e um pouco mais distorcida que o normal, tomar o rosto do Deus dos Ferreiros.

Apollo e Afrodite foram um dos únicos que não fizeram questão de disfarçar um sorriso.

Zeus apenas observava a cena calado, internamente aliviado pelo desvio da atenção de Hera, que agora parecia pensar se Hermes havia a insultado ou apenas  Hefesto. Entretanto isso não durou muito, Athena estava encarando-o. A Deusa da sabedoria sabia muito bem que quem desse a próxima notícia seria alvo de zilhões de xingamentos diferentes e como era apenas a conselheira do "Deus dos Deuses" se manteve em silêncio.

—Tem mais um pequeno problema.... —todos voltaram a olhar o homem de cabelos brancos.— Todos nós vamos ficar confinados por tempo indeterminado no Olimpo.

—O QUE?! —Berraram incrédulos.

—Como assim "Tempo inderteminado"? Eu não posso ficar tanto tempo longe do campo de batalha! Você tem ideia de quantas guerras tão acontecendo agora?! -o ruivo gruniu em fúria, se levantando com seu Machado. Imprudente e impaciente, era o comportamento esperado para o Deus da Guerra.

—Ares. Todas as pessoas nesta sala vão ficar em isolamento. E se alguém tiver algo contra isso, vai ter que me convencer que tem algo muito importante para fazer ! —Ele foi elevando seu tom de voz gradualmente, pequenas faíscas se formavam ao seu redor.

O dono dos olhos âmbar o encarava em uma fúria silênciosa. Um trovão ecoou, rasgando os céus.

Ares deu um pequeno passo para frente, segurando com força o cabo do machado, mas logo sentiu os olhos dourados da Deusa mais anti-social do recinto o fuzilando. Não lutaria apenas com Zeus, se fosse adiante estaria questionando algo que Athena aprovou, e ela sempre o vencia.
Eles se encararam por alguns segundos, olhou de relance para Zeus e suspirou furiosamente.

—Inferno..... —murmurou derrotado voltando a se sentar. Pensando no que poderia despedaçar mais tarde, já que corpos estavam fora de questão.

—Grande merda ele perder a Guerra, eu vou perder um monte de esquema. —sussurrou Apollo.

O ruivo olhou para o Deus da música, como uma criatura bestial ao sentir o pavor de um semi-deus desprotegido.

—Que porra você disse ai Deus da purpurina? —disse áspero

— Eu disse que sempre tem um grupo de idiotas pra fazer uma guerra com alguém e os meus encontros e festas tem data marcada. Ouviu agora Deus da porra da guerra?—retrucou.

Ares rosnou e levantou em um pulo, rápido como um trovão, Apollo se levantou no susto, desviando dos golpes furiosos da lâmina do machado. O ruivo girou o punho, apontando o cabo para o loiro que não conseguiu desviar dessa vez, e foi arremessado contra uma pilastra de mármore. O Deus da guerra correu em sua direção girando o machado novamente e pressionando o cabo contra a garganta contra o pescoço de Apollo, que foi suspenso contra aquela parede.

—Esculta aqui seu filho de uma pu- o ruivo foi interrompido. —Ares, solta ele! —disse a Deusa da caça, com  seu arco em mãos.

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É um capítulo curto, afinal eu estou escrevendo por diversão. Foi mal (0w0)

Isolamento DivinoOnde histórias criam vida. Descubra agora