Capítulo Dois

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—Não te mete Artemis.... —Ele olhava a mulher de cabelos negros pelo canto do olho.

—Você quer mesmo passar semanas preso aqui com a gente, machucando alguém no primeiro dia? —Ela disse calmamente, mantendo a flecha na direção do alvo.

Ele se manteve em silêncio. Nunca teve problemas em entrar em uma luta em menor número, mas naquela situação esse era o pior problema que poderia ter. O Ruvio olhou para Apollo, colocando mais pressão, e então se inclinou um pouco, para mais perto do loiro excêntrico, que começou a perder o ar de seus pulmões.

—Na próxima vez que você me provocar lembra de usar a merda do seu arco. —sussurrou ao pé do ouvido do Deus da música.

Ele deu dois passos para trás, assim soltando Apollo daquela prensa. O gêmeo da Deusa se manteve parado, olhando na direção de Ares, era possível ver a leve marca avermelhada no pescoço. O silêncio pairou pelo lugar. A morena alternou seu olhar entre os dois deuses, antes de abaixar o arco vagarosamente.

— É só não sair do Olimpo...? —murmurou o Deus da guerra.

—Não podemos sair do Olimpo e nem permitir a entrada de "terceiros". —respondeu Athena.

O filho de Hera colocou o machado sobre o ombro esquerdo, saindo do salão pisando forte, antes de passar perto de Artemis e sussurrar algo que fez a expressão dela fica nebulosa por alguns instantes. Ela bufou baixinho, relaxando sua postura. Em um movimento rápido a Deusa da caça atirou uma flecha, que cravou no pilar, bem ao lado da cabeça de Apollo.

—Seu idiota! —exclamou aborrecida.

Apollo a encarou, arrancou a flecha do pilar e deu um sorriso para sua gêmea. Ele apenas saiu do salão, no sentido contrário ao caminho que Ares havia tomado.

—Sem querer interromper o seu momento querida. —a mulher de cabelos vermelhos ondulados, ao ponto de lembrarem o formato das rosas se manifestou pela primeira vez. —Mas quem vai fazer a gentileza de explicar "a quarentena" para o Dionísio?

—Que, que cê tá falando Afrodite? O Dionísio ta ali.... —o Deus dos comerciantes se virou vendo que o Deus do vinho não estava mais sentado no canto do salão, mas sua taça estava no chão sem uma gota de vinho.— Quando que o ki suko de uva saiu ?

—A algumas discussões atrás. —Ela respondeu simples.

-Porra tia cê nem avisa.

A bela mulher ruiva suspirou incomodada.

—Hermes, meu querido. Eu já não disse para não me chamar desse jeito? —Ela disse com uma suave, porém concreta raiva em sua voz, olhando o moreno e seu cabelo trançado.

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Hermes corria pelo topo do Monte Olimpo, mesmo com o passar dos dias o mensageiro dos deuses não havia se acostumado com a falta de suas entregas, era como se a energia do seu corpo começasse a sufoca-lo todas as manhãs. Sentia saudades até mesmo de entregar almas para Hades, seu tio quase nunca falava mais de uma palavra, mas mesmo assim ele era um cara legal.

Athena lhe avisou que o confinamento poderia piorar casos de ansiedade e hiperatividade. O jovem se manteve inerte em pensamentos por míseros segundos, mas foi o suficiente para alcançar a pior parte do Olimpo, a parte que "pertencia" a Hera. Um belo jardim aberto, com vários pés de romã e uma grande fonte ao centro, onde os pavões de todas as cores passavam em alguma hora do dia.

—Que o Caos me livre de pisar ai...—murmurou, se virando e saindo mais rápido que pode.

Era um bastardo de Zeus, nasceu sendo um dos alvos de ódio da Deusa do matrimônio. Se lembrava perfeitamente da vez que teve que fugir de pavões divinos furiosos, ficou impressionado com a velocidade que atingiu naquele momento. Olhou para o céus e viu que Hélio não havia passado pelo Olimpo ainda, sabia bem o que isso significava. Correu o mais rápido que pode para o lugar onde ninguém nunca aprontava nada, a biblioteca de Athena.

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⏰ Última atualização: Aug 23, 2022 ⏰

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