Reconstruindo

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Estar morando na casa da minha amiga chega a ser um tanto quanto estranho já que parece que estou de visita, mas na verdade eu moro aqui agora. Ainda estou me acostumando, mas sei que isso vai demorar bastante para parecer normal.
Mais tarde eu fui para a escola com a Jenny é claro que ainda triste, mas durante a aula eu não conseguia me conter de parar de pensar na minha mãe ou sobre tudo que mudou. Acho que eu estava tão triste que fiz com que a professora de Física percebesse minha infelicidade e me fez ir para a diretoria porque estava com medo de que eu estava com depressão, no caminho da diretoria pensei, ótimo mais um peso na consciência.
Cheguei lá e bati na porta para entrar.
"-Com licença diretora Alicia, posso entrar?"
"-Claro querida, sente-se, me conte, porque está aqui?"
"-Minha professora de física pediu para que eu viesse aqui."
Eu estava tentando não contar tudo ela para não chegar ao ponto de desabar totalmente na conversa.
"-Porque? Está tudo bem? Deve ter acontecido alguma coisa para que ela pedisse que você viesse aqui não acha?"
"-Sim, você está certa, mas ela disse que eu estava meio triste, mas na verdade é só um pouco de sono mesmo!"
"-Tem certeza? Aconteceu alguma coisa com a sua família ou amigos?"
Ao ouvir a palavra família uma lágrima escorreu pelo meus olhos até passar pela minha bochecha e cair na minha mão.
"-Ariana? Tudo bem?"
Me manti em silêncio para não começar a falar e chorar, fiquei passando meus pulsos nos olhos para que as lágrimas parassem de escorrer, mas não consegui, desabei total. Comecei a chorar litros novamente... A diretora se levantou desesperada e veio até mim, se ajoelhou no chão e colou uma mão no meu ombro e perguntou:
"-Calma, está tudo bem, eu estou aqui. Abortamento conte, o que está acontecendo?"
"-Minha mãe, meu namorado, minha casa, tudo, está tudo errado, (suspirei)"
"-Calma querida, o que houve com sua mãe? Se não quiser falar tudo bem, mas se falar eu posso te ajudar!"
O fato de eu falar tudo pra ela poderia tirar o peso da minha consciência mas também poderia piorar a situação. Mas optei por falar, já que não tinha outra saída.
"-Ela, ela morreu, (suspirei tentando me acalmar um pouquinho) de câncer..."
Percebi que os suspiros só estavam piorar minha respiração, então comecei a respirar bem forte pelo boca já que estava começando a ficar sem ar.
"-Nossa, eu sinto muito, desculpe, eu o não sabia... Não precisa ficar assim"
Me toquei de que poderia confiar nela e contei tudo, tudo em todos os detalhes, mas o legal, ou não, é que ela me colocou em uma psicóloga para eu melhorar meu emocional e conseguir estudar normalmente.
Dali pra frente eu sabia que tudo poderia melhorar mesmo eu AINDA estando um pouquinho triste, para me acalmar desse dia tenso eu fui fazer meu dever de casa e estudar para a prova de matemática amanhã. Estudar admito que não foi difícil e nem o dever. Como fui rápida perguntei para a Jenny se ela queria ir no cinema ver três pedaços de amor comigo, ela disse que tinha algumas coisas para resolver então eu chamei o Vitor, meu melhor amigo de infância também, a gente se separou um pouco porque ele se mudou para um bairro vizinho e acabou saindo da escola também, mas ainda mantínhamos contato pelo facezap que é uma rede social onde você conversa pelo bate papo ou pelo video. Ele aceitou, então nós fomos ver.
Depois do filme ele disse que odiou e eu disse que eu também, na verdade mesmo nos. Fomos apenas como uma brincadeira, tanto é que ficamos jogando pipoca em todos no cinema, sempre fomos desse tipo, de brincadeiras estúpidas mas legais. Depois do filme eu fui na casa dele para um pouquinho de StickBell que era um jogo que nós dois inventamos quando tínhamos 8 anos kkkkk. É um jogo em que você tem que colocar uma figurinha no alvo de olhos vendados, é bem legal, pelo menos me animou um pouco, a gente gostou tanto de se reencontrar que acabei ficando até mais tarde na casa dele, vimos outro filme, e acabei que dormi na casa dele, de tanto cansaço.
Eu acordei com eu apoiada no ombro dele, coisa que sempre acontecia quando eu dormia na casa dele ou ele na minha, mas ele já estava acordado vendo desenho, o desenho era um super antigo que nos também víamos quando éramos pequenos, sempre riamos e imitávamos os personagens. Infelizmente acordei bem na hora de ir embora porque eu tinha psicóloga, peguei minhas coisas falei tchau e fui correndo pra casa. Cheguei lá a psicóloga já estava lá com um papel na mão e com cara de quem cheirou o próprio pum.
Sentei do lado dela e começamos, ela me mostrou a minha prova de matemática que eu havia feito, já estava corrigida, e de 10,00 pontos eu tirei 00,14 pontos. Agora entendo a cara dela, na realidade não entendi o porque de eu ter tirado uma nota tão ruim, mas antes que eu perguntasse ela disse que era por causa do meu emocional. E não é que ela estava certa? Uma semana depois fiz a reprova e bum! Tirei 08,99 pontos! Graças a ela!
Diante daquele acontecimento percebi que tudo finalmente está se reconstruindo!

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⏰ Última atualização: Apr 10, 2015 ⏰

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