Mais uma noite sem dormir com o raio enraizado na testa em uma insana dor, com pressentimentos tão ruins quanto de uma mãe ao ver o filho sair pela porta... o rosto derretia e escorria, os olhos verdes mal enxergavam.
É extraordinário, um trauma vagando pela mente turva com extrema claridade, é como voltar no tempo!
Quando o seu mundo nem era um mundo real, as palavras não saiam da maneira correta e suas pernas não te sustentavam, o que lhe trouxe a vida perdeu a própria por você... E de maneira quase impossível, você consegue acessar essa memória sempre que sua mente está contra seu corpo, você acessa, você é obrigado a isso.
Mesmo em meio de tudo isso, as batidas repetidas na porta de madeira estão adentrando seu cérebro e o furando, isso te invade com ódio, irritação... porém você perdeu seus sentidos, saber que o futuro de uma população está nas suas mãos de adolescente que são controladas pela sua cabeça que está sempre em conflito consigo mesmo, não te traz esperança, te traz medo, horror e diversas noites mal dormidas...
Você consegue escutar a última batida na porta e então já está abrindo ela e caindo no chão duro no mesmo momento, como se todas suas forças tivessem sido sugadas e o que está embaixo dos seus pés fosse como um imã, e você não passasse de um metal frágil.
A única força que sobrava era a que mantinha seus olhos observadores e sua mente ligada, a força de vontade, que era alimentada pela frase 'O passado está apenas na minba cabeça... já o futuro está em minhas mãos'.
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O futuro da População
PoetryPare de se sentir lá atrás, não deixe sua cabeça lhe pregar peças.