CONVENCIDO

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T A E H Y U N G

Sempre fui uma pessoa competitiva, sempre. Vencer os jogos anuais de hóquei no gelo é tão prazeroso quanto sexo casual. Nunca tive grandes problemas em marcar, sou o melhor atacante da Ktes; o treinador sempre ressalta o fato verídico. Admito que meu ego quase bate no teto. Não só. Deixa-me ainda mais convencido que o habitual.

Carrego comigo a noção de que sou bonito pra caralho e que chamo a atenção de todo o mundo por onde piso. É algo frequente. Quando pintei o cabelo de um vermelho vivo e chamativo, e coloquei um piercing na língua, tudo melhorou, se é que me entende. Transas fáceis e rápidas, garotos e - a maioria - garotas quase se submetendo á minha pessoa. Quase ficando de joelhos me desejando com os olhos.

Consigo tudo o que quero na palma das minhas mãos. Também sou ágil e competente, cheio de qualidades e com pouquíssimos defeitos.

E também como melhor atacante e marcador que sou, consegui levar Ktes às finais desse ano após ter feito a maior parte dos pontos. Nosso time venceu por conta disso e ganhamos a medalha de primeira lugar, tão reluzente quanto uma espada cinza ao luar.

Agora estamos no ônibus a caminho de Busan, do rinque. Lá serão as finais e com sorte iremos dar de cara com a Forbs, nosso grupo... como posso chamar? Rival?! Só sei que não sou o único a consumir a ânsia de jogar contra eles - uma equipe tão forte e estratégica quanto a nossa - ganhar e esfregar o prêmio na cara de cada um dos oponentes. Tão satisfatório e engraçado que seria. E não minto, o goleiro é de lá para cá, cinco estrelas dos pés á cabeça. Pena que ele me declarou inimigo sem ao menos me transmitir essa informação. Talvez me odeie por ser o mais falado mundo do hóquei no gelo e descrito em todas as revistas do esporte. Acho que é isso, não sei exatamente e nunca procurei uma explicação. No fundo, bem no fundo, tenho a certeza de que ele não me odeia como disse à anos atrás.

- Ei, filho de uma grande puta, me devolve - escuto meu amigo Jimin, ao meu lado, gritar - Nossa, se você responder a mensagem dela, juro que te quebro no meio - as veias do pescoço de Park saltam, ficando claramente visíveis.

Jimin está irritado por Hoseok ter roubado seu celular em meio de uma conversa com a crush. Solar, seu nome. Alta, fios longos e dourados e uns olhos cor de mel. Já havia visto ela. Jimin a apresentou para mim.

- Que conversa interessante - rola a tela com o dedão enquanto Jimin tenta recuperar o telefone - Bem... - olha para Jimin com um sorriso ladino nos lábios - educativa - provoca, fazendo outros rirem.

Nosso grupo é assim mesmo, completamente caótico. Jung é o maior provocador que já conheci. Ele ama dar uma de babaca e pregar partidas a todos nós sem contar com zoar cada jogador conforme os assuntos em alta, a maioria dirigida a lances românticos.

- Cara, devolve - interrompo - Aposto que tem mais conversas desse tipo educativo que o Jimin. Deve mandar foto do pau a todo o mundo.

- Correto - ri e devolve o celular sem se intrometer nas mensagens - Tome princesa.

- Princesa, esse seu pau que mostra pra todo mundo. Exibido - Park responde frustrado. É fácil irritá-lo.

- Mas e você Tae? - Hoseok ajeitar-se no assento. Está sentado ao lado de Yukyun, outro jogador, esse parte da defesa.

- Eu o quê? - ergo as sobrancelhas, confuso com o que ele quer dizer. O que eu tenho a ver com essas conversas?

- Preparado para encontrar o esquentadinho? Seu mais conhecido amor - coloca a mão no peito, dramatizando - Aposto que você sente saudades daquele goleiro. Gosta de ser xingado por ele, né?

I END HEREOnde histórias criam vida. Descubra agora