ANY GABRIELLY
Já almoçamos e voltamos para o hospital, entro no consultório com Heyoon e ela chama o próximo paciente.
Yoon: Agora é a minha vez, ok? - assinto.
Any: Eu vou beber água, ok? - ela assente e eu saio da sala.
Caminho distraída pelo corredor quando esbarro em alguém.
- olha por onde anda, garota! - diz uma mulher loira.
Any: Me desculpe, eu estava distraída.
- percebi! Quem deixou você entrar aqui? Esse hospital não é do seu nível.
Any: O que quer dizer com isso?
- que esse hospital só atende gente da alta classe, já você.... não tem nem onde cair morta. - arregalo os olhos por tanta arrogância. - por que não vai arrumar um emprego invés de ficar vagabundeando por aqui?! Esse hospital não é para gente como você.
Any: Eu trabalho aqui.
- inventa outra! Negrinha mentirosa! - dito isso ela sai esbarrando em meu ombro de propósito.
Como podem existir pessoas tão preconceituosas? Minha cor não sai com água, ouvi comentários idiotas a minha vida toda, tentei ignorar mas as vezes é difícil
⚠️Atenção, as cenas a seguir contém gatilhos de ansiedade, se tiver fáceis gatilhos a esse tema sugiro que pule, mas se ler é por sua conta em risco. Você foi avisado.⚠️
Começo a ficar ofegante e sei que terei uma crise. As paredes começam a se fechar, minhas mãos ficam trêmulas e suadas, sinto o suor frio em minha testa, o ar de meus pulmões some de vez e perco a força nas pernas.
Não há ninguém nesse corredor, nem mesmo pacientes. Apenas eu, respiro fundo tentando me acalmar mas não funciona, invés disso, desmorono no chão. Me arrasto até a parede e me encosto nela, encolho os joelhos e de novo tento me acalmar. De repente, todos os comentários maldosos que ouvi durante toda a minha vida vem a tona me fazendo chorar.
"Preta inútil!"
"Escrava"
"Macaca"
"Cara de papagaio"
"Cabelo de bombril"
"Nunca vai ser alguém na vida, negra"
"Cor de bosta"
"Além de feia é negra"
"Ridícula"
Choro ao lembrar de tudo que ouvi a vida toda sem ter coragem de falar com ninguém. Sempre fui muito tímida e a crueldade das pessoas me fez ficar calada diante de toda essa situação.
Josh: Any! - ouço a voz de Josh e segundos depois ele está abaixado ao meu lado. - o que foi, princesa?
Princesa... ninguém nunca me chamou assim. Princesa...
Any: Eu.... - não termino de falar pois ainda estou com falta de ar.
Josh: Calma. - ele diz baixinho e segura minhas mãos geladas e trêmulas, ele as beija e me olha novamente. - eu estou aqui. - ele sussurra, segura meu rosto entre as mãos e enxuga minhas lágrimas com os polegares fazendo carinho.
Esse toque me fez bem. Me senti segura como não me sinto a muito tempo.
Josh: Respira fundo. - ele respira fundo junto comigo. - isso, mais uma vez. - repetimos o ato. - isso, está indo bem, princesa. De novo. - respiramos fundo novamente até minha respiração regular. - está melhor?
Assinto e faço algo que nunca fiz com nenhum homem e nem com ninguém. Me jogo em seus braços. Abraço Josh com força e ele retribui me apertando contra ele.
Nunca abracei ninguém que não fosse minha mãe, nunca tive amigos que pudesse abraçar e nunca pensei que abraçar um homem que conheço a tão pouco tempo pudesse ser tão bom.
Josh: Está tudo bem, princesa. Eu estou aqui. - soluço e ele se afasta apenas para olhar nos meus olhos. - está tudo bem. - ele me envolve em seus braços novamente.
Any: É ruim demais. - digo entre lágrimas. - eu mereço tanto preconceito? - sussurro para mim mas sei que ele me ouviu.
Josh: Não precisa me falar o que foi, mas eu vou te dizer uma coisa. - ele se afasta e segura meu rosto novamente. - você é linda, doce e essa sua timidez te deixa dez vezes mais fofa, você é perfeita, não deixe que ninguém diga o contrário. - assinto e me levanto.
Any: Obrigada, Josh. De verdade.
Josh: Por nada, Gaby. - sorrio com o apelido e limpo o rosto.
Any: Melhor voltar ao trabalho. - ele assente e antes que eu pudesse sair ele segura meu braço.
Josh: promete que se tiver outra crise vai me ligar?
Any: Eu não quero incomodar...
Josh: Promete? - ele pergunta e posso sentir em seu tom de voz a preocupação dele.
Any: Prometo. - ele sorri e então se aproxima, deixa um beijo carinhoso na minha testa e segue pelo corredor.
Eu me senti segura com ele. Senti com ele a segurança que nem na minha própria casa eu sinto.
...
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Pra sempre e depois
Fanfiction𝐵𝑒𝑎𝑢𝑎𝑛𝑦| 𝐵𝑒𝑎𝑢+𝐴𝑛𝑦 𝑨𝒏𝒚 𝑮𝒂𝒃𝒓𝒊𝒆𝒍𝒍𝒚 𝒖𝒎𝒂 𝒎𝒖𝒍𝒉𝒆𝒓 𝒅𝒆 𝒗𝒊𝒏𝒕𝒆 𝒆 𝒖𝒎 𝒂𝒏𝒐𝒔, 𝒎𝒐𝒓𝒂 𝒄𝒐𝒎 𝒂 𝒎𝒂̃𝒆 𝒆 𝒐 𝒑𝒂𝒅𝒓𝒂𝒔𝒕𝒐, 𝒆̀ 𝒄𝒐𝒎𝒑𝒍𝒆𝒕𝒂𝒎𝒆𝒏𝒕𝒆 𝒇𝒐𝒓𝒂 𝒅𝒐 𝒑𝒂𝒅𝒓𝒂̃𝒐, 𝒈𝒐𝒔𝒕𝒂 𝒅𝒆 𝒓𝒐𝒖𝒑�...