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Capítulo 1

É quinta-feira e me encontro no pico do meu estresse. Antecipei todas as minhas reuniões para essa semana; na próxima temos dois eventos convencionais, onde normalmente as companhias de construção se reúnem para manter a relação pacífica e saudável, uma tentativa de fazer maioria dos filhos da puta sem senso algum de humor não tentarem me matar, uma ideia fofa por parte da equipe de social mídia.

A realidade é que se por acaso se meterem onde não cabem ou baterem de frente comigo, sabem que os levo a falência da forma mais legal possível, e com legal eu quero dizer dentro da lei. Não curto muito suborno policial em troca de manter meu nome limpo, não que eu já tenha feito isso.

Segunda dor de cabeça da semana: A chegada de uma nova companhia de construção em Nova York virou assunto na boca de todos, e esse todos inclui meus empregados. Os murmurinhos nos corredores do prédio sede são sobre quem é o novo dono da empresa já que o velho Antônio Ferrier bateu as botas, e sinceramente, quem liga? Eu não.

Os Ferrier já são famosos no mercado construtor, principalmente em toda a América por sermos vizinhos, então não há um ser sequer que não os conheça. São os mais pacíficos do mercado, — os bons samaritanos — sem histórico de briga.

Independente de quem esteja no comando, farei o necessário para fazer ele voltar para a América do Sul e continuar o comércio por lá. Quanta ousadia expandir para o Norte assim de repente. O suspense para saber quem é o novo CEO — apesar de ser óbvio que será o filho mais velho ou algum sobrinho — provavelmente é apenas jogada de marketing. Vão chamar toda a atenção para si, alguns clientes e por fim não vai servir de nada. Cinco meses, talvez com sorte, mas aí as coisas vão começar a ir mal e num piscar de olhos surge a falência da filial.

— Sr. Kim — a voz de Judith, minha secretária, surgem em meu subconsciente me tirando de uma maldita distração. — O Sr. Jeon e o Sr. Park chegaram. — piscou os cílios como se esperasse minha permissão.

— Deixe-os entrar. — Pedi, e infelizmente me esqueço de agradecer. O corpo dela que antes somente metade se mostrava, some por completo me deixando sozinho afinal.

— Você viu aquele prédio dos Ferrier? É o velho dos Johnson. Gostei do que fizeram com toda a vidraçaria. Uma pequena mudança que deu uma puta valorizada.

Por favor, vocês também não, porra...

— É, eu sei, Jungkook. — Arfei, o olhando de canto enquanto verifico o pedido de almoço que Judith separou para mim.

— Com toda certeza ele já sabe... — Jimin já percebeu minha frustração sobre o assunto, mas não me enche a paciência como nosso caçula, o que é irônico partindo dele. — Relaxa cara, ou eles vão falir ou vão voltar para América do Sul.

É óbvio, porra!
Meu território. Meus clientes.
Já divido uma parcela bem grande disso aqui.

— E como vai o orçamento com os Salazar? — mudo de assunto ou os dois passariam horas falando sobre isso e não foi para isso que os chamei.

— Velho mão de vaca do caralho! Fico indignado que as pessoas em pleno 2024 prefiram o barato à qualidade. Estamos falando de cobre, pelo amor de Deus. — Park revira os olhos.

Entendo bem o estresse dele. Salazar é insuportável, em absolutamente tudo, sempre pechinchando ou mudando algo na planta mesmo quando já está finalizada. Ele reclama do tempo que levamos para arrumar e enviar a planta pela milésima vez, mas com clientes não alteramos a voz e não vale a pena explicar o porque é perigoso tirar uma coluna de um prédio sem fazer os cálculos antes.

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