🎄Christmas EveL 🎄

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Feliz Natal meio atrasado e um ótimo ano pra vocês!

Boa leitura.

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            Eu odeio o natal. Não um desgostar típico, que é possível encontrar em toda e qualquer esquina. Mas aquele ódio pelo natal vem de acontecimentos que me fizeram detestar a data festiva.

            Quem foi que inventou essa coisa de magia natalina? Isso sequer existe! Assistimos a filmes, séries, ouvimos músicas falando sobre a tal magia de natal. Mas quando começamos a crescer e a ganharmos menos presentes, é o momento de questionar a suspeitosa existência da mágica natalina.

            Não vejo muita graça em ouvir músicas como "Santa Claus is Coming to Town" ou "Let it Snow! Let it Snow! Let it Snow", e olha que a voz de Frank Sinatra sempre me encantou, mas não desta vez.

            Me pergunto qual seria a real graça de toda a festa junto dos presentes e família. Teria tanta graça na manhã de natal e abrir os presentes? Alguns acreditam que é o momento exato para esquecer de todas as brigas familiares e agir como se nada tivesse acontecido. Não é a minha realidade.

            Para os cristãos é o santo dia em que Jesus Cristo nasceu; não exatamente, já que não se tem registro algum da data exata de seu nascimento. Se pesquisarmos um pouco mais podemos encontrar diversos deuses que chegaram ao mundo neste dia tão aclamado, deuses como: Mitra, da Pérsia; Hórus, do Egito e Attis, Héracles e Dionísio da Grécia.

            Mas qual seria o motivo da minha desadoração com uma data festiva?

            Bom, aos oito anos meu peixe dourado morreu na manhã de natal. Aos doze, meus pais anunciaram o divórcio. Aos quinze, o garoto que eu gostava disse que estava namorando minha melhor amiga — tudo bem que ele nem era tão bonito assim. Aos dezenove minha mãe teve que viajar e o vôo atrasou, fiquei sozinho. E neste momento, aos vinte e três, acabo de levar um pé na bunda por aquele que me fez começar a gostar um pouco do natal.

            Yeonjun é o tipo de cara que tem uma vida perfeita, com uma família perfeita e uma casa perfeita. Até a droga da cara dele é perfeita. Isso se não fossem todos os problemas que ele e sua família enfrentam e fazem de tudo para esconder. São a família perfeita para o comercial de margarina ou a droga da propaganda natalina, essa a qual são convocados todos os anos para fazer parte.

            Nos conhecemos no final do primeiro semestre da faculdade, eu cursando relações internacionais e ele música, o pedido de namoro foi feito no natal — clichê demais, eu sei. É o tipo de pessoa que sempre via algo bom em tudo, principalmente no natal. Ele adorava as músicas, as roupas, as cores, os filmes. Em três anos juntos ele me fez comemorar três natais que eu nunca tive na vida. As músicas não pareciam tão irritantes, os filmes ficaram menos repetitivos, as roupas menos bregas.

            No momento estou sentado no meio de um aeroporto, os olhos inchados e ainda úmidos pelo choro que ainda não cessou. Eu encaro a tela do celular por minutos que parecem demorar uma eternidade, a mesma conversa aberta há não sei quanto tempo.

Junnie

| Eu sei que planejamos essa viagem juntos, mas eu não posso fazer isso. Nosso relacionamento foi muito bom, mas não dá mais pra mim.

| Até mais :)

            Até mais.

            No primeiro momento achei que fosse uma piada sem graça, tão sem graça que passei a gargalhar. Ele só poderia estar brincando. Após ler centenas de vezes pensei em milhares de palavras odiosas que tenho certeza que me arrependeria depois, de qualquer maneira as escrevi mesmo que saíssem erradas pelo choro. Liguei dezenas de vezes, e em todas deixei mensagens o xingando e reforçando como ele era um ser humano horrível.

Christmas EveL | Soobin + boyOnde histórias criam vida. Descubra agora