Wickedness

Secreto

As mãos de Karla tatearam a madeira frágil do guarda-roupas antigo que pertencia a mocinha da igreja, suas costas dolorosamente sendo pressionadas na superfície pelas mãos ávidas de Lauren que a beijava com pressa, parecia estar em sua espiral de abstinência ao beijar sua pele exposta do pescoço àquela maneira.

Para alguém que não sentia sua falta seu comportamento lhe entregava de uma maneira muito diferente... A mexicana apreciava sua falta de tato, a empurrava de tal maneira que a sensação do relevo da madeira na base de suas costas a cada segundo que a apertava mais para trazer para perto a fazia pressionar os lábios. Foi ali em busca daquilo, não iria embora sem ter o que queria.

Lauren desviou o olhar ao decote da mulher, suspirando ao deslizar suas mãos pela cintura a trazendo para pressioná-la contra seu corpo, os dedos tateando a pedrarias vermelhas que adornavam seu decote, as palmas sentindo as cócegas movidas ao desejo quando envolvendo o material ela pôde sentir a curvatura dos seios de Karla contra seu toque, o que impedia o contato direito era somente seu vestido e nada mais.

Apertou em uma provocação, não foi forte para machucar, mas o suficiente para ouvir seu baixo praguejo de prazer, apreciava.

— Lauren? - A voz abafada fez a mexicana mover a mão para evitar que ela parasse, mas não evitou que Lauren elevasse o rosto paralisando o que fazia prestando atenção na voz atrás da porta.

— Não faça. - Karla avisou, Lauren ignorou sua objeção.

— Consuela?

— Sim? Lauren? Eu preciso que me ajude. - A voz doce a fez retomar sua consciência, engolindo em seco ao notar o olhar da mexicana que não agradava-se da pausa. Parecia ainda pior que ela se sentisse instigada a fazer pior devido a pausa.

— Terá que se esconder. - Lauren pediu baixo, olhando a volta com pressa. Sabia que ela não conseguiria entrar em seu guarda-roupas.

— Mostre-me a ela, o que há para esconder? - Karla deu de ombros se alinhando ao olhar a porta, as mãos apalpando o decote e movendo os cabelos ondulados para se alinhar em provocação.

— Eu não vou te mostrar a ela, sem chances, não devia nem estar aqui. - Lauren proferiu baixo tentando se manter calma.

— Se eu não devia, então por que me trouxe? Esse problema é seu. - Sorriu cerrando o olhar para o vinco irritadiço da feição da beata prestes a ser desmascarada. Lauren voltou a se aproximar a capturando pelo braço e a trazendo consigo.

— Já estou indo Consuela, tive um problema com minha roupa. - Falou alto, puxando a mexicana para perto de sua cama.

— Se enfie debaixo. - Ordenou.

— Sem chance.

— Não estrague isso para mim. - Lauren voltou a repetir baixo, sequer piscando para que ela entendesse que estava falando sério. A mexicana ponderou fazer o que pedia porque sabia que ter sua imagem rompida àquele ponto podia não ser vantajoso, tinha pretensões naquela igreja, precisava resolvê-las antes de ser imprudente. Só não assumiria.

— Não dormirei em outro lugar.

— Prometo que não vai. - Lauren falou depressa tentando mover a mulher para que se abaixasse rápido. Karla deixou um olhar consternado e aceitou sua ajuda ao se ajoelhar diante de si a contragosto e se deitar de barriga contra o chão com seu mini vestido vermelho, incomodada com a escuridão debaixo da cama.

Lauren se certificou que não dava para enxergar que a mulher estava ali e abriu a porta para Consuela que parecia preocupada, um vinco na testa e mãos pressionadas na cintura era a exposição clara do que aparentava.