Parecia mais um dos fins de noite solitários de Gabi.
Apesar de ser madrugada de terça-feira de carnaval, Gabi era avessa à "Festa Mundana". Dentro de seu apartamento no centro de Recife, ela podia ouvir os blocos entoando as canções que animavam a multidão lá embaixo.
Gabriela é jornalista de formação, exerce sua profissão como redatora no "Jornal da Cidade". Nas horas livres, a jornalista se arrisca como autora de contos eróticos. Tímida por excelência, ela utiliza de toda sedução contida em sua mente para dar vida a personagens quentes.
Gabi tenta escrever mais uma cena erótica de seu livro, o som da folia tira a concentração da loirinha. Sem tirar os olhos do computador, ela pega a taça de vinho ao lado levando-a até sua boca. Percebe a taça vazia, ao tentar provar o líquido rubro. Vai até a cozinha e vê a garrafa também vazia sobre o balcão, procura uma garrafa na adega, sem sucesso!
—Caramba, Gabriela! Jura que você vai ter que sair no meio dessa baderna a essa hora, só para comprar um vinho?
Assim que coloca o pé na calçada, Gabriela se vê no centro de uma multidão, gente indo e vindo, dançando em grupos, bebendo. Ela sai desviando como um relâmpago em meio a todas as pessoas. A adega fica a apenas alguns metros de seu prédio, em cinco minutos ela está dentro da loja escolhendo o seu vinho.
Gabriela segura a garrafa do seu preferido em sua mão, lê no rótulo a procedência e a safra. Como uma autêntica capricorniana, está tão compenetrada nas informações do produto, que nem se dá conta de que uma linda mulher se aproxima.
—É sempre tão séria assim quando vai escolher seu vinho?
A loira se assusta, quase derruba a garrafa no chão, ajeita seus óculos que se entortaram devido ao susto. Olha para a linda garota de pele de avelã que traja um microvestido justo branco, de alças finas, com o corpete todo bordado em lantejoulas prateadas, nos pés um salto agulha prateado, seus cabelos presos num coque e uma tiara da mesma cor das lantejoulas.
—Ai, desculpa! Não quis te assustar! Queria pedir ajuda para escolher um vinho, pois não entendo nada disso! E você me pareceu que entende pra caramba! Novamente, desculpa, eu não sabia como pedir ajuda para escolher! Nossa! Estou disparando palavras sem parar, como uma metralhadora! Desculpa!
Gabi ajeita novamente os óculos, escaneando o corpo perfeito da garota. Fica sem graça, pois aquele corpo divino mexe com a libido de nossa jornalista, e para quem já está há tanto tempo sem "dar umazinha", é quase impossível não se sentir excitada.
—Rhum – Gabi limpa sua garganta pelo desconforto da situação – O vinho seria para que tipo de ocasião?
—Vou fazer um jantar amanhã à noite para o meu namorado.
—Ah, sim. Peixe? Carne? Ou massa?
—Como?
—Vai servir peixe? Carne? Ou Massa?
—Carne.
—Então...
Gabriela corre os dedos pelos rótulos dos vinhos tintos, parando sobre uma garrafa e sacando-a da prateleira.
—Esse aqui é perfeito para a ocasião!
—Puxa! Obrigada! Nem imagina o quanto você me ajudou! Realmente, não entendo nada de vinhos!
—Foi um prazer ajudar!
—Nem me apresentei! Que falta de educação a minha! Sou Aisha.
—Gabriela. Muito Prazer!
—O prazer é todo meu, Gabriela!
Gabriela assente positivamente.
—Bom, vou indo para o caixa. Só vim buscar combustível. – Ela mostra a garrafa de vinho que tem em mãos.
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Meu Primeiro Carnaval
RomanceGabriela é uma jornalista que se dedica a escrever contos eróticos nas horas vagas. Durante a madrugada de uma terça-feira de Carnaval, decide sair de seu apartamento para comprar vinho. Na adega, ela conhece Aisha, uma foliã linda. Um aconteciment...