"três da manhã"Em plena quarta-feira, minha colega de quarto, Audrey, decidiu por livre espontânea vontade me levar para um bar que seus colegas de faculdade iriam se reunir, e com uma livre espontânea pressão, aqui estava eu.
Já se fazia meia-hora que estávamos ali, sentada em um sofá, me concentro em quem entra e quem sai do bar. Com o olhar atento, vejo um vulto se passar parecido com Vincent, mas não poderia ser ele, certo?
Ele está em Aspen, não aparecia em Los Angeles sem me avisar, acima de tudo, ainda somos amigos com um passado.
Ao ver o cabelo loiro inconfundível passar de dentro para fora do bar, meus olhos o acompanham ate ele chegar em seu carro.
Sem nem mesmo perceber, Dylan me oferece um copo de cerveja com algo misturado, sem pensar em ressacas, jogo garganta abaixo.Com ânsia de tal bebida, me levanto trazendo Ursula, Audrey e Dylan para a pista de dança. E lá ficamos por um bom tempo, apenas dançando ao som de uma música sem sentido algum.
— Vamos embora, Liz. — Audrey começa a dizer.
— Agora que a diversão começou? — questiono rindo sozinha.
— Ursula já tá quase desmaiando, e você também não tá em uma boa condição, e Dylan nem se fala. — ela aponta para o garoto, que até então se esfregava em um poledance.
— Eu vi o Hacker. — berro em meio a toda aquela muvuca.
— Também o vi, mas achei que não teria mais tanta importância. Você já superou, não é mesmo? — ela diz encostando sua mão em meu ombro.
— Errado, eu o amo. — sussurro.
— Ah, Liz! Você tá falando de mais, vamos embora vai.
— Desculpa, Drey. — beijo sua bochecha, e corro para o meio de toda a bagunça, onde provavelmente ela demoraria pra me achar.
Disco os números já decorados, e então começa a chamar. Eu deveria ter feito isto antes. Como sou tão boba no amos, isso é tão patético.
Tic.
Ele atendeu.— Alô?
— Oi, é Lizzie.
— Eu sei. Eu tenho seu número, esqueceu?
— Talvez. — gargalho. — Você sabe que eu te amo, né?
— Liz, você tá bebendo?
— Cala a boca, a única coisa q eu quero ouvir é a sua decisão.
— Amanhã conversamos, você tá muito alterada.
— Qual é, Vinnie!
— Onde você tá?
— Você saiu daqui a pouco tempo, não sei o nome desse lugar.
— É três da manhã, Lizzie. Vá pra sua casa em segurança, e durma.
— Pelo menos você se preocupa, isso é bom sinal, mas eu ainda não ouvi.
— O que você quer tanto ouvir?
— Que você me ama, e vai ficar ao meu lado, que eu vou entrar de branco na igreja, indo lhe encontrar na frente do altar.
— Se cuida, Liz. — após essas três cortantes palavras, a ligação é encerrada.
Antes de tentar retornar a ligação, meu celular desliga por causa da pouca bateria. Porque tudo isso acontece em pleno 7 de fevereiro? E porque eu insisto que somos almas gêmeas? Tudo se escurece.
— SOCORRO...
— ALGUÉM CHAMA A AMBULÂNCIA.
— LIZZIE! FALA COMIGO!
— RESPONDE LIZ!
Gritos seguidos de mais gritos eu escuto. Porém é como se fosse apenas um som de fundo, uma trilha sonora. Logo tudo se ascende novamente, e então vejo quem sempre me salva mesmo eu sempre me afogando.
— Hacker? O que faz aqui? — Audrey questiona.
— Ela me ligou bêbada de novo.
Após sua aproximação, percebo então o que havia acontecido. Provavelmente a bebida me dominou e eu acabei no chão em meio a cacos de vidro de uma bebida.
— Vamos logo, ela está sangrando. — ele então me tira dali com cuidado, com ajuda de Audrey e um barmen.
Sou colocada em um carro, deitada no colo de Audrey que por todo percurso grita cada vez mais, dizendo algo sobre eu estar sangrando de mais. Não sinto dor alguma, porém me desespero pelos olhares que as enfermeiras olham para mim assim que chegamos.
— EMERGÊNCIA! SALA DE CIRURGIA, AGORA! — um médico grita.
Conforme as enfermeiras correm comigo, Vincent e Audrey são deixados para trás. Vejo aplicarem agulhas em meu corpo, verificarem minha pressão arterial e tudo mais, mas assim que o médico pegou um bisturi, apaguei. E só então fui acordar já na maca, em um quarto do próprio hospital.
Dois toques na porta são o suficiente para alguém entrar, mas ainda estou grogue de mais para enxergar direito quem é.
— Você se mete em cada uma, Lizzie.
Então reconheço quem entrou.
— Pelo menos você estava lá pra me salvar.
— Se você não tivesse me ligado eu não teria te salvado, Liz. E agradeça sua amiga, que estancou seu sangue, se não você não ia tá aqui mais.
— Você é um filho da puta, Senhor Vincent Cole Hacker.
— E você é uma maluca. Como sabia que eu estava em Los Angeles?
— Eu te vi saindo do bar.
— Hm, imaginei. Porque não me ligou antes?
— Eu apaguei seu número.
— Mesmo depois de ter apagado meu contato, ainda tem meu número anotado em sua memória.
— Talvez. — sorrio sabendo que ele provavelmente estaria sorrindo também.
— Porque você só me liga quando está bêbada, Lizzie? — questiona.
— Não sei, a bebida me torna fraca e faz a gente contar oque realmente sente.
— A bebida pode fazer algo bem pior, se você não tivesse me dito onde estava, e Audrey não tivesse estancado o sangue que saia de sua cabeça, você não estaria aqui, meu bem.
— Eu sei... É grave, porém é viciante.
— De mais, mas eu vou cuidar de você
Sinto ele me empurrar para o lado, e então me abraçar de canto. Mesmo deitada, com a visão fudida e com soro na veia, me aconchego nele.
— Senti saudades, Lizzie.
— Também senti saudades, Vin.
Ainda grogue, vou lentamente caindo no sono novamente, mas antes de apagar totalmente, ouço-o dizer.
— Eu te amo, Liz.
E então durmo como um anjo, sabendo que acordarei naqueles braços também.
Oque uma ligação e um acidente com bebida me levou?
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"três da manhã" - vh
Fanfiction"-Porque você só me liga quando está chapada?" tenham uma boa leitura...