𝐎𝐥𝐡𝐨𝐬 𝐜𝐨𝐫 𝐝𝐞 𝐋𝐮𝐚 - 𝐃𝐨𝐮𝐦𝐚 +𝟏𝟖

3.1K 124 22
                                    

Menção de sadomasoquismo leve

3700 palavras

.

.

"Não preciso lhe tolerar para ansiar por palavras que lhe descrevam e lhe façam jûs. No fim podes ir de um bom sonho a um intenso pesadelo através dessa belo arco-íris maldito." - Queen the vampire


Olhos cor de Lua


Você não se recordava como, mas se tornou a favorita do mestre. Estava sempre ali para fazer as tarefas ordenadas por ele e até hoje se lembrava de como foi conhecê-lo:

Corria pela floresta desesperada, o barulho dos cães ao seu encalço tornava tudo mas difícil enquanto você se esforçava para correr estava suja e ferida porém viva.

— PEGUEM A VADIA OU O MESTRE VAI NOS PUNIR! — O grito ecoou pela floresta conforme você procurava um local para se esconder e por ser habilidosa decidiu subir nas árvores evitando assim os cães mas não as flechas. As três primeiras acertaram o tronco largo e isso a fez correr e se arriscar pulando de uma árvore para a outra a adrenalina que corria por todo o corpo devido o desespero se arriscou pulando de uma árvore para a outra sentindo o impacto da madeira no estômago, cuspiu um pouco de sangue antes de continuar a correr e pular dessa vez por cima quando acabou as árvores se desesperou e aos poucos desceu crente que havia despistado os caçadores a respiração descompassou um pouco ao ouvir o barulho de rosnado novamente e foi aí que se deu conta de que não havia pra onde fugir. Seria arrastada para a casa grande novamente e provavelmente morta já que na primeira e única tentativa de seu senhor de abusar de seu corpo você o golpeou e fugiu.

Clamou aos céus e a terra por ajuda, pediu em lágrimas que alguém a ajudasse no entanto os gritos de ajuda pareciam presos em sua garganta e foi em meio a esse cenário caótico e a flecha que agora acertava seu ombro direito que você ouviu, um riso leve e completamente distante, não havia nada mais a sua frente além de mato, a segunda flecha atravessou a panturrilha esquerda perfurando ainda mais o kimono veranil sujo, suas mãos tremeram ao sentir o fim se aproximar e tudo piorou quando a visão turva projetou um templo budista há alguns metros e por mais que tivesse a certeza de que aquilo era falso você correu até ele, sem forças para abrir a porta bateu com a lateral dos punhos em completo desespero.

— So-socorro...— Sussurrou, ouvindo os cachorros se aproximarem, as lágrimas grossas escorriam por seu belo rosto, nunca imaginou que morreria assim. No fim sentia que seu desalento foi ter nascido uma mulher pobre que por descuido de uma família decadente fora vendida a um velho rico asqueroso e pervertido e por tentar se defender estava prestes a retornar ao algoz.

As portas do templo se abriram e sem pensar muito você deixou que seu corpo caísse para frente e se arrastou desmaiando no chão completamente limpo e o manchando com seu sangue sem perceber que orbes arco-íris te vigiavam intensamente.

Os olhos daquele considerado por muitos como uma verdadeira divindade te observavam de longe. Seu rosto envolto pela penumbra não o permitia reconhecer tal beleza, mas o cheiro do seu sangue esse sim era notável, segundo o paladar do mesmo sabia que seria doce como os vinhos e saquês que gostava de degustar apenas para hipnotizar ainda mais suas vítimas, seu cheiro cada vez mais forte e inebriante o deixando doido sem nem ao menos provar tinha a certeza de que você seria a melhor das bebidas e uma refeição incrível.

— Uma marechi que sorte. — Desceu os curtos degraus da escada após deixar a costumeira posição de lótus e antes de te alcançar sentiu uma irritação nada usual que o fez recuar, respirou fundo sentindo os nervos ressoarem. — Há wisteria nessa garota que interessante. As portas foram abertas e por ela o grupo de mercenários passou.

ImaginationOnde histórias criam vida. Descubra agora